quinta-feira, 25 de junho de 2015

EUA MOSTRAM CARTÃO VERMELHO AS ATROCIDADES DO REGIME ANGOLANO EM MATÉRIAS DOS DIREITOS HUMANOS

EUA MOSTRAM CARTÃO VERMELHO AS ATROCIDADES DO REGIME ANGOLANO EM MATÉRIAS DOS DIREITOS HUMANOS



Washington - O Departamento de Estado americano divulgou nesta quinta-feira, 25, o Relatório sobre os Direitos Humanos no Mundo referente a 2014, que regista abusos cruéis, excessivos e degradantes, como tortura e espancamentos, em Angola.


Fonte: VOA

Relatório  aponta assassinatos de opositores por parte da polícia e SINSE/SINFO




Assassinatos de opositores por parte da polícia e de outros agentes de segurança, restrições à liberdade da culto, de associação, de expressão e de imprensa e impunidade à corrupção pintam a situação dos direitos humanos em Angola.


Anda de acordo com o Departamento de Estado americano, em 2014, registaram-se vários outros atropelos aos direitos humanos, como a privação arbitrária ou ilegal da vida, más condições nas cadeias e potencialmente fatais, prisões e detenções arbitrárias, prisões preventivas prolongadas e impunidade dos violadores do direitos humanos.


O relatório cita ainda a ineficiência da justiça, à qual acrescenta a inexistência de processos legais em muitos casos que envolvem opositores ao regime, bem como a invasão da privacidade de cidadãos e despejos forçados de moradores sem qualquer remuneração.


Ao analisar o trabalho das organizações não governamentais, apesar de reconhecer a existência de muitas, o Departamento de Estado americano destaca as várias restrições que lhes são impostas, entre elas dificuldades para se registarem como tais.


Em muitas ocasiões, o Governo de Luanda não respeitou a lei e “restringiu de forma arbitrária as actividades das ONG”, como, por exemplo, ao impedir que elas observassem as actividades do censo da população realizado no ano passado.


No entanto, diz o relatório, o Executivo “favoreceu as organizações ligadas ao Governo e negou a permissão para outros consideradas críticas das iniciativas governamentais”.


No campo político-partidário, em geral, afirma o Departamento de Estado, os partidos da oposição foram autorizados a organizar e realizar reuniões, mas vários dirigentes continuam a relatar obstruções ao livre exercício dos partidos. Por exemplo, vários membros foram ameaçados se participassem em reuniões dos partidos da oposição.


As mulheres continuam a ser discriminadas e alvo de violência, as crianças são vítimas de abusos, o tráfico de pessoas continua a ser uma realidade em Angola, onde os direitos dos trabalhadores continuam a ser limitados e há registo de trabalho forçado.


No capítulo da corrupção, o Relatório sobre os Direitos Humanos no Mundo em 2014 do Departamento de Estado americano considera haver uma cultura de impunidade e corrupção governamental generalizada em Angola.


Apesar de algumas medidas tomadas para processar ou punir funcionários que cometeram abusos nessa área, “elas têm sido muito incipientes e incapazes de impedir” a corrupção, segundo a imprensa e relatórios de organização não governamentais.


A nível da liberdade de imprensa, o Departamento de Estado concluiu que apenas dois meios de comunicação estão fora da área de influência do Governo e só os órgãos públicos de rádio e televisão têm autorização para chegar a todo o país.


Há pressões de todo o tipo, económicas e outras, o Governo controla a agenda da imprensa, os jornalistas recorrem à autocensura para evitar represálias e os que têm criticado o Governo têm sentido na pele as consequências.