sábado, 3 de janeiro de 2015

A VALORIZAÇÃO E DIVULGAÇÃO HISTÓRICAS DA NAÇÃO LUNDA TCHOKWE UM CONTRIBUTO PARA O CONHECIMENTO DA CAUSA DA REIVINDICAÇÃO DO DIREITO DA AUTODETERMINAÇÃO

A VALORIZAÇÃO E DIVULGAÇÃO HISTÓRICAS DA NAÇÃO LUNDA TCHOKWE UM CONTRIBUTO PARA O CONHECIMENTO DA CAUSA DA REIVINDICAÇÃO DO DIREITO DA AUTODETERMINAÇÃO




A presença estrangeira no território Lunda Tchokwe e a consequente tentativa de ocupação durante o século XIII e XIX sobretudo dos portugueses, encontrou uma tenaz resistência  encabeçada por chefes tradicionais, dos quais se destacaram o grande Muatchissengue Ndumba Watembo entre os vários povos daquele Nação.



Até 1878 , muitas missões de exploração como eram conhecidas, haviam percorrido algumas áreas do interior do território da Nação Lunda Tchokwe com dificuldades, nos domínios do Imperador Muatiânvua, fruto da tenaz resistência dos seus habitantes conforme  dido no paragrafo anterior.



Provas históricas, podem ser encontradas nos livros produzidos no século passado, alguns deste livros, foram produzidos pelo  regime ditatorial e actual colonizador, referimos-nos a obra, “ENDIAMA – Uma empresa diferente”, cujo autor Vasco de Sá, onde podemos encontrar essa realidade nua e crua do carácter independente da Nação Lunda Tchokwe de Portugal e de Angola respectivamente.



No livro, na página 87, diz que a história do Povo Tchokwe e seus parentes; Lunda, Luena, Imbangala, Yaka, Minungo, Luimbi, Nganguela, Songo, Xinge e outros, importa aqui realçar também as palavras da Rainha Nhakatolo, gravadas neste livro: “Quando da oferta do gladio (MUKWALE – Espada) ao museu de Antropologia de Luanda, em 25 de Maio de 1990, a Rainha  Nhakatolo  “ prima do Lendário Rei Tchokwe Ndumba Watembo”, teria dito que o grau de parentesco entre os povos citados é histórico e natural e deve ser actualizado. Por esse motivo, consideramos que o parentesco não deve ser sujeito à polêmicas ideológicas de Partidos Políticos ou activadas pelos investigadores, mas deve, sim contribuir para a unicidade histórica dos LUNDA TCHOKWE”.



Nesta nota histórica, pode-se ler ainda mais o seguinte: “Na realidade, até 1850, as caravanas de viajantes europeus evitavam penetrar nos domínios Tchokwe ou Lunda, Luena e Minungo e em 1878, Ndumba Watembo, rei Tchokwe, confirmava, diante dos exploradores portugueses Hermenegildo e Roberto Ivens, que nunca por ali haviam sido vistos homens brancos. Ora acontece que nesse tempo, só os brancos teriam podido escrever sobre os povos Lunda Tchokwe”.




O livro faz referência bibliográfica da obra de José Redinha: “Ndumba Watembo, rei, régulo do Chiboko (nota histórico-bibliográfico)” – separata do Museu de Angola, Boletim Cultural, nº 2, Luanda 1960, pág.5.




Na página 99 do livro a que nos referimos “ENDIAMA- Uma empresa diferente”, podemos ler o seguinte:”Não foram fáceis os primeiros contactos entre os portugueses e os povos Lunda Tchokwe, iniciados por Henrique Augusto Dias de Carvalho em 1884, isto porque o território destes era Independente, contrariamente a outros Reinos de Angola”.



Nos anos 1520, 1526 e 1536, - prossegue o livro – Baltazar de Castro e Manuel Pacheco receberam instruções do Reino de Portugal para estudar as terras do Reino de Angola e as que ficavam para além desse reino...- Os dados bibliográficos são de Kambol Cipriano Sony:, “L’art Sculptural de Lunda et Tchokwe de l’Angola dans une Perspective Historique”. – Critique bibliographique in “Dossiers et Recherches sur l’Afrique, nº3, Centre de la Recherche Scientifique, UPR 311, Paris 1995, p 9.



Em 1560, o Padre Gonçalo da Silva teria subido o rio Zambeze até às regiões habitadas por povos Lunda, como seja os “Luvale”, os “Tchokwe”, os “Lunda-Ndembo” e os “Lunda:Chinde”.




No século XVII, os portugueses estabeleceram os primeiros contactos com os povos Lunda Tchokwe através de Chinguli, em Luanda, segundo Manuel Pereira Forjas, Governador de Angola entre os anos 1505 à 1509 ou entre 1636.



Os contactos esporádicos iniciados pelos portugueses a partir do século XVII, eram fragmentários, porque, o carácter belicista da Nação Lunda Tchokwe fazia com que os portugueses não se aventurassem a visitar aquele território. No final do século XVII, alguns aventureiros portugueses que subiram até o alto Zambeze com uma exploração comercial foram, Assunção e Melo e entraram em contacto com os povos Lunda Tchokwe, não era para grande coisa.



Na segunda metade do século XIX, abriu uma nova página na história do relacionamento de Portugal com a Nação Lunda Tchokwe, consubstanciado por Henrique Augusto Dias de Carvalho que celebrou tratados bilaterais e comerciais de amizade, conhecidos “Tratados de Protectorado”, que aconteceram com a famosa viagem de exploração Cientifica a Mussumba do Muatiânvua, iniciada a partir do dia 12 de Outubro de 1884 com termino em Maio de 1888.



Outras provas históricas sobre a Nação Lunda Tchokwe, estão contidas em livros e notas histórico-bibliográficas espalhadas em Angola e pelo mundo, com realce para “A QUESTÃO DA NAÇÃO LUNDA TCHOKWE 1884-1894”, aspectos da delimitação das fronteiras na Lunda, etc., ajuntam-se ainda os Boletins Oficiais, relatórios e outros documentos dos Governadores gerais da colonia de Angola, chefes militares portugueses, e decretos do Ministério de Ultramar Portuguesa.



Este ano de 2015, vamos continuar a divulgar a história e o carácter independente da Nação Lunda Tchokwe.