A VALORIZAÇÃO E DIVULGAÇÃO HISTÓRICAS DA NAÇÃO LUNDA TCHOKWE UM CONTRIBUTO PARA O
CONHECIMENTO DA CAUSA DA REIVINDICAÇÃO DO DIREITO DA AUTODETERMINAÇÃO
A presença
estrangeira no território Lunda Tchokwe e a consequente tentativa de ocupação
durante o século XIII e XIX sobretudo dos portugueses, encontrou uma tenaz
resistência encabeçada por chefes
tradicionais, dos quais se destacaram o grande Muatchissengue Ndumba Watembo
entre os vários povos daquele Nação.
Até 1878 , muitas
missões de exploração como eram conhecidas, haviam percorrido algumas áreas do
interior do território da Nação Lunda Tchokwe com dificuldades, nos domínios do
Imperador Muatiânvua, fruto da tenaz resistência dos seus habitantes conforme já dido no paragrafo anterior.
Provas históricas,
podem ser encontradas nos livros produzidos no século passado, alguns deste
livros, foram produzidos pelo regime
ditatorial e actual colonizador, referimos-nos a obra, “ENDIAMA – Uma empresa
diferente”, cujo autor Vasco de Sá, onde podemos encontrar essa realidade nua e
crua do carácter independente da Nação Lunda Tchokwe de Portugal e de Angola
respectivamente.
No livro, na página
87, diz que a história do Povo Tchokwe e seus parentes; Lunda, Luena,
Imbangala, Yaka, Minungo, Luimbi, Nganguela, Songo, Xinge e outros, importa
aqui realçar também as palavras da Rainha Nhakatolo, gravadas neste livro: “Quando da oferta do gladio (MUKWALE –
Espada) ao museu de Antropologia de Luanda, em 25 de Maio de 1990, a
Rainha Nhakatolo “ prima do Lendário Rei Tchokwe Ndumba
Watembo”, teria dito que o grau de parentesco entre os povos citados é histórico
e natural e deve ser actualizado. Por esse motivo, consideramos que o
parentesco não deve ser sujeito à polêmicas ideológicas de Partidos Políticos ou activadas pelos investigadores, mas deve, sim contribuir para a unicidade
histórica dos LUNDA TCHOKWE”.
Nesta nota histórica,
pode-se ler ainda mais o seguinte: “Na
realidade, até 1850, as caravanas de viajantes europeus evitavam penetrar nos domínios Tchokwe ou Lunda, Luena e Minungo e em 1878, Ndumba Watembo, rei
Tchokwe, confirmava, diante dos exploradores portugueses Hermenegildo e Roberto
Ivens, que nunca por ali haviam sido vistos homens brancos. Ora acontece que
nesse tempo, só os brancos teriam podido escrever sobre os povos Lunda
Tchokwe”.
O livro faz referência bibliográfica da obra de José Redinha: “Ndumba Watembo, rei, régulo do Chiboko
(nota histórico-bibliográfico)” – separata do Museu de Angola, Boletim
Cultural, nº 2, Luanda 1960, pág.5.
Na página 99 do livro
a que nos referimos “ENDIAMA- Uma empresa diferente”, podemos ler o
seguinte:”Não foram fáceis os primeiros contactos entre os portugueses e os
povos Lunda Tchokwe, iniciados por Henrique Augusto Dias de Carvalho em 1884,
isto porque o território destes era Independente, contrariamente a outros
Reinos de Angola”.
Nos anos 1520, 1526 e
1536, - prossegue o livro – Baltazar de Castro e Manuel Pacheco receberam
instruções do Reino de Portugal para estudar as terras do Reino de Angola e as
que ficavam para além desse reino...- Os dados bibliográficos são de Kambol
Cipriano Sony:, “L’art Sculptural de Lunda et Tchokwe de l’Angola dans une
Perspective Historique”. – Critique bibliographique in “Dossiers et Recherches
sur l’Afrique, nº3, Centre de la Recherche Scientifique, UPR 311, Paris 1995, p
9.
Em 1560, o Padre
Gonçalo da Silva teria subido o rio Zambeze até às regiões habitadas por povos
Lunda, como seja os “Luvale”, os “Tchokwe”, os “Lunda-Ndembo” e os
“Lunda:Chinde”.
No século XVII, os
portugueses estabeleceram os primeiros contactos com os povos Lunda Tchokwe
através de Chinguli, em Luanda, segundo Manuel Pereira Forjas, Governador de
Angola entre os anos 1505 à 1509 ou entre 1636.
Os contactos
esporádicos iniciados pelos portugueses a partir do século XVII, eram
fragmentários, porque, o carácter belicista da Nação Lunda Tchokwe fazia com
que os portugueses não se aventurassem a visitar aquele território. No final do
século XVII, alguns aventureiros portugueses que subiram até o alto Zambeze com
uma exploração comercial foram, Assunção e Melo e entraram em contacto com os
povos Lunda Tchokwe, não era para grande coisa.
Na segunda metade do
século XIX, abriu uma nova página na história do relacionamento de Portugal com
a Nação Lunda Tchokwe, consubstanciado por Henrique Augusto Dias de Carvalho
que celebrou tratados bilaterais e comerciais de amizade, conhecidos “Tratados
de Protectorado”, que aconteceram com a famosa viagem de exploração Cientifica a Mussumba do Muatiânvua, iniciada a partir do dia 12 de Outubro de 1884 com
termino em Maio de 1888.
Outras provas
históricas sobre a Nação Lunda Tchokwe, estão contidas em livros e notas
histórico-bibliográficas espalhadas em Angola e pelo mundo, com realce para “A
QUESTÃO DA NAÇÃO LUNDA TCHOKWE 1884-1894”, aspectos da delimitação das
fronteiras na Lunda, etc., ajuntam-se ainda os Boletins Oficiais, relatórios e
outros documentos dos Governadores gerais da colonia de Angola, chefes
militares portugueses, e decretos do Ministério de Ultramar Portuguesa.
Este ano de 2015,
vamos continuar a divulgar a história e o carácter independente da Nação Lunda
Tchokwe.