sexta-feira, 1 de abril de 2011
PORTUGAL ESCAMOTEADOR DO PROTECTORADO LUNDA TCHOKWE
Portugal entrou na Lunda oficialmente em Fevereiro de 1885, na final dos trabalhos da conferência de Berlim 1884-1885, sobre a partilha de África, atráves da Sociedade de Geografia de Lisboa – SGL, por intermédio do Major do seu exercito Henrique Augusto Dias de Carvalho, que foi chefe da expedição Portuguesa a Mussumba do Muata Yanvua Mucanza 17.º Imperador Lunda.
O objectivo da sua viagem, para além de fazer estudos etnograficos do Povo Lunda, era contactar as autoridades Lundas e celebrarem acordos e tratados de amizade e comercio e ainda propor o apoio em termos de proteger a Nação Lunda (Protectorados), o que de boa fé as autoridades Lundas aceitaram.
Portugal negóciou com as autoridades Lundas para instalar uma sua Embaixada no território e assim aconteceu. Henrique Augusto Dias de Carvalho recebeu o titulo de Residente Politico do Governo de Portugal na Lunda entre 1885 – 1888, posteriormente foi elevado a categoria de Governador do Distrito da Lunda em 1895.
Toda a relação entre Portugal e Lunda, era aceite de boa fé.
A presença de Portugal na Lunda, não foi uma conquista militar, não foi uma ocupação de um espaço vazio sem pessoas ou sem autoridade Politico Administrativa, os acordos e tratados foram celebrados com entidades Lundas bem organizadas no seu território.
Portugal sendo um dos beligerantes que assumiu publicamente ao mundo e a África a protecção da Lunda, tem agora o dever moral de se pronúnciar a favor dos Lundas e justificar novamente perante o mundo e a África, quanto custou a venda da Lunda ao anexa-lo a Angola desde 1975.
Portugal tem outro dever moral de explicar ao mundo as razões pelas quais escamoteo os acordos celebrados entre ele e as autoridades Lundas. Porque não deu cumprimento aquilo que se havia comprometido?
A divida de Portugal com o povo Lunda é maior.