sábado, 26 de setembro de 2020

MOVIMENTO DO PROTECTORADO - COMUNICADO DE IMPRENSA

 

 


Sobre o estado de sitio militar na Lunda Tchokwe, presença massiva de militares e de armamento de ultima geração ao longo da fronteira comum entre a RDC e a Zâmbia

1.º

O Movimento do Protectorado Português da Lunda Tchokwe, denuncia a presença de uma componente massiva de militares e de armamento na Lunda Tchokwe, que não tem justificação por parte do Governo de Angola, por não existir na região qualquer ameaçada de instabilidade violenta militar ou de alguma tendência de rebelião armada interna ou proveniente da RDC ou da Zâmbia cujo objectivo seria o de cria caos nos três países vizinhos ou somente para as fronteiras de Angola, com entrada no território Lunda.

2.º

A velocidade com que o capital circula no mundo torna-o de mais fácil acesso para muitos países, pela aproximação de interesses comerciais, económicos e políticos. Esta aproximação dá maior veracidade ao “cliché” de que o mundo está, cada vez mais, ao alcance dos mais poderosos, possibilitando que as preferências de competição de procura de riquezas em qualquer parte do mundo entre os países que se acham poderosos sejam mais intensa, sem ter em conta as populações nativas, autóctones donas destas riquezas, dai a ambição guerreira, o que poderia justificar esta presença massiva de militares e de equipamentos militar ao longo da fronteira norte e leste da Lunda Tchokwe?

3.º

O Movimento do Protectorado Português da Lunda Tchokwe, a Comunidade Internacional, a ONU, a União Europeia, a SADC, a União Africana e a sociedade angolana, sabe que tem havido dialogo inter fronteiriço entre Angola e a RDC sobre alegados desajustes de limites, sobretudo aquelas de conferência de Berlim 1884 – 1885 e as encontradas pelos ocupantes Europeus que dividiram Africa sem o consentimento dos seus povos. Sabe se que, as relações diplomáticas, económicas, politicas e militares entre Angola e a RDC, são consideradas de excelentes. Qual será a causa principal da presença massiva de militares e de equipamento militar ao longo da fronteira norte e leste da Lunda Tchokwe?

 

4.º

A região dos Grandes Lagos, aonde se inclui o território da Lunda Tchokwe é endémico em conflitos de guerras devastadoras, que não permite o desenvolvimento, com estas guerras aumenta significativamente o saque indiscriminado das suas riquezas que em nada beneficiam os seus povos, ao contrario, há mais deslocados, refugiados, pobreza absoluta e outros males. Será esta, é a nova estratégia, colocando uma presença de uma enorme componente militar e de armamentos ao longo da fronteira norte e leste da Lunda Tchokwe, para intimidar os seus povos?

5.º

A presença desta enorme componente militar e de armamentos do regime angolano ao longo da fronteira norte e leste da Lunda Tchokwe, pode ser interpretado como uma manobra que atende especificamente na falta de vontade politica do regime de Luanda em reconhecer urgentemente a “Questão da Lunda 1885 -1894/1975 -2020” a sua autonomia como Escócia que lhe é reclamada pelo nosso povo desde 2006, um direito legitimo, histórico e natural.  Porque é que o regime não anuncia publicamente a presença desta componente massiva de militares e de armamento na Lunda Tchokwe?

6.º

É uma manobra de diversão para ludibriar a Comunidade Internacional de possível instabilidade militar na região da Lunda Tchokwe, enquanto que os objectivos obscuros são de outra natureza. A COVID-19 tem sido usada pelo regime de Luanda para camuflar outras acções diante da Comunidade Internacional no território da Lunda Tchokwe. Esta componente militar e de armamento, com as forças da Ordem e de Segurança, tem sido as responsáveis na criação de tumultos, assassinos isolados, violações sexuais de mulheres, destruições de lavras dos camponeses, violações de direitos humanos e de estigmatização das populações locais, sobretudo aquelas junto a fronteira norte e leste da Lunda Tchokwe.

7.º

O Movimento do Protectorado Português fundado no ano de 2006, há 14 anos de luta pacifica, considera que, se o governo Angolano continuar a ignorar o dialogo e manter o estados “quo da situação” ou seja suas portas fechada, o movimento do protectorado ver-se-á obrigada e forçada de anunciar e proclamar unilateralmente o “Governo Independente da Lunda Tchokwe”, criadas que estão as condições humanas, psicológicas e materiais para o efeito.

8.º

O Tratado de Protectorado Português da Lunda Tchokwe continua vigente (Artigo 1º e 8º do Tratado de Protectorado celebrado entre Portugal e a Corte do Muatiânvua de 18 de Janeiro de 1887, CARVALHO, Henrique A D de – A Lunda, pp. 304-308 e artigo 1º, 10º e 11º do Tratado de Protectorado celebrado entre Portugal e Muatxissengue e os seus Muananganas, de 2 de Setembro de 1886 CARVALHO, Henrique A D de – A Lunda, pp. 225-228. E outros tratados entre 1885 - 1894), nunca foi revogado, renegociado, cessado ou terminado por acordo das partes e nunca foi tratado colonial ou de incorporação da Lunda Tchokwe nos domínios da ex-provincia ultramarina de Portugal Angola, se assim fosse, que Portugal apareça publicamente e esclareça a Comunidade Internacional, a pertença da Lunda a Angola.

9.º

O Movimento do Protectorado Português da Lunda Tchokwe, apela a Comunidade Internacional, a ONU, a União Europeia, a União Africana e a Sociedade Civil, do perigo da presença desta enorme componente militar e de armamentos ao longo da fronteira norte e leste da Lunda Tchokwe e as sua consequência a médio prazo naquela região, que ao espoletar qualquer confronto militar só servirá para dizimar a população tchokwe, o que tem vindo a ser o interesse do regime. Porquanto não se explica a todos os títulos esta enorme presença de militares e de armamentos que continuaremos a denunciar.

 

Luanda, aos 24 de Setembro de 2020.-

 

Secretariado do Comité Politico do Movimento do

Protectorado Lunda Tchokwe