sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS ANUNCIA QUE NÃO SERÁ CANDIDATO DO MPLA AS ELEIÇÕES DE AGOSTO DE 2017

JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS ANUNCIA QUE NÃO SERÁ CANDIDATO DO MPLA AS ELEIÇÕES DE AGOSTO DE 2017


Luanda - O presidente do MPLA e chefe de Estado angolano, José Eduardo dos Santos, anunciou hoje que não será recandidato ao cargo nas eleições gerais deste ano, deixando assim o poder em Angola ao fim de 38 anos, avançando João Lourenço.

Fonte: Lusa




A posição foi transmitida por José Eduardo dos Santos no discurso de abertura da reunião do Comité Central do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), que está a decorrer hoje em Luanda, com a aprovação da lista de candidatos do partido a deputados nas eleições gerais de agosto em agenda.


José Eduardo dos Santos anunciou - o que aconteceu pela primeira vez publicamente - que a 02 de dezembro, também em reunião do Comité Central, foi aprovado o nome do vice-presidente do partido e ministro da Defesa, João Lourenço, para cabeça-de-lista do MPLA às próximas eleições gerais, e candidato a Presidente da República, e do ministro da Administração do Território, Bornito de Sousa, como número dois, concorrendo a vice-Presidente.


José Eduardo dos Santos, reeleito presidente do partido em 2016, completa em agosto próximo 75 anos, tendo anunciado em março último que pretendia abandonar a vida política.


"Em 2012, em eleições gerais, fui eleito Presidente da República e empossado para cumprir um mandato que nos termos da Constituição da República termina em 2017. Assim, eu tomei a decisão de deixar a vida política ativa em 2018", anunciou José Eduardo dos Santos, depois de passar em revista o seu percurso no MPLA e na liderança de Angola.


Entre outros momentos, recordou que integrou o movimento anticolonial em 1960, aos 18 anos, e que em 1974 foi eleito membro da direção do MPLA.


José Eduardo dos Santos é Presidente de Angola desde setembro de 1979, cargo que assumiu após a morte de Agostinho Neto, o primeiro Presidente angolano.


A Constituição angolana aprovada em 2010 prevê a realização de eleições gerais a cada cinco anos, elegendo 130 deputados pelo círculo nacional e mais cinco deputados pelos círculos eleitorais de cada uma das 18 províncias do país (total de 90).


O cabeça-de-lista pelo círculo nacional do partido ou coligação de partidos mais votado é automaticamente eleito Presidente da República e chefe do executivo, conforme define a Constituição, moldes em que já decorreram as eleições de 2012.


Nesse último ato eleitoral, segundo dados da Comissão Nacional Eleitoral, o MPLA garantiu uma votação total de 71,84%, elegendo nos dois círculos 175 deputados, enquanto a UNITA conquistou 18,66% dos votos e 32 deputados.


A então estreante coligação CASA-CE chegou aos 6,00% e oito deputados e o PRS aos 1,70% dos votos e três deputados.



A histórica FNLA, um dos três movimentos de libertação do período colonial, juntamente com o MPLA e a UNITA, conquistou apenas 1,13% dos votos, elegendo os restantes dois deputados.