JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS ANUNCIA
QUE NÃO SERÁ CANDIDATO DO MPLA AS ELEIÇÕES DE AGOSTO DE 2017
Luanda - O
presidente do MPLA e chefe de Estado angolano, José Eduardo dos Santos,
anunciou hoje que não será recandidato ao cargo nas eleições gerais deste ano,
deixando assim o poder em Angola ao fim de 38 anos, avançando João Lourenço.
Fonte: Lusa
José Eduardo dos Santos anunciou - o que
aconteceu pela primeira vez publicamente - que a 02 de dezembro, também em
reunião do Comité Central, foi aprovado o nome do vice-presidente do partido e
ministro da Defesa, João Lourenço, para cabeça-de-lista do MPLA às próximas
eleições gerais, e candidato a Presidente da República, e do ministro da
Administração do Território, Bornito de Sousa, como número dois, concorrendo a
vice-Presidente.
José Eduardo dos Santos, reeleito presidente
do partido em 2016, completa em agosto próximo 75 anos, tendo anunciado em
março último que pretendia abandonar a vida política.
"Em 2012, em eleições gerais, fui eleito
Presidente da República e empossado para cumprir um mandato que nos termos da
Constituição da República termina em 2017. Assim, eu tomei a decisão de deixar
a vida política ativa em 2018", anunciou José Eduardo dos Santos, depois
de passar em revista o seu percurso no MPLA e na liderança de Angola.
Entre outros momentos, recordou que integrou
o movimento anticolonial em 1960, aos 18 anos, e que em 1974 foi eleito membro
da direção do MPLA.
José Eduardo dos Santos é Presidente de
Angola desde setembro de 1979, cargo que assumiu após a morte de Agostinho
Neto, o primeiro Presidente angolano.
A Constituição angolana aprovada em 2010
prevê a realização de eleições gerais a cada cinco anos, elegendo 130 deputados
pelo círculo nacional e mais cinco deputados pelos círculos eleitorais de cada
uma das 18 províncias do país (total de 90).
O cabeça-de-lista pelo círculo nacional do
partido ou coligação de partidos mais votado é automaticamente eleito
Presidente da República e chefe do executivo, conforme define a Constituição,
moldes em que já decorreram as eleições de 2012.
Nesse último ato eleitoral, segundo dados da
Comissão Nacional Eleitoral, o MPLA garantiu uma votação total de 71,84%,
elegendo nos dois círculos 175 deputados, enquanto a UNITA conquistou 18,66%
dos votos e 32 deputados.
A então estreante coligação CASA-CE chegou
aos 6,00% e oito deputados e o PRS aos 1,70% dos votos e três deputados.
A histórica FNLA, um dos três movimentos de
libertação do período colonial, juntamente com o MPLA e a UNITA, conquistou
apenas 1,13% dos votos, elegendo os restantes dois deputados.