sexta-feira, 13 de novembro de 2020

COMUNICADO DE IMPRENSA DO PROTECTORADO PORTUGUES DA LUNDA TCHOKWE SOBRE O 11 DE NOVEMBRO

COMUNICADO DE IMPRENSA DO PROTECTORADO PORTUGUES DA LUNDA TCHOKWE SOBRE O 11 DE NOVEMBRO

 


Dos 45 anos da dependência colonial da Lunda Tchokwe ao regime de Angola

 

PORTUGAL como Protector com obrigações jurídicas e judiciais, retirou-se da Nação Lunda em Novembro de 1975, sem renegociar e respeitar os tratados de Amizade, Comércio e de Protecção, por si celebrados, Portugal retirou-se da Nação Lunda Tchokwe em 1975 unilateralmente sem nenhuma explicação, Portugal continua silencioso sem dizer absolutamente nada sobre as razões da sua retirada e da consequente usurpação da Nação Lunda Tchokwe por Angola, Portugal celebrou PACTO SECRETO DE ANEXAÇÃO DA NAÇÃO LUNDA TCHOKWE Á ANGOLA EM 1975.

 

Hoje a Nação Lunda Tchokwe anexada ilegalmente ao Estado Vizinho de Angola, sofre o saqueamento indiscriminado dos seus recursos naturais, mortes, assassínios, opressão, escravatura, submissão ao analfabetismo, pobreza, a insalubridade e o desabrigo de todo o nosso povo desde Kuando Kubango até ao Dundo por parte do actual regime ocupante desde 1975 ou seja há 45 anos.

 

Os povos Africanos começaram a sua descolonização nos anos de 1945, logo após o fim da 2.ª guerra mundial. Angola, Cabo-Verde, Guiné, Moçambique e S.Tome e Príncipe,  colónias portuguesas, viviam na ânsia de libertar-se das amarras do colonialismo, tal como o haviam feito os povos de outras colónias no continente negro, sob domínio Francês, Inglês, Belga, espanhol, Alemanha, Italiano, etc, estas liberdades foram na sua maioria arrancadas a força das armas no contexto particular dos anos 1950 aos anos 1980.

 

A FNLA, MPLA e UNITA, foram os representantes legítimos do povo angolano que defenderam o território deles lés a lés as agruras e atrocidades, que abalaram os alicerces do império colonialistas português e levou a derrocada do regime de SALAZAR, continuado por Marcelo Caetano, depois de cerca de 493 anos (1482-1975) da presença de Portugal em Angola.

 

O alto-comissário, almirante LEONEL CARDOSO, proclamou a independência de Angola na manhã do dia 10 de Novembro de 1975, durante uma conferência de imprensa concedida no Palácio do Governo em Luanda e de seguida zarpou para Lisboa, deixado no terreno o troar dos canhões, numa angola dividida com armas entre os beligerantes; MPLA, FNLA e UNITA, era o pronuncio da guerra civil e de morte por tudo o que era canto, incluindo a Nação Lunda Tchokwe, alheia a uma guerra civil dos angolanos.



Leonel Cardoso declarou: “Em nome do Presidente da Republica Portuguesa proclamo solenemente, com efeito a partir das zero horas do dia 11 de Novembro de 1975, a independência de Angola e a sua plena soberania radicada no povo angolano, a quem pertence decidir as formas do seu exército doravante. A comunidade internacional conta, pois, entre os seus membros, um novo Estado (…)”, PORTUGAL deixa para atrás órfão o PROTECTORADO PORTUGUÊS DA LUNDA TCHOKWE a mercê dos angolanos.



Mas Leonel Cardoso, neste seu discurso reconheceu que as coisas em Angola não estavam bem assim, senão vejamos o que ele disse mais adiante: “ Que a luta fratricida termine em breve e os instrumentos de trabalho substituam para sempre os instrumentos de destruição e morte (…)”, as falhas e erros de Portugal que fizeram mais de 500.000 mil mortos de guerra civil angolana, incluindo filhos da Nação LUNDA TCHOKWE com um balanço acima de 55% de mortes e mutilados alheios a esta carnificina entre 1975 á 2002.



Assim iniciou Agostinho Neto o primeiro discurso que proferiu, não já como simples representante de um movimento de libertação, mas como porta-voz de um povo que acabara, após séculos de colonização, de ascender à independência. E acrescentou Agostinho Neto: “Correspondendo aos anseios do povo, o MPLA declara o nosso país constituído em Republica Popular de Angola”, país deles ANGOLA, quanto ao mesmo tempo estavam a anexar inocentemente do Povo Lunda Tchokwe o seu território sob olhar silencio do PROTECTOR, que agora devemos combater por todos os meios PORTUGAL na LUNDA TCHOKWE.

 

Agostinho Neto casado com Maria Eugenia Neto uma cidadã portuguesa, disse: “Durante o período compreendido entre o encontro de ALVOR e esta proclamação, só o MPLA não violou os acordos assinados. Aos lacaios internos do imperialismo (Referindo-se a UNITA e a FNLA) de há muito os deixamos de reconhecer como movimentos de libertação”, aqui estava dada as ordens para os massacres que se seguir durante mais de 35 anos, isto é, entre 1975 à 2002.

 

Agostinho Neto, concluiu: “Quanto a Portugal, o desrespeito pelos acordos de Alvor é manifesto. Entre outros, o facto de sempre ter silenciado a invasão de que o nosso pais é vítima por parte de exércitos regulares e forças mercenárias”.




CASO LUNDA TCHOKWE E CABINDA, NÃO DEVEMOS NUNCA REPARTIR ANGOLA


 

António Agostinho Neto, sabia muito bem a questão da Lunda Tchokwe, porque foi ele que disse a Portugal que o assunto era entre irmãos e seria resolvido internamente, veja agora o que ele disse no dia 13 de Novembro de 1975, ao recusar a cortar um bolo com a forma do mapa de Angola durante o jantar oficial realizado em Luanda para celebrar a independência.

 

Quando lhe apresentaram o enorme bolo com as 12 regiões de Angola delineadas a «CHANTILLY», o Senhor António Agostinho Neto, maquiavélico que era, matreiro no seio do seu Movimento de Libertação, pousou a faca, declarando: “Não devemos nunca repartir Angola”. Estava consumada a usurpação do protectorado da Lunda Tchokwe, incluindo os povos de Cabinda, até hoje (2020).

 

 

ANGOLA INDEPENDENTE OU DEPENDENTE?..



O passado deu uma visão diferente do que se pode fazer para construir uma NAÇÃO DAS NAÇÕES se o MPLA quiser, pois nada amara a LUNDA TCHOKWE a Angola, estamos sob jugo colonial, o 11 de Novembro de 1975, foi feito de uma forma separada. Uns em Luanda com Agostinho Neto do MPLA, outros no Uíge com Holden Roberto da FNLA e outros, ainda no Huambo com Jonas Malheiro Savimbi da UNITA.

 

Angola foi um parto a cesariana num ambiente de enorme convulsão asfixiante, perante a internacionalização do conflito civil angolano: Zaire (Congo de MOBUTU, actual RDC), Cuba de Fidel de Castro, URSS, EUA, Jugoslávia, Africa do Sul e outros países, estava desenhada o xadrez da dependência internacional, que levou a vida de um dos melhores filhos de Africa, o filho do REINO DE BAILUNDO JONAS MALHEIRO SAVIMBI.

 

Os africanos como sempre, apelidavam-se uns dos outros de inimigos, para uma mesma causa, a libertação e o poder político. As alianças dos interesses estrangeiros, uns eram proletários a favor do povo, segundo eles, outros eram capitalistas ou imperialistas, a causa era a mesma, a libertação dos seus povos e a instauração de um novo sistema de poder africano.

 

Outros defendiam que a revolução deveria ser enraizada nas realidades africanas tradicionais que nunca podia ser importada do estrangeiro, outros defendia os modelos revolucionários do mundo global, que não tem dono, não tem tradição nem deve restringir a origem de quem venha a governar, ou seja o mundo do CAPITAL.

 

Os interesses estrangeiros hoje, 45 anos da independência de Angola, falam mais alto do que todas as teorias que os políticos daquele 11 de Novembro de 1975 prometeram aos seus concidadãos, incluindo a colónia angolana do REINO DA LUNDA TCHOKWE. 

 

O sonho era de um país em que os seus filhos vivessem sem receio, de um país em que cada filho pudesse ter a sua casa, o seu carro, o seu emprego, a sua saúde, o seu ensino, viver uma vida normal e com grande prosperidade. Á medida que os anos foram passando, o sonho de muitos angolanos foi se afastando, os sacrifícios foram inúteis, não se justifica a morte de tanta gente, tantos sacrifícios, só para agradar um pequeno grupo de indivíduos/estrangeiros dentro do MPLA em detrimento as densas populacionais e REINOS FORÇADOS AO AMBIENTE de um nome, de um tal Lendário de Ngola Kiluange soba dos Quimbundos de NDONGO.

 

Temos consciência das fases em que Angola tem passado, mas o passado já deu-nos uma experiência,  e não á razões de o povo Lunda Tchokwe continuar a viver SOB DEPENDÊNCIA COLONIAL DE ANGOLA.




Comité Politico do Movimento do Protectorado Português da Lunda Tchokwe, em Luanda ao 11 de Novembro de 2020