Ao
Excelentíssimo senhor
João
Manuel Gonçalves Lourenço
Presidente da República de Angola
Luanda
Excelentíssimo senhor Presidente!
Senhor Presidente da Republica
de Angola, sabemos que “vitorias fáceis
não dão gloria ao campeão, quem triunfa sem sacrifício, não atinge a gloria”,
será que temos mesmo de fazer sacrifícios para atingirmos a Autonomia do Reino
Lunda Tchokwe, que é um direito natural e legitimo? Quem ganhará com o conflito
armado da Lunda Tchokwe?
Porque é que cada dia que passa
mais cidadãos quer reivindicar o direito da Lunda Tchokwe por via de violência?
A guerra do conflito angolano
entre as Forças do Governo e as da UNITA, ceifou vidas, destruíram a economia,
cujo resultados continuam a olhos nus de todos, mesmo depois de terminada o
referido conflito 2002, amiúde o MPLA e a UNITA continuam a se acusar da
desgraças que trouxe aquela ambição militar para se chegar ao poder, será, é
isto que o governo de Angola quer na Lunda Tchokwe? Transportar a guerra
Palestina-Israelita ou Ucraniana para esta região de Africa como já acontece
com o problema dos grandes lagos, é este o desejo vosso e do vosso Governo?
Senhor Presidente João Manuel Gonçalves Lourenço, desde
2007 que o Movimento do Protectorado Lunda Tchokwe, tem estado a pedir diálogo
ao Governo do MPLA, e este não aceita, Vossa Excelência era Vice-Presidente do
MPLA e hoje é o Presidente do MPLA e de Angola.
Mais de 4 centenas de cartas endereçamos ao ex-Presidente José Eduardo dos Santos e a todas as instituições
de Angola e representações diplomáticas incluído a ONU, União Europeia, União
Africana e o poder Judiciário angolano que amiúde nos julga e nos condena, em
actos que tomam conhecimento antecipada, geralmente 60 dias, porque é que os
Presidentes do Governo do MPLA não aceitam dialogar?
Mais de 370 Activistas Cívicos entre 2007 à 2019, passaram nas cadeias do
Governo Angolano por causa das Manifestações Pacificas, que resultaram em 4
mortos e uma centena de feridos e destruição de residências dos nossos membros
na localidade de Cafunfo e Cuango.
É por medo de perder as riquezas
da Lunda Tchokwe?..
Assim, Excelência senhor
Presidente da Republica de Angola, temos a certeza de que as nossas cartas lhe
chegam e as lê.
Há 11 meses, ou seja no dia 12
de Fevereiro de 2019, o Movimento do Protectorado Lunda Tchokwe, entregou o
dossier ao Vosso Gabinete como temos vindo a fazer desde 2007, dossier que
continha a Carta da Constituição Autónoma para a Lunda Tchokwe, acompanhado com
o projecto do referido Governo, este dossier continua a ser ignorado e sem
resposta ou de uma convocatória por parte das Autoridades Competentes do vosso
Governo.
No dia 21 de Dezembro de 2017,
recebemos via telefónica uma comunicação da parte do Cerimonial da Presidência
da Republica através do Sr Dr. Alcides
Campos, que recebeu a nossa delegação (Sr. Fernando Muaco, Sr. Alberto
Kupumbu, Dona Cristina Sanza e o Sr. Jorge Salomão) o senhor Dr. Alcides
Campos, fez-se acompanhar dos Sr. Eduardo Simba e do Dr. Salif Dias, no dia 27
de Dezembro do mesmo ano (2017).
Do referido encontro que teve lugar
no Complexo Presidencial da Cidade Alta em Luanda naquele dia, fomos informados
de que Sua Excelência o senhor Presidente Estava preocupado em resolver estas
revindicações, que o Presidente havia de dialogar com a Sociedade Civil
organizada, tal como estava o Protectorado Lunda Tchokwe, para ser ouvida e
resolver a questão, desde aquele dia para cá, 2 anos, mais nada se transpirou.
Excelência senhor Presidente da
Republica de Angola, se estas Cartas nunca chegaram na sua mesa de trabalho ou
ao teu conhecimento, o certo é que elas fazem entrada no “GUICHE” do Vosso Gabinete sita na Cidade Alta em Luanda, e temos
as copias, tem estas copias a comunicação social, os Partidos Políticos, as
Igrejas, o corpo diplomático bem como outras instituições angolanas e a
comunidade Internacional.
Senhor Presidente da Republica de
Angola, João Manuel Gonçalves Lourenço,
membros Auxiliares do Executivo Angolano; Ministros e Secretários de Estado,
Deputados na Assembleia Nacional pelos respectivos Partidos, Autoridades do
Poder Tradicional do Povo Ibinda, Congo, Ndongo ou Kimbundo, Umbundo ou
Bailundo, Kwanhama, o reino Lunda Tchokwe e seu mosaico etnolinguistico e
étnico – Luvale, Mbunda, Nganguela,
Luchaze, Minungo, Xinge, Tchokwe, Luba, Lunda, Mdembo entre outros, membros
do BP do MPLA e da Sociedade Civil, Igreja Angolana e o corpo diplomático,
qualquer conflito armado e violento e em qualquer momento na Lunda Tchokwe,
nunca será protagonizado pelo Movimento do Protectorado porque não possuímos
Exercito nem temos Armamento, será para sempre da responsabilidade do Governo
do MPLA, arrogante e incapaz de dialogar naquilo que ele exige de outros países
Africanos com conflitos semelhantes.
Finalmente, informo a Vossa
Excelência senhor Presidente da Republica de Angola, pacíficos fomos, pacíficos
somos e pacíficos seremos, queremos o diálogo no presente ano de 2020, estamos
preparados para formar o nosso Governo tal igual como a Escócia, o que não
queremos é declarar um Governo Unilateral.
O povo Lunda Tchokwe deseja a Vossa
Excelência muita saúde e prolongados anos de vida, desejando como sempre êxitos
nesta árdua tarefa de governação de Angola e do Reino Lunda Tchokwe sobre os
vossos ombros de momento.
Secretariado Executivo do Comité Politico do Protectorado Lunda Tchokwe
em Luanda, aos 6 de Janeiro de 2020.