COMUNICADO DE IMPRENSA
DO VANDALISMO E BRUTALIDADE DA POLICIA ANGOLANA SOBRE MANIFESTANTES QUE
EXIGIAM AUTONOMIA LUNDA TCHOKWE
LUNDA, 25/02 – A manifestação pacifica convocada há sensível
40 dias para cá nos termos do artigo 47.º e da lei n.º16/91 de 11 de Maio,
desde o dia 15 de Janeiro de 2018, com a comunicação previa ao gabinete do
Presidente da Republica João Manuel
Gonçalves Lourenço, foi ontem vandalizada brutalmente pela Policia Angolana
com seguinte resultado, mais 101
elementos presos, incluindo 19
feridos actualização de hoje 25 de Fevereiro, entre eles dois graves atingidos
pelas balas e uma casa destruída totalmente.
Dos
19 feridos; o Sr Filipe Muvuma duas balas alojaram-se
nas pernas, levou 32 pontos e o senhor Estevão
Aroma, bala rachou a cabeça tento levado mais de 36 pontos corre o perigo
de perder a vida (morto).
As
balas que atingiram o Sr Filipe Muvuma,
foram disparadas pelos Agentes da policia no interior da Viatura que os
transportaram do local da manifestação para a unidade.
A
brutalidade do espancamento na Unidade da Policia de Cafunfo resultou em outros
feridos de manifestantes perfazendo os 19
elementos, o verdadeiro desejo da Policia de Angola era de matar “os porcos tchokwe” conforme os
comentários que os mesmos faziam enquanto torturavam. Os feridos são: Filipe Muvuma, Lucas Brito Muacatende, Joaquim Domingos Muacombi,
Isabel, Estevão Romano, Jacinta Gaby, Celina Tximona (ferido com 7 pontos), Rosalina Xatela, Evalina, Joaquina Domingos, Janete fiawana, Costa Kalwimbi,
Andre Nzende (costelas), Adelino
Paulo entre outros.
O quadro das detenções: 69 manifestantes em Cafunfo, dos quais 35
homens e 34 mulheres, 8 manifestantes no Cuango e 24 manifestantes em Capenda
Camulemba, totalizando 101 manifestantes.
Durante
o dia de ontem teve caça homem na localidade de Cafunfo e de Capenda Camulemba
entre 17 horas e 0:00 horas, onde detiveram mais quatro cidadãos, a mãe e duas
sobrinhas do Senhor André Zende cuja
Residência foi totalmente destruída pela Policia e torturado brutalmente,
também caíram na armadilha policial, senhora Joana Kambakomba, os netos Job
Tximboji e Romano Itatxi
respectivamente.
Em
Capenda Camulemba, o senhor António
Candido Muayenze, por ordem do Comandante Municipal da Policia senhor Abreu
Muaco, ele mesmo presenciou a tortura brutal infligido ao senhor Muayenze,
espancado nu com uma corda amarado aos seus órgãos genitais tendo havido
sangramento nas orelhas do cidadão sem ter sido socorrido para o hospital.
Nesta
brutalidade da Policia de Angola, o senhor MUAYENZE
é neste momento a pessoa mais grave, com
ferida na cabeça, continua deitado na cela sem assistência medica, sem
alimentação. Aqui não se trata de espancamento brutal simplesmente, trata-se de
exterminação do povo Lunda Tchokwe, não se compreende que um manifestante
pacifico que não se rebelou com a autoridade no momento da sua detenção (caça homem em
sua casa não se encontrava na manifestação),
posta na Unidade da Policia deve ser espancado.
A
brutalidade policial é aqui testemunhada por um agente da corporação: "É arrepiante como
nós, enquanto órgão vocacionado para proteção da segurança dos cidadãos estamos
a agir como se fôssemos terroristas ou uma organização criminosa”, Agente da PIR que pede para não ser identificado.
"É mesmo muito doloroso ver como as pessoas estão a ser batidas, mesmo a
sangrar, e os nossos chefes [comandantes] têm o prazer de ver e incentivar tudo
isso. Vou abandonar a corporação por essas práticas".
Há
também a lamentar a actitude reprovada de alguns Sobas afectos ao MPLA no
Cafunfo, sobretudo, aproveitaram a ocasião para tirar satisfações a
manifestantes que eles considera inimigos do Governo de Angola o colono da
Lunda Tchokwe, assim, o Soba Mário
Kamanguanda, deslocou na calada da noite em casa do membro do Protectorado
Sr Henrique Manuel Cassule e o
atacaram gravemente com mais 6 elementos.
Desde
1979 – 2017 da governação ditatorial
e tirânica de José Eduardo dos Santos,
agora sob João Manuel Gonçalves Lourenço,
que o Lunda Tchokwe tem sido violentado, humilhado e assassinado, enquanto isso,
o nosso povo civilizadamente tem respeitado as leis de Angola, que o Executivo
do MPLA viola sistematicamente.
O
mundo sabe que, no dia 15 de Janeiro e 1 de Fevereiro, o Movimento do
Protectorado Lunda Tchokwe escreveu carta ao Presidente João Manuel Gonçalves
Lourenço e o seu Ministro Ângelo
Veigas Tavares anunciando a realização da referida manifestação á 24 de
Fevereiro, o que covardemente o Executivo do Governo do MPLA tentou abafar,
mantendo até ao momento mais de 101 presas nas Unidades Policiais do Cuango e
Capenda Camulemba.
Vamos
sim, colocar o assunto junto de instâncias internacionais devido a violações
graves dos direitos humanos desencadeados pelo Estado angolano, que é membro do
Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas.
Sempre apelamos ao diálogo. A nossa luta foi sempre pacífica. Mas o Governo
sempre usou a força da arma e outros meios violentos contra o 'Povo da Lunda Tchokwe'. Depois disso,
não nos resta outra saída senão apresentar uma denúncia junto das Nações Unidas
e da União Europeia, assim como junto na Organização da União Africana.
Ao
nosso povo pedimos serenidade, a liberdade não se oferece, a liberdade
conquista-se com sacrifício, porque a LIBERDADE – Direito ou condição de alguém
dispor de si mesma, de fazer ou deixar de fazer alguma coisa. Condição do homem
livre. Independente. Livre de pensamento e de seus actos sem coação, porque a
liberdade custa caro, defende-la custa ainda mais caro.
Esta
manifestação não será a primeira nem a última em 2018, pois dentro de 90 dias
iremos novamente sair pacificamente às ruas para exigirmos o diálogo com o
governo angolano e o estabelecimento da nossa autonomia (Povos Lunda Tchokwe lembrem o povo Israelita sob domínio Egípcio).
Sobre repressão colonial a luta continua...
Luanda,
aos 25 de Fevereiro de 2018.
Comitê Político do Movimento do Protectorado
Lunda Tchokwe