Tribunal Constitucional
espanhol suspende sessão plenária do Parlamento catalão
Decisão visa
impedir declaração unilateral da independência da Catalunha. Carme Forcadell
critica: “suspender plenários que nem estão convocados é a nova oferta de
diálogo”. Multiplicam-se apelos ao diálogo. Mais de 450 mil pessoas apelam à
demissão de Rajoy.
Declaração unilateral de
independência
A pedido do Partido dos Socialistas
da Catalunha (PSC), o Tribunal Constitucional de Espanha decidiu suspender a
sessão plenária da próxima segunda-feira, 9 de outubro, do Parlamento da
Catalunha.
Nesse plenário, o presidente da
Generalitat da Catalunha, Carlos Puigdemont, devia apresentar os resultados do
referendo do passado domingo, 1 de outubro, e previa-se que seria apresentada e
aprovada a Declaração Unilateral da Independência da Catalunha, com os votos de
Junts pel Sí y la CUP.
A CUP tinha já apelado a uma ampla
mobilização de rua para a próxima segunda-feira, 9 de outubro.
Carme Forcadell, presidente do
Parlamento da Catalunha, criticou no twitter a decisão do Tribunal
Constitucional de Espanha. “Suspender plenários que nem estão convocados é a
nova oferta de diálogo”, escreveu ela.
Meio milhão pela demissão de
Rajoy
Entretanto, a Avaaz lançou uma
petição “Presidente Rajoy: Demissão Já”(link is external), que já
foi subscrita por mais de 450 mil pessoas e que deverá rapidamente atingir o
milhão.
Nesse documento, as pessoas
independentemente da opinião que têm sobre o referendo catalão, repudiam a
“repugnante” e violenta repressão de domingo passado, considerando que a brutal
ação policial ordenada pelo governo de Madrid demonstra a “incapacidade” de
Rajoy para ser “líder de um país democrático e plural”. O texto aponta também
que a atuação policial atravessa “uma linha vermelha na nossa democracia que
não pode ser tolerada”.
Banco Sabadell e CaixaBank
As administrações dos bancos
Sabadell e CaixaBank (proprietário do BPI português), que têm sede social em
Barcelona, estão a debater e vão decidir se vão mudar de local para situar a
sua sede social, argumentando com a necessidade de garantirem a “segurança
jurídica” do quadro de regulação do Banco Central Europeu.
Segundo eldiario.es, o Banco
Sabadell tem apenas 15% do seu negócio na Catalunha.
Multiplicam-se apelos ao
diálogo
A Mesa de partidos, promovida por Unidos Podemos - En Comú -
En Marea, propôs à Generalitat da Catalunha e ao Governo espanhol que
acordassem numa pessoa ou num grupo para iniciar um diálogo. Os partidos
dominantes na Generalitat (PDeCAT e ERC) não recusaram a proposta. A recusa
veio de imediato da parte do Governo espanhol, que declarou: “O que tem de
fazer Puigdemont é renunciar à DUI [Declaração unilateral de Independência].
Não se pode lidar com quem faz uma chantagem tão brutal ao Estado].
O Podemos reúne a sua direção estatal na próxima sexta-feira,
para decidir iniciativas sobre o conflito.
Os apelos ao diálogo, no entanto, multiplicam-se.