sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Tribunal Constitucional espanhol suspende sessão plenária do Parlamento catalão

Tribunal Constitucional espanhol suspende sessão plenária do Parlamento catalão



Decisão visa impedir declaração unilateral da independência da Catalunha. Carme Forcadell critica: “suspender plenários que nem estão convocados é a nova oferta de diálogo”. Multiplicam-se apelos ao diálogo. Mais de 450 mil pessoas apelam à demissão de Rajoy.


Declaração unilateral de independência


A pedido do Partido dos Socialistas da Catalunha (PSC), o Tribunal Constitucional de Espanha decidiu suspender a sessão plenária da próxima segunda-feira, 9 de outubro, do Parlamento da Catalunha.


Nesse plenário, o presidente da Generalitat da Catalunha, Carlos Puigdemont, devia apresentar os resultados do referendo do passado domingo, 1 de outubro, e previa-se que seria apresentada e aprovada a Declaração Unilateral da Independência da Catalunha, com os votos de Junts pel Sí y la CUP.


A CUP tinha já apelado a uma ampla mobilização de rua para a próxima segunda-feira, 9 de outubro.
Carme Forcadell, presidente do Parlamento da Catalunha, criticou no twitter a decisão do Tribunal Constitucional de Espanha. “Suspender plenários que nem estão convocados é a nova oferta de diálogo”, escreveu ela.

Meio milhão pela demissão de Rajoy



Entretanto, a Avaaz lançou uma petição “Presidente Rajoy: Demissão Já”(link is external), que já foi subscrita por mais de 450 mil pessoas e que deverá rapidamente atingir o milhão.

Nesse documento, as pessoas independentemente da opinião que têm sobre o referendo catalão, repudiam a “repugnante” e violenta repressão de domingo passado, considerando que a brutal ação policial ordenada pelo governo de Madrid demonstra a “incapacidade” de Rajoy para ser “líder de um país democrático e plural”. O texto aponta também que a atuação policial atravessa “uma linha vermelha na nossa democracia que não pode ser tolerada”.

Banco Sabadell e CaixaBank


As administrações dos bancos Sabadell e CaixaBank (proprietário do BPI português), que têm sede social em Barcelona, estão a debater e vão decidir se vão mudar de local para situar a sua sede social, argumentando com a necessidade de garantirem a “segurança jurídica” do quadro de regulação do Banco Central Europeu.

Segundo eldiario.es, o Banco Sabadell tem apenas 15% do seu negócio na Catalunha.


Multiplicam-se apelos ao diálogo


A Mesa de partidos, promovida por Unidos Podemos - En Comú - En Marea, propôs à Generalitat da Catalunha e ao Governo espanhol que acordassem numa pessoa ou num grupo para iniciar um diálogo. Os partidos dominantes na Generalitat (PDeCAT e ERC) não recusaram a proposta. A recusa veio de imediato da parte do Governo espanhol, que declarou: “O que tem de fazer Puigdemont é renunciar à DUI [Declaração unilateral de Independência]. Não se pode lidar com quem faz uma chantagem tão brutal ao Estado].


O Podemos reúne a sua direção estatal na próxima sexta-feira, para decidir iniciativas sobre o conflito.


Os apelos ao diálogo, no entanto, multiplicam-se.