Catalunha declarada independência,
Madrid acciona artigo 155 da constituição da Espanha
Depois de terem sido
contados os votos e de a presidente do parlamento, Carme Forcadell, ter
anunciado o resultado da votação da proposta de declaração unilateral de independência
(com 70 votos a favor, 10 contra e dois em branco) ouviram-se aplausos no Parlament
catalão. E, logo de seguida, ouviu-se o hino da Catalunha cantado pelos
deputados que votaram a favor desta resolução bem como pelas pessoas presentes
nas galerias.
O governo central espanhol
anunciou nesta sexta-feira a dissolução do Parlamento regional catalão, a demissão
de lideranças locais e a convocação de uma eleição catalã para 21 de dezembro,
em resposta à aprovação do início de processo de independência da Catalunha.
Em meio à mais grave crise
política da Espanha nas quatro décadas de redemocratização, o premiê espanhol,
Mariano Rajoy, afirmou, em discurso transmitido pela TV, que o presidente
catalão Carles Puigdemont e seu gabinete serão removidos de seus postos e que
os catalães escolherão novos representantes.
"É urgente ouvir aos
cidadãos catalães, a todos eles, para decidir seu futuro, e ninguém pode agir
fora da lei em nome deles", declarou Rajoy.
A crise escalou nesta sexta-feira
quando o Parlamento da Catalunha deu aval ao processo para "constituir uma
república catalã como Estada independente, soberana, democrática e social”, em
uma sessão tumultuada, que foi abandonada pelos principais partidos de oposição
antisseparatistas.
Cerca de uma hora depois, o
Senado espanhol aprovou a intervenção de Madri no governo catalão, dando a
Rajoy o poder de dissolver o Parlamento catalão e convocar eleições.
As medidas, amparadas no artigo
155 da Constituição espanhola, foram aprovadas na Câmara Alta com 214 votos a
favor, 47 contra e uma abstenção.