quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

BANCO BARCLAYS RECUSA FORTUNAS DOS GOVERNANTES E ALTAS PATENTES DO REGIME JES/MPLA DE ANGOLA

BANCO BARCLAYS RECUSA FORTUNAS DOS GOVERNANTES E ALTAS PATENTES DO REGIME JES/MPLA DE ANGOLA


O Barclays está a fechar as portas às fortunas dos angolanos. Depois do fim do vínculo de dois bancos alemães, o Deutsche Bank e o Commerzbank, que asseguravam a importação de moeda estrangeira para Angola, este é o terceiro grande banco internacional a virar as costas a este país num curto espaço de tempo, devido às dúvidas quanto à proveniência do dinheiro.


Como se isso não bastasse, a sangria de divisas foi agora agravada com a perda, em novembro, de mais de mil milhões de dólares do stock das reservas internacionais líquidas de Angola.


Agora, o Barclays decidiu convidar alguns membros da elite local, com contas domiciliadas naquele banco, a retirar o seu dinheiro. Contactado pelo Expresso, o banco britânico não fez comentários.


A situação está a criar sérios embaraços entre alguns governantes e altas patentes do regime, que, perante o aperto das instituições financeiras internacionais, recusam trazer o dinheiro para Angola e estudam agora alternativas aos bancos ocidentais e ponderam drenar o dinheiro para alguns países do Leste europeu e para bancos turcos.


O Expresso sabe que, por exemplo, no Dubai, um ex-ministro das Finanças de Angola, que hoje se dedica à vida empresarial, mesmo com estatuto de residente, viu ser-lhe negada a possibilidade de abrir uma conta nos bancos locais.


Depois de ter soado o alarme nos Estados Unidos e de a banca europeia ter também exibido o cartão vermelho às instituições financeiras angolanas, o governador do Banco Nacional de Angola, Valter Filipe, esteve na semana passada em Roma e em Londres para tentar obter apoio de bancos no acesso a moeda estrangeira. Já o novo ministro das Finanças, Archer Mangueira, esteve nos últimos dias em Pequim para tentar obter um financiamento de 7,8 mil milhões de dólares, de modo a suportar vários projetos de obras públicas.


Esta viagem ocorre num momento em que se avolumam as dívidas contraídas pela Sonangol junto das principais petrolíferas que operam em Angola.


Expresso