BANCO BARCLAYS RECUSA FORTUNAS
DOS GOVERNANTES E ALTAS PATENTES DO REGIME JES/MPLA DE ANGOLA
O Barclays
está a fechar as portas às fortunas dos angolanos. Depois do fim do vínculo de
dois bancos alemães, o Deutsche Bank e o Commerzbank, que asseguravam a
importação de moeda estrangeira para Angola, este é o terceiro grande banco
internacional a virar as costas a este país num curto espaço de tempo, devido
às dúvidas quanto à proveniência do dinheiro.
Como se isso
não bastasse, a sangria de divisas foi agora agravada com a perda, em novembro,
de mais de mil milhões de dólares do stock das reservas internacionais líquidas
de Angola.
Agora, o
Barclays decidiu convidar alguns membros da elite local, com contas
domiciliadas naquele banco, a retirar o seu dinheiro. Contactado pelo Expresso,
o banco britânico não fez comentários.
A situação
está a criar sérios embaraços entre alguns governantes e altas patentes do
regime, que, perante o aperto das instituições financeiras internacionais,
recusam trazer o dinheiro para Angola e estudam agora alternativas aos bancos
ocidentais e ponderam drenar o dinheiro para alguns países do Leste europeu e
para bancos turcos.
O Expresso
sabe que, por exemplo, no Dubai, um ex-ministro das Finanças de Angola, que
hoje se dedica à vida empresarial, mesmo com estatuto de residente, viu ser-lhe
negada a possibilidade de abrir uma conta nos bancos locais.
Depois de
ter soado o alarme nos Estados Unidos e de a banca europeia ter também exibido
o cartão vermelho às instituições financeiras angolanas, o governador do Banco
Nacional de Angola, Valter Filipe, esteve na semana passada em Roma e em
Londres para tentar obter apoio de bancos no acesso a moeda estrangeira. Já o
novo ministro das Finanças, Archer Mangueira, esteve nos últimos dias em Pequim
para tentar obter um financiamento de 7,8 mil milhões de dólares, de modo a
suportar vários projetos de obras públicas.
Esta viagem
ocorre num momento em que se avolumam as dívidas contraídas pela Sonangol junto
das principais petrolíferas que operam em Angola.
Expresso