quarta-feira, 21 de outubro de 2015

COMUNICADO DE IMPRENSA - Discurso do Presidente José Eduardo dos Santos na Assembleia Nacional

COMUNICADO DE IMPRENSA
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REACÇÃO DO MOVIMENTO DO PROTECTORADO LUNDA TCHOKWE SOBRE O DISCURSO DO PRESIDENTE DE ANGOLA JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS NA ASSEMBLEIA NACIONAL SOBRE O ESTADO DA NAÇÃO



O Movimento do Protectorado Lunda Tchokwe, acompanhou atentamente o discurso pronunciado por Vice-Presidente da República de Angola, Sr Manuel Domingos Vicente, na abertura da 4.ª Sessão da terceira legislatura da Assembleia Nacional em Luanda, aos 15 de Outubro de 2015 em representação do Presidente José Eduardo dos Santos.



Importa salientar se esse discurso foi abrangente para todos os povos e Nações que integram o aglomerado, hoje conhecido como a República de Angola ou somente, é dirigida ao povo especifico dos limites de Angola. Para o movimento do Protectorado Lunda tchokwe, seis aspectos ressaltam neste discurso; Unidade na diversidade, Divisões e discriminações, Estabilidade Politica de Angola, Direitos Humanos, Ingerência estrangeira, Crédito da China entre outros.



No geral, este discurso disse e não disse, só autonomia da Lunda tchokwe pode salvar o futuro e perpectuar a paz de Angola, porque a Unidade na Diversidade, significa na diferença ou diferente, no pensamento e nas suas convicções, diferente na sua cultura e na sua existència, diferente no respeito ao reconhecimento dos outros e seus pertences, não é isso que se verifica,  não podemos sentirmo-nos orgulhosos e felizes enquanto somos colonizados, usurpados e humilhados.


Temos um direito reconhecido na carta da ONU e nos artigos 19.º, 20.º e 21.º da Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos e da declaração Universal dos Direitos Humanos, bem como o nosso próprio direito legítimo, histórico natural da nossa existência divina, como qualquer outro povo no planeta terra, essa nossa diferença e diversidade é que nos divide, por essa razão somos discriminados, vedados de reclamar o nosso próprio direito.



Senhor Presidente, quantos Lunda tchokwe, sáo donos ou accionistas de Bancos em Angola? Quantos são donos de grandes superficies comerciais? Quantos ministros, embaixadores, milionários ou em outras latitudes da tomada de decisão no vosso governo? Isso não é divisão e discriminação?


As causas principais de todos os tipos de conflitos, são as ocupações ilegais sem o consentimento dos próprio povos donos das suas terra ou colonização e as injustiças, que, quando incidirem sobre os direitos políticos civis e reais ou de propriedade de cada sócio do pacto e, os direitos do desenvolvimento da personalidade, sem que haja uma tentativa de diálogo aos problemas políticos, podem sim, produzir conflitos pela via da violência e das armas.



Perguntamos; temos conflito territórial em Angola ou não? Só é conflito quanto é violento? Quanto é de guerra? Quanto produz refugiados e desarticula o normal funcionamento do Governo? Como é que o Governo de Angola classifica o processo do Protectorado Lunda Tchokwe e o conflito de Cabinda?



A incapacidade de conciliar as diferenças e divergências, sejam elas de tensões étnicas e religiosas, muitas vezes acompanhadas por surtos de guerra ou violência, advêm pelos comportamentos da falta de cultivar a reconciliação, o diálogo, a falta da busca da verdade, a falta da promoção da justiça, de todos terem voz, serem livres de expressar as suas preocupações, as suas aspirações e os seus temores, aceitarem uns dos outros nessa diferença e diversidade e de o governo respeitar as legitimas diversidades, não como uma ameaça, mas como uma realidade.



Nós perguntamos: quem se sente ameaçado com autonomia da Lunda Tchokwe – Kuando Kubango, Moxico, Lunda Sul e Norte?



O Presidente José Eduardo dos Santos, perde mais uma oportunidade de esclarecer ao mundo e Angola a existência do conflito não violento, pacifico com o povo e a Nação Lunda Tchokwe, a continuar agir desse modo caminhamos a passos seguros para uma situação de crise profunda. Senhor Presidente, amanhã será muito tarde.



A estabilidade política de Angola e o futuro de Paz permanente esta nas suas mãos, porque o povo Lunda Tchokwe não pode esperar eternamente que se abram portas para a estabilidade com atitudes violenta do estado Angolano, de repressão psicológicas e de discriminação, a solução recomendável é a Autonomia. Vamos lutar para que isso aconteça, pautamos pela repartição das competências, autonomia administrativa, económica a favor da paz e verdadeira unidade de Nações das Nações de que integram Angola.



Tudo é ajustável por via da humildade, menos as fórmulas atípicas retrógradas que devem ser combatidas intransigentemente.


O discurso do Presidente José Eduardo dos Santos, fala dos abusos do poder e violação dos direitos humanos, o Presidente não falou de mais de 174 cidadãos Lunda tchokwes desaparecidos desde Junho de 2015 na localidade de Cafunfo, não mencionou os massacres angolanos do monte sumi no Huambo, prisões arbitrárias e presos políticos que se encontram arrogantemente nas cadeias do regime tirânico.



De lembrarmos  que os actuais conflitos dos Grandes Lagos é parte da mesma região de África onde se situa a Nação Lunda Tchokwe, que o Presidente de Angola não é capaz de dar solução apaziguadora plausível na qualidade de presidente em exercício para a resolução do referido conflito, enquanto no terreno procura-se criar outros conflitos internos.  



Em nome da Paz, Liberdade e da Democracia, nós não queremos derramamento de sangue inocente e crueldade que são métodos selváticos dos tiranos, métodos já condenados ao fracasso pelo mundo civilizado.


Luanda, 20 de Outubro de 2015.



O Comité Executivo Nacional  do Protectorado Lunda Tchokwe