sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
Bispo do Dundo preocupado com pobreza no Leste de Angola
O Bispo da diocese do Dundo e delegado apostólico de Saurimo, Dom José Manuel Imbamba, mostrou-se preocupado com o crescente nível de pobreza que assola as populações da região Leste do país, Lundas Norte, Sul e Moxico, que têm como base de sustento a extracção artesanal de diamantes e a prática de agricultura de subsistência. O facto foi revelado durante uma audiência que concedeu ao líder da UNITA, Isaías Samakuva, que esteve em visita de trabalho nessa região.
Dom Manuel Imbamba disse que a situação agudizou-se ainda mais com o fim da exploração ilegal dos diamantes, decretado pelo Executivo, que era considerada como a única fonte de receita da maior parte da população. O prelado sublinhou que a indigência é visível no seio desta gente que precisa de emprego, água, luz e habitação condigna, embora exista um esforço das autoridades competentes para reverter o actual quadro, que caracterizou de “sombrio”.
Segundo o bispo, há informações de actos de violência nas zonas de extracção de diamantes, perpetrados por efectivos das empresas de segurança contra cidadãos indefesos que insistem em procurar diamantes nas minas proibidas, para sobreviver, havendo mesmo situações que terminam em mortes. Esses casos, segundo D. Manuel Imbamba, ocorrem com maior frequência no município do Cuango, onde está localizada a maior bacia hidrográfica no rio com o mesmo nome.
O Bispo explicou que o facto de o diamante ser o único recurso das pessoas para obterem dinheiro, no Leste, sobretudo nas Lundas, mesmo com as denúncias de mortes de pessoas assassinadas e outras afogadas ao rio quando são surpreendidas supostamente por efectivos das empresas de segurança, que protegem as minas, elas não param de o fazer, e alegam ser a única forma de contrapor à fome, à miséria.
Reconheceu que a situação está a tomar contornos imprevisíveis e a solução passa necessariamente por políticas eficazes e abrangentes para as populações que clamam por soluções urgentes. Uma destas políticas, segundo o dirigente católico, é o incentivo dos cidadãos, maioritariamente camponeses, a optarem pela prática da agricultura de subsistência para a autosuficiência alimentar, tendo em conta a existência de solo arável nas Lundas e com realce no Moxico. “Este pode ser um dos passos para se diminuir a pobreza no seio das populações”, afirmou o bispo.
Prudente nas suas declarações, durante o encontro com Isaías Samakuva, Dom Imbamba reforçou que se esta política for levada em consideração por quem de direito, em toda a região do Leste a miséria e a pobreza poderão reduzir-se significativamente nos próximos tempos. “ Caso se efective esta ideia, as pessoas deixarão de depender exclusivamente da extracção e venda de diamantes para a sua sobrevivência” , uma prática que remonta há anos, ou seja, desde a exploração destas “pedras brilhantes”, ainda na era colonial”.
Universidade vai mudar o quadro
O bispo do Dundo acredita que com a implantação de pólos universitários nas províncias da Lunda Sul, Lunda Norte e Moxico, a actual situação poderá mudar num futuro próximo, com o lançamento de novos quadros que sairão destas universidades, que, na sua óptica, poderão ajudar a desenvolver as suas respectivas regiões, que clamam pela falta de tudo para resolver as prementes necessidades que afligem as suas populações. “ A implantação das Universidades nas províncias poderá ajudar a mudar muita coisa, e esperemos que isso aconteça o mais breve possível”, afirmou Dom Imbamba.
Segundo o prelado, “ uma sociedade só muda se tiver homens formados em várias áreas do saber, dando respostas às várias necessidades ou preocupações que se lhes apresentarem pela frente, e por isso mesmo, os formados que sairão destas universidades ajudarão a desenvolver a região que por esta altura precisa de muita coisa para o bem das suas populações, e também do país em geral”, referiu.
Durante o encontro com a comitiva da UNITA, chefiada pelo seu líder, o sacerdote sublinhou ainda que a situação sócio-económica do Leste agrava-se ainda mais devido ao fluxo migratório de estrangeiros, alguns dos quais vivendo em situação ilegal, apesar do esforço incansável das autoridades para contornar essa situação que tem sido uma preocupação constante.
Alguns destes estrangeiros, afirmou o prelado, fazem-se passar por pastores de seitas religiosas espalhadas nestas províncias, e têm estado a pregar uma doutrina alheia à matriz cristã. Os locais de culto, segundo o bispo, servem de esconderijos para muitos destes pastores e seus crentes, cuja maioria vive em condição supostamente ilegal. Referiu também que com base na existência de tais seitas, o número de igrejas aumentou significativamente, atingindo as centenas.
As aludidas seitas, dirigidas maioritariamente por congoleses-democráticos, estão espalhadas em áreas de garimpo. Para além dos congoleses, estão também emigrantes oeste-africanos, detentores de vários negócios na região, e que ergueram várias mesquitas (templos muçulmanos), um pouco por toda a Lunda, onde, para além de adorar Aláh (Deus), ensinam também o Alcorão, o livro sagrado do Islão.
Feitiçaria preocupa clero
As acusações de práticas de feitiçarias contra as pessoas subiram de tom nos últimos tempos, segundo o bispo Manuel Imbamba, que explicou que o problema está a generalizar-se em toda a extensão territorial das Lundas e do Moxico. Sem revelar a faixa etária mais vulnerável destas acusações que considera de gravíssimas, o bispo da diocese do Dundo disse que o assunto inspira sérios cuidados e é necessário a conjugação de esforços para se acabar com esta situação que se pode constituir num fenómeno endémico.
Para melhor ilustrar a gravidade do problema, o prelado relatou um episódio “triste e chocante” ocorrido no município do Lucapa (Lunda-Norte) no ano passado, em que foram enterradas duas pessoas vivas, acusadas de “terem enfeitiçado uma criança de tenra idade”.
Os dois homens foram sepultados na mesma campa que a suposta vítima de feitiço, acontecimento que provocou um profundo sentimento de mal-estar na localidade. “ Este caso chocou toda a sociedade, não só da Lunda, mas de toda Angola, quando o assunto se tornou do conhecimento geral”, recordou o bispo.
Na óptica de D. Imbamba, para se acabar com esta situação, é preciso que se tomem medidas profilácticas que passam pelo esclarecimento das populações para que não acredite na fantasia do feitiço e evite as acusações gratuitas de práticas de feitiçaria e outras.“ É preciso explicar às pessoas que devem abster-se desta prática no seio das nossas comunidades”, sublinhou.
Quanto à questão da evangelização dos povos, o bispo disse que a sua diocese precisa de mais sacerdotes para levar a mensagem de Deus até às áreas mais recônditas, porque os poucos disponíveis são insuficientes para a cobertura total que se pretende.
“ A diocese é nova e precisa de mais missionários para darmos respostas às preocupações das nossas comunidades”, defendeu. Refira-se que Dom José Manuel Imbamba é o primeiro Bispo da Diocese do Dundo, criada em 2008.
quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
AUTONOMIA ADMINISTRATIVA E FINANCEIRA EFECTIVA DA LUNDA TCHOKWE É UM IMPERATIVO
A Questão da Lunda 1885-1894” e o direito de Autonomia Administrativa e Financeira Efectiva, nos termos de sucessão colectiva e fundamentos Jurídicos dos tratados de Protectorado de 1885 – 1894, assinados entre Portugal e Soberanos – Muananganas Lunda Tchokwe, da Convenção de Lisboa de 25 de Maio de 1891, ractificado no dia 24 de Março de 1894 sobre a delimitação das fronteiras na Lunda e trocado no dia 1 de Agosto do mesmo ano, entre Portugal e a Bélgica sob mediação Internacional da França, na presença da Alemanha, Inglaterra e do Vaticano, tornando assim a Lunda em um Estado Independente e os tratados “Jus Cogens Internacional” – “Pacta Scripta Sunt servanda”. Portugal produziu moralmente a Lei N.º 8904/1955 de 19 de Fevereiro, a Lunda foi atribuida a letra “g” no contexto das Nações e o nosso Manifesto dirigido ao Governo Angolano no dia 3 de Agosto de 2007, a trocar a nossa própria independência por mero Estatuto de Autonomia Administrativa e Financeira Efectiva, de forma aberta, pública, Jurídica e transparente.
Treaties & Conventions
Signed between the portuguese and the Lunda Tchokwe
1885, 23 February - Protectorate Treaty signed between Portugal e Mona Samba (Capenda)
1885, 31 of October - Protectorate Treaty signed between Portugal and Caungula (Xá Muteba)
1886, 2 of September - Protectorate Treaty signed between Portugal and Tchissengue and his Nobles Muananganas (Quiocos)
1886, 1 December, Lucusse - Protectorate Treaty signed between Portugal and Muatianvua Ambinji Superior of the Calambas of Moxico
1887, 18 of January - Protectorate Treaty signed between Portugal and the Imperial Royal Court of King MUATIÂNVUA
1890 - Agreement between Portugal and the Independent Free State of Kongo concerning the Lunda Territory
1891 - Treaty between the the Independent State of the Kongo and portugal, for the delimitations of their respective Spheres of sovereignty and influence in the Lunda Region. Signed in Lisbon on the 25 May 1891, rectified in Brussels on the 24 March 1894 and exchanged between the two nations on the 1 August 1894.
Between 1917 and 1920 the Portuguese finally occupied the Lunda region east of the Kwango River. Diamonds had been found in 1912, and in 1920 the Diamang company took power and gave the Portuguese Government 5% of the shares and was exempted on taxes and duties on imported equipment. Diamang soon recruited 10,000 workers
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
Dr Jota Filipe Malakito - Escreveu ao Director Provincial dos Serviços prisionais, por obstrução das suas consultas médicas desde Novembro de 2010
Dr Jota Filipe Malakito, Presidente da CMJSPLT raptado e preso desde Maio de 2009, escreveu ao Director Provincial de Luanda dos Serviços Prisionais, por causa da continua obstrução das suas consultas médicas no Hospital Central Militar de Luanda e da URP desde Novembro de 2010.
A Carta escrita dia 8 de Fevereiro de 2011 a partir da Comarca de Viana, fez entrada no Gabinete do DPSP de Luanda dia 11 de Fevereiro de 2011, a mesma até hoje não teve resposta por parte da Direcção Provincial dos Serviços Prisionais.
O Dr Jota Filipe Malakito, na sua carta lembra que foi envenenado com um produto denominado ZOMAN-ZARIN=Z2 que os efectivos da casa militar da Presidência da Republica que o haviam raptado, introduziram nas 19 refeições e água que usou durante os dias que permaneceu na prisão da Força Aérea Nacional - FAN antes de ser transferido para a DNIC.
A referida obstrução das consultas, aconteceram no dia 16/11/2010, no dia 12/12/2010, no dia 6/01/2011 e no dia 12/01/2011, até aqui nada de consultas nem de tratamentos e o Estado da sua saúde continua preocupante.
Dr Jota Filipe Malakito, sofre com problemas de perca continuada de visão, dores fortes dos testículos e problemas no joelho da perna direita, sem a joelheira plástica ele não consegue se mover.
ACUSADO POR ARTIGO 26 DA FALECIDA LEI 7/78, de crime contra a segurança de Estado, esta lei já esta revogada desde 3 de Dezembro de 2010.
«Savimbi foi-nos entregue»
O chão de Angola tremeu, de Norte a Sul, do Leste a Oeste. Tremeu, não por causa do frio provocado pelas orvalhadas das noites do Moxico, mas sob o peso do corpo morto de Jonas Savimbi. Houve quem pensasse que fosse haver um levantamento no Centro-Sul do País devido à morte do líder da UNITA. Nada disso se passou. E já lá vão nove anos.
Portugal, Israel e os Estados Unidos da América (EUA) tiveram um papel decisivo para que, com sete balas (há quem diga que foram mais), se colocasse ponto final à vida de um velho guerri-heiro que vai certamente figurar nos anais da História de Angola, e não só, como tendo sido um estadista sem Estado: Jonas Malheiro Savimbi.
O primeiro (Portugal), segundo consta, terá treinado a matilha que os efectivos da Unidade Anti-Terror (UAT) usaram para farejar o rasto de Jonas Savimbi nas matas do Moxico. O segundo (Israel) teve um papel importante no domínio das telecomunicações/informações, ao passo que o terceiro (EUA) deu o seu assentimento para que se aplicasse o golpe final.
Operação “Kissonde”
A morte de Jonas Savimbi, de acordo com uma fonte ligada às Forças Armadas Angolanas (FAA), só foi possível devido ao concurso de antigos colaboradores directos do líder da UNITA, bem como de alguns que o acompanharam até ao último dia da sua vida.
«Savimbi foi-nos entregue»
O que o general Camalata Numa conta, que tinha ido pôr as pilhas ao sol para ouvir o relato do jogo do Sporting, não é verdade», esclareceu a fonte, que se escusou a dar mais pormenores, mas que pensa um dia escrever um livro quando estiver às portas da sua reforma.
De facto, altos quadros da UNITA que estavam com Jonas Savimbi colaboraram no que pensavam que seria apenas a captura e não a morte do velho guerrilheiro. Porém, acabaram por ajudar para que o seu líder fosse morto e, pelo sim e pelo não, até estavam a alguma distância quando as armas dispararam.
Os militares das FAA e agentes da UAT que participaram da operação «Kissonde» foram escolhidos a dedo para acautelar eventuais fugas de informação. Por isso, houve generais das FAA - que se supunham presumíveis informadores de Jonas Savimbi - que perderam o cabelo e correram o risco de sofrer um ataque de nervos por não terem sido seleccionados para fazer parte da operação que levou à morte do seu líder e à posteriori capitulação da UNITA.
De bestial a besta
A História - essa ciência de que Jonas Malheiro Savimbi tanto avocava e prezava - encarregar-se-á, um dia, de esclarecer, sem sofismas nem eufemismos, todos os factos, até aqui inauditos, que levaram a que um número restrito de operacionais de UAT, acompanhado de cães treinados algures em Portugal, ferisse mortalmente, no dia 22 de Fevereiro de 2002, o fundador da UNITA nas matas do Lucusse (Moxico).
Jonas Savimbi, que Ronald Reagan (antigo presidente do EUA) considerou, nos idos da década de 80, um bestial «combatente da liberdade», passou, nos anos 90, a terrorista besta por causa do interesse da administração norte-americana pelo petróleo angolano, tendo morrido emocionalmente muito antes do fatídico dia 22 Fevereiro de 2002.
O começo do fim do velho-guerrilheiro ficou marcado quando o Governo angolano decidiu pôr em prática um projecto elaborado por um antigo tribuno à Assembleia Nacional pelo MPLA que visava aliciar importantes quadros políticos e militares da UNITA no interior e exterior do País, raptar os filhos de Jonas Savimbi que se encontravam a estudar em alguns países africanos (Togo e Costa do Marfim) e pô-los a falar contra o próprio pai.
O desespero
A par das derrotas militares que levaram à captura e perda de importantes cabos de guerra e de praças fortes como o Bailundo (Huambo), Andulo (Bié), a criação da UNITA Renovada - que teve como animadores principais Jorge Valentim, Eugénio Manuvakola e Demóstenes Chilingutila - foi o plano que (também) deixou Jonas Savimbi militarmente desesperado e politicamente atordoado.
Mesmo assim, não fora primeiro a traição de antigos colaboradores e, depois, a colaboração com o «inimigo» de alguns dos elementos do seu Estado-Maior, Jonas Savimbi teria certamente escapado a mais uma das muitas tentativas para o liquidarem.
Jonas Savimbi acreditava nos seus soldados. E, por isso, foi apanhado. Quando, no início de 2002, lhe foi dito que deveria abandonar a zona e que se necessário haveria forma de «alguém» o ir buscar, respondeu que não abandonaria Angola nem os seus soldados.
Disse, cumpriu e morreu, de forma ingloria, junto dos poucos soldados que se aprestaram a ficar com ele até à altura do último suspiro.
Real Soares
Semanário Angolense
segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
Real Ordem da Asa de São Miguel
A Real Ordem da Asa de São Miguel é a Ordem Dinástica de Cavalaria de origem Portuguesa mais antiga. Ao contrário de muitas Ordens Portuguesas, esta não foi nacionalizada como uma condecoração de Estado depois da implantação da Republica em 1910.
S.A.R, o Duque de Bragança é Grão Mestre Nato da Ordem sendo também “Juiz Honorário” da Real Irmandade de São Miguel da Ala , canonicamente erecta em várias Dioceses do Mundo como complemento social activo da Ordem. É à Mesa Mestral da Ordem que se decide se um Postulante reúne requisitos para ser admitido como Dama ou Cavaleiro .
A Ordem foi fundada em 1147 pelo Rei D. Afonso Henriques de Portugal para honrar um grupo de Cavaleiros da Ordem de São Tiago do Reino de Leão que o assistiram na tomada de Santarém aos Mouros, em Festa de São Miguel, a 8 de Maio de 1147. Na sua forma original, a Ordem era composta por uma Ala de membros da Ordem Militar de São Tiago e é por essa razão que ainda mantém, nas suas armas, a espada vermelha daquela Ordem, que durante séculos, esteve acompanhada na lamina por duas flores de lis, representativas da Regra Cisterciense que os seus membros observavam na Real Abadia de Alcobaça, onde a Ordem, juntamente com outras seis Ordens Militares Religiosas menores, esteva sediada até ao restabelecimento das Ordens como "Honoríficas de Cavalaria", não militarizadas, e sem uso ou recurso a armas.
Os primeiros Estatutos da Ordem foram aprovados pelo Papa Alexandre III em 1171 e devido a esse facto, o mesmo ano é por vezes referido, em erro, como data da sua fundação. O Rei Dom Miguel I, em 1848, depois de ter sido derrotado pelo exército internacional de seu irmão Dom Pedro, (ex Imperador do Brasil), nas lutas liberais, deu-lhe novos estatutos enquanto vivia em exílio no Vaticano. Estes estatutos reformularam-na como Ordem Militar Secreta para proteger os seus fiéis e a Igreja e restaurar a Monarquia tradicional em Portugal. A sua actividade foi suspensa no entanto, uma década mais tarde, depois do Papa ter proibido todas as organizações secretas, incluindo as Católicas.
A Ordem não foi incluída entre as Ordens nacionalizadas pela Republica Portuguesa, depois da revolução de 1910 embora o governo reconhecesse a sua existência no Panteão das Honras da Casa Real desde 1850 conforme vem publicado no Anuário Diplomático. A partir dessa altura e até 1986, a Ordem foi concedida como condecoração dinástica exclusiva, pelos descendentes do Rei Dom Miguel que assumiram o título de "Grão Mestre Nato".
Em 1986, Dom Duarte, Duque de Bragança informou a Santa Sé e a Republica Portuguesa que ainda era Grão Mestre da Ordem e que ainda conferia a mesma como Condecoração de Mérito por reconhecimento de serviços prestados à Casa Real, ao Culto de São Miguel, à Igreja, ou por actos beneméritos humanitários e contribuições culturais.
Em 2001, o Duque de Bragança promulgou novos estatutos que submeteu a vários Bispos, para que fosse criada uma Real Irmandade Católica para complementar a Ordem como grupo social activo para membros Católicos . A Real Irmandade encontra-se Canonicamente Erecta em várias Dioceses do mundo como Associação Católica de Fieis.
É de notar que depois da reformulação dos Estatutos da Ordem em 2010, as Insígnias adoptadas pela Mesa Mestral são diferentes daquelas assumidas pela Real Irmandade que está sob a tutela directa da Santa Madre Igreja.
Poderão ser condecorados pela Ordem, pessoas de qualquer nacionalidade e religião, em reconhecimento de contributos extraordinários para as obras sócio – caritativas da Casa Real ou pela propagação do culto de São Miguel Arcanjo, tradicionalmente venerado como Anjo de Portugal e Anjo da Paz.
Os membros da Ordem são todos “Honorários” desde 1834 mas os Católicos Apostólicos Romanos designados de "Professos" podem ser propostos para Irmãos Confrades da Real Irmandade de São Miguel da Ala da Diocese mais próxima da sua residência. Só os Irmãos Professos (Católicos) da Real Irmandade podem usar a capa ou manto de Capela.
Fonte: casarealportuguesa
Treaty of Protectorate signed between portugal and Mona Samba (Capenda)
O Blog Protectoradodalunda iniciou a publicação na língua Inglesa os tratados de Protectorados assinados com Portugal entre 1885 à 1888 e outros documentos importantes sobre a Lunda Tchokwe.
Treaty of Protectorate signed between portugal and Mona Samba (Capenda)
23rd of February 1885
Carvalho, Henrique AD, pp. 39-43
Having the portuguese expedition, in special mission of the government of his majesty to the Muatianvua, with her consent of Mona Mahango (Mona Samba), her children and all other family member, made to be built next to her ambanza (sic), in the lat. South 8º 27’ and long.
East of Greenwich. 17º 33’ a house of clay walls, from which plans and dimensions are sent copies of to the government of his majesty and to his excellency the counsellor governor general of the province of angola; consent that imported 50 pieces of linen, it will remain therefore this house property of the portuguese state known by the name of “ station of portuguese civilization Costa and Silva”, may on it be established at all time, without any other levies, the mission that the government of his fidelissima majesty may see fit to this end nominate.
To all effects the Chief of this mission it will be considerate by Mona Samba, by Mona Buizo (Mona Cafunfo), by her children, and further members of the family and the peoples, delegate of the general government of angola, in this region, and it will be he who in accord with the two Potentates Mona Samba or Mona Buizo, shall resolve all pending matters that may arise between portugueses and the People under Her dominion, and who it may resolve all those matters that hereby will be stipulated in this Treaty.
The delegate of the general government of angola, when he judges necessary for further development of the mission or for the establishment of new ones, in this or in another locality in the domains of Mona Mahango (Samba) or of Mona Cafunfo (Buizo) it will act to build houses, religious temples, warehouses, administration offices, and any other dependences that for it, it may not need to pay more than the value of one yard of cloth for each 10 square metres of land occupied by the so referred edifications, being the measurements made by the chief of the nearest village with the assistance of the delegate of the government general of angola, and one impunga (representative) of Mona Mahango or of Mona Cafunfo.
The sons and the portuguese subjects born in this region, be what may be the nationality of the mother, as well the slaves by those and by the mission, will be for all effects considerate portugueses and as such baptised and educated in the schools of the missions.
The subjects of Mona Mahango and of Mona Cafunfo, when they be in portuguese land, they will be considerate subjects of his majesty fidelissima, and they will enjoy of the same rights and privileges that his all others enjoy.
The transgressions or crimes practised by portuguese subjects in this region, shall be punished in conformity with the codes of their county and when they are charged with punishment out side of the jurisdiction of the delegate of the government general of angola, he will forward the delinquent under prison arrest, accompanied by the competent edict, to the first portuguese authority to whom he shall be given to be judged as if the crime where committed in portuguese lands.
The delegate of the government general of angola, will have at his disposal the necessary force to maintain its authority, guarantee the security of the peoples and of goods of the colony and of the portuguese stations, to lend to Mona Mhango, Mona Cafunfo, Chiefs of the villages and to its people, all the indispensable assistance in compliance with the clauses that hereby are consigned, and also against the malefactors when that assistance is requested by any one of those two potentates and when those cries for help do not drag with them compromise to the colony and to the portuguese station.
Next to the stations and in any location of the domains considered it can be established portuguese factories, commercial or agricultural, acquiring for that purpose the pretender all the needed licences by the intermediary of the delegate of the general colonial government of angola.
The portuguese subjects that only wish to transit in the lands of Mona Mahango or Mona Cafunfo being in possession of commercial loads, has to pay four pieces of cloth to those who the land belong to: but if its end, be to negotiate for the transit, then it will obtain a special licence for commerce for which will pay two pieces and in any each cases, the villages in which it will have to camp, it will have to pay a piece to the Chief of that village.
If the portuguese subject wishes to establish temporarily (until two months) in any location, in a place of a land it will have to pay the Chief of the Village, two pieces, for six months or a year, and for that aim has to obtain a licence from Mona Samba or Mona Buizo, which in the first case, imports four pieces of cloth and in the second case, in six pieces, apart of the two that it has to pay to the Chief of the Village.
When the resident constructs its house with clay, for him and his factory, which ever it may be the size, may not do it without the license from Mona Mahango or Mona Cafunfo, and this imports in twelfth pieces of cloth, for each of this potentates and three for the Chief of the nearest Village.
The lands for farming will be given gratuitously, but those occupied by what so ever edifications in them encountered shall be subject to what has been now classified.
The licences are obtain in the manner which is been said, by the intervention of the delegate of the government general of angola, and those who within fifteenth days have not yet paid for them, a warning from the same delegate
they will be fined in the triple of the value of the licences, remaining 1/3 in the delegation for the expenses that may have to be done and 2/3 given to Mona Mahango or to Mona Cafunfo, to whom it belong.
The pieces of cloth correspond to (0,m90 it is the unity equivalent to a measurement of the indigenous four “beirames”(2,m70) and can be paid with any type of article of equivalent value, when ever the interested parties agree upon.
In regards to His Excellency the Counsellor Governor General of Angola, does not take any resolution, of what here remains agreed upon, and to who ever it may be given this station, it will remain under the vigilance of the merchant
José António de Vasconcellos, to whom by this means I nominate for the interim period as the Chief of the Portuguese Civilization Station Costa e Silva, and as such he will also remain acting in the functions of Delegate of the government of angola, the same I have already communicated to the distinguished gentlemen.
Civilization Station Costa and Silva, 18 February of 1885.
Extracted from the book of the expedient of the portuguese Expedition to the Muatiânvua N.º 2, which was present to vote of Mona Samba, Dame of Mahango and all her council in her ambanza on the 23rd of February 1885 to which have assisted the portuguese residents in the act that has been made to be raised.
In petition of Mona Samba, Mona Cafunfo, Mona Mucanzo, Mona Candala and Mona Piri.
– Manoel Rodrigues da Cruz.
– José António de Vasconcellos, interim delegate of the government of angola.
– Manoel João Soares Braga.
– In petition of Mona Palanga, Camba Gunza, Cademba, Camba Muzumbo, Xá Muncunguile, CambaTendala e Quicora Sonhi, Garcia Fragoso dos Santos.
– In petition of António Gonçalves Gomes, Joaquim Domingos Tambor.
– G. F. Santos.
- Garcia Fragoso dos Santos.
– Manoel Rodrigues da Cruz.
– Manoel Francisco Melanguni.
– Henrique Augusto Dias de Carvalho, chief of the expedition.
– Agostinho Sisenando Marques.
– Manoel Sertorio de Almeida Aguiar.
– In petition of Augusto Jayme, António Bezerra of Lisbon.
– José Faustino Samuel.
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sábado, 19 de fevereiro de 2011
MPLA é partido da esquerda dinâmica
A elite que dirige este país está a afastar-se de forma muito dinâmica de qualquer contacto com a ideologia de esquerda, se é que existe uma tal ideologia, porque no mundo há várias esquerdas. Agora existe mais uma: a esquerda dinâmica. O MPLA só é realmente de esquerda em matéria de controlo da sociedade e de repressão, da esquerda totalitária herdada dos antigos regimes socialistas do leste europeu e dos "nuestros hermanos cubanos".
Fonte:morrodamaianga.blogspot.com
China concedeu 10 mil milhões de dólares entre 2009 – 2010
Pretória (Canalmoz) - Entre 2009 e 2010, a China concedeu a Angola financiamentos no montante de 10 mil milhões de dólares, de acordo com o semanário angolano «Expansão».
Daquele montante global, 1,5 mil milhões de dólares foram desembolsados pelo Banco de Desenvolvimento da China, 2,5 mil milhões de dólares pelo Banco Comercial e Industrial da China e 6 mil milhões de dólares pelo Banco de Exportações/Importações (Exim), igualmente chinês.. O jornal, que cita Sofia Fernandes, do Instituto Universitário de Lisboa, durante um encontro realizado em Luanda subordinada ao tema "China em África: desafios e oportunidades para Angola", acrescenta que “para além das linhas de financiamento oficiais, criou-se, em 2006, o Gabinete de Reconstrução Nacional (CRN) para gerir uma linha de crédito privada, com base no China International Fund, de 2,9 mil milhões de dólares que o Banco Mundial admite, no entanto, rondar 10 mil milhões de dólares”.
Segundo a mesma especialista, entre 2004 e 2007 o investimento privado chinês em Angola atingiu 2 mil milhões de dólares, ao qual foi acrescentada mais tarde uma verba adicional de 500 milhões de dólares.
O artigo do semanário Expansão refere que ainda em 2007 foi assinado um novo acordo no valor de 2 mil milhões de dólares dirigido prioritariamente para sectores de abastecimento de água e energia.
Em 2009, segundo Sofia Fernandes, um outro acordo teria sido rubricado, desta vez por via do Banco de Desenvolvimento da China, destinado ao desenvolvimento de projectos do sector agrícola.
De acordo com dados deste banco, durante a visita do vice-presidente chinês, Xi Jinping, a Angola, em Novembro de 2010, foi acordado um outro financiamento entre Angola e a China avaliado em mais de 400 milhões de dólares para reconstrução de infra-estruturas e segurança alimentar, para além de outros 100 milhões de dólares, destinados ao financiamento de pequenas e médias empresas.
Durante a conferência, Sofia Fernandes, baseando-se em dados da Agência Nacional de Investimento Privado (ANIP), referiu que 92,6 por cento do investimento privado chinês em Angola está concentrado em Luanda, sendo 77,3 por cento no sector da construção civil, na sua maioria em equipamento importado da China para desenvolvimento de projectos.
“Da restante verba, cerca de 11,9 por cento do investimento foi destinado ao sector industrial e 1,25 por cento para o comércio e retalho”, assinalou ainda Sofia Fernandes, que indicou que 76,8 por cento do investimento total ocorreu em 2008.
No sector industrial, as áreas mais importantes foram o fabrico de equipamentos de controlo industrial, equipamento de transportes, fabrico de estruturas como portas e janelas, num investimento total de 14,4 milhões de dólares, na sua maioria em projectos desenvolvidos em Luanda.
Sofia Fernandes destacou também o investimento de 5 mil milhões de dólares na produção de produtos farmacêuticos e afins para utilização médica, no Cuanza Sul, e sublinhou a presença de interesses chineses na Zona Económica Especial (ZEE) de Viana, em Luanda, em que investidores da China estão presentes numa fábrica de cerâmica e numa de produtos metalúrgicos. (Redacção / macauhub)
Fonte:http://patriciaguinevere.blogspot.com/
Isaías Samakuva Presidente da UNITA esta no Dundo – Lunda Norte em visita de trabalho
O presidente da UNITA, Isaías Samakuva está desde a manhã desta sexta 18 de Fevereiro de 2011, na cidade do Dundo, no prosseguimento da sua visita de trabalho à província diamantífera da Lunda Norte.
O presidente da UNITA, Isaías Samakuva está desde a manhã desta sexta 18 de Fevereiro de 2011, na cidade do Dundo, no prosseguimento da sua visita de trabalho à província diamantífera da Lunda Norte.
Visitou o bispado local, tendo sido recebido pelo bispo Dom Manuel Imbamba, de quem ouviu preocupações referentes aos direitos humanos, tribalismo, desemprego, paralisação de várias empresas e problemas de feitiçaria na região. O dirigente religioso incluiu no rol das suas inquietações o estado das estradas. Depois do encontro o chefe da igreja católica na Lunda Norte, o líder da UNITA realizou mais um comício, desta feita dirigido às populações do Dundo.
No período da tarde desta sexta-feira, Isaías Samakuva foi cumprimentar o administrador local, Alberto Mungenji.
Na sequência do encontro de cortesia com o administrador, o presidente da UNITA orientou um comício político para as populações de Cambulo-Zage.
O encontro com os sobas e com os quadros do comité provincial encerra a jornada do dia 18 de Fevereiro do presidente da UNITA.
A próxima etapa da jornada do líder da UNITA em terras do leste de Angola vai ocorrer no território da província do Moxico, onde além de outras dinâmicas, Isaías Samakuva orientará o acto alusivo ao nono aniversário da morte em combate do presidente-fundador, Dr. Jonas Malheiro Savimbi.
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www.unitaangola.org
O presidente da UNITA, Isaías Samakuva está desde a manhã desta sexta 18 de Fevereiro de 2011, na cidade do Dundo, no prosseguimento da sua visita de trabalho à província diamantífera da Lunda Norte.
Visitou o bispado local, tendo sido recebido pelo bispo Dom Manuel Imbamba, de quem ouviu preocupações referentes aos direitos humanos, tribalismo, desemprego, paralisação de várias empresas e problemas de feitiçaria na região. O dirigente religioso incluiu no rol das suas inquietações o estado das estradas. Depois do encontro o chefe da igreja católica na Lunda Norte, o líder da UNITA realizou mais um comício, desta feita dirigido às populações do Dundo.
No período da tarde desta sexta-feira, Isaías Samakuva foi cumprimentar o administrador local, Alberto Mungenji.
Na sequência do encontro de cortesia com o administrador, o presidente da UNITA orientou um comício político para as populações de Cambulo-Zage.
O encontro com os sobas e com os quadros do comité provincial encerra a jornada do dia 18 de Fevereiro do presidente da UNITA.
A próxima etapa da jornada do líder da UNITA em terras do leste de Angola vai ocorrer no território da província do Moxico, onde além de outras dinâmicas, Isaías Samakuva orientará o acto alusivo ao nono aniversário da morte em combate do presidente-fundador, Dr. Jonas Malheiro Savimbi.
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www.unitaangola.org
terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
Mais de 200 Personalidades Já assinaram a Carta a Sua Excelencia Ministra da Justiça de Angola para a libertação dos Activistas do Manifesto da Lunda
Angola: Presos políticos detidos ao abrigo de uma lei abolida devem ser libertados
Quase 40 membros da Comissão do Manifesto Jurídico Sociológico do Protectorado da Lunda Tchokwe – CMJSP-Lunda, uma organização que defende pacificamente a autonomia económica e administrativa das ricas províncias diamantíferas do nordeste de Angola, foram presos entre Abril de 2009 e Outubro de 2010. A maior parte deles encontram-se detidos na prisão de Conduege, Dundo, província da Lunda Norte, embora três, incluindo o líder da organização, estejam detidos na capital, Luanda. A maioria deles foram acusados de infringir o agora revogado Artigo 26º da lei 7/78 sobre os Crimes contra a Segurança do Estado (de Maio de 1978). O artigo revogado criminalizava “todo e qualquer acto, não previsto na lei, que ponha ou possa pôr em perigo a segurança do estado” e, por ser vago, prestava-se a aplicação incorrecta pelas autoridades angolanas, que muitas vezes o utilizaram para prender activistas políticos pacíficos, tais como membros da CMJSP-Lunda, assim como activistas dos direitos humanos. O artigo violava também o Legislação Internacional de Direitos Humanos.
Pouco depois da lei ser extinta, em Dezembro de 2010, quatro activistas dos Direitos Humanos que tinham sido condenados nos termos desta lei, foram incondicionalmente libertados da prisão.
Contudo, 33 membros da CMJSP-Lunda permanecem detidos sem julgamento, acusados de violar este artigo.
Três outros membros da CMJSP-Lunda estão a cumprir penas de prisão após terem sido condenados em Setembro de 2010 com base no Artigo 26º.
As autoridades angolanas não responderam ao apelo dos advogados dos detidos no sentido de os libertar nem ao pedido de habeas corpus apresentado no dia 14 de Janeiro de 2011. As autoridades não apresentaram também qualquer explicação para a detenção continuada destas pessoas.
Segundo informações, no dia 19 de Janeiro, o Supremo Tribunal, que trata de pedidos de habeas corpus, solicitou ao Tribunal Provincial da Lunda Norte que explicasse por que razão estes reclusos ainda não tinham sido libertados. Contudo, o Tribunal Provincial da Lunda Norte ainda não respondeu a esse pedido.
A detenção continuada dos 36 membros da CMJSP-Lunda, acusados nos termos de uma lei que foi entretanto revogada, constitui uma violação dos seus direitos humanos. A Amnistia Internacional exorta as autoridades angolanas a libertarem imediata e incondicionalmente estes e todos os outros indivíduos que se encontrem detidos no país por terem alegadamente violado esta lei, assim como os que estejam a servir penas após condenação com base nesta legislação.
Actue já!
Exija a libertação imediata e incondicional dos membros da CMJSP-Lunda. Por favor imprima, assine e envie a carta abaixo à Ministra da Justiça de Angola.
Sua Excelência
Dra. Guilhermina Contreiras da Costa Prata
Ministra da Justiça
Ministério da Justiça
Rua 17 Setembro
Luanda
República de Angola
Fax: +244 222 339914/ 330 327
Excelência,
Venho por este meio apelar à libertação imediata e incondicional de 36 membros da CMJSP-Lunda, detidos na Prisão de Conduege, Província da Lunda Norte, e em Luanda.
Os 36 homens foram presos entre Abril de 2009 e Outubro de 2010 e foram acusados ao abrigo de legislação que já não existe. A maioria deles está em prisão preventiva há quase dois anos. Três deles estão a cumprir penas entre quatro a seis anos, após serem condenados em Setembro de 2010, com base no já revogado Artigo 26º da lei sobre os crimes contra a segurança do estado.
Manifesto a minha preocupação por, quase dois meses após a revogação da lei, 36 membros da CMJSP-Lunda permanecerem na prisão. A sua detenção continuada por um delito que deixou de existir é não só ilegal como constitui uma violação flagrante dos seus direitos humanos.
Apelo a V.Ex.ª para que liberte imediata e incondicionalmente estas 36 pessoas.
Respeitosamente,
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
Greve de fome na cadeia de Kakanda na Lunda-Norte
Mais de 40 detidos Activistas do Manifesto do Protectorado da Lunda Tchokwe, transferidos da cadeia do Conduege para o novo estabelecimento prisional da Kakanda na Lunda-Norte, iniciaram hoje uma greve de fome por tempo indeterminado, por violação continuada dos seus direitos a liberdade, uma vez que o crime contra a segurança do Estado a que foram acusados pelo artigo 26 da Lei 7/78, já foi revogado com a publicação do novo diploma no dia 3 de Dezembro de 2010 no Diário da Republica.
A mesma greve de fome tem como objectivo, chamar atenção a Comunidade Nacional e Internacional, pelas injustiças continuadas contra as populações das Lundas, Kuando Kubango e Moxico.
Chamar atenção para que o Governo de Angola reconheça a Reivindicação pacifica e legitima a um mero Estatuto de Autonomia Administrativa e Financeira efectiva da Lunda Tchokwe.
A CMJSPLT pede a sociedade civil em geral, Jornalistas, ONGs e a Igreja Angolana em particular a levantar a sua voz, pelas consequências de saúde destes grevistas de fome, uma vez que este novo Estabelecimento Prisional de Kakanda não possui nenhum posto médico. Estamos em querer que as autoridades prisionais não vão levar o assunto de muito sério enquanto não houver doentes ou mortes.
Lunda-Norte: Policia Prende Cidadão Por Tirar Fotocopia Com Informações De Jota Malakito
Lisboa - A Policia na Lunda-Norte prendeu no passado dia 07 de Fevereiro de 2011, por volta das 13 horas, o actvista social, António Txichicussula junto com um seu colega de nome impreciso quando reproduziam uma fotocopia com informações e fotografia de Jota Filipe Malakito (na foto), presidente do manifesto jurídico sociológico do protectorado da Lunda tchokwe que se encontra a mais de dois anos na cadeia.
Fonte: Club-k.net
A detenção aconteceu na tabacaria SANKIF, na cidade de Lukapa tendo sido comandada por um agende João Dumbo natural de Benguela com residência naquela cidade onde trabalha.
António Txichicussula esta sem contacto, e a policia não esta permitir que lhe seja entregue comida (Esta sem poder receber alimentos há 4 dias). Foi colocado numa pequena cela que partilha com mais de 10 pessoas cujas as condições são descritas como péssimas (sem respiração pura, sem WC, sem água).
De recordar que nos últimos dois anos o governo angolano prendeu mais de 100 activistas nas Lundas por estarem ligados ao movimento liderado por Jota Malakito que exige autonomia das Lundas e pede ao executivo na melhoria das condições sociais da população local. Todos eles deverão ser julgados por crimes contra a segurança de Estado.
Fonte: Club-k.net
A detenção aconteceu na tabacaria SANKIF, na cidade de Lukapa tendo sido comandada por um agende João Dumbo natural de Benguela com residência naquela cidade onde trabalha.
António Txichicussula esta sem contacto, e a policia não esta permitir que lhe seja entregue comida (Esta sem poder receber alimentos há 4 dias). Foi colocado numa pequena cela que partilha com mais de 10 pessoas cujas as condições são descritas como péssimas (sem respiração pura, sem WC, sem água).
De recordar que nos últimos dois anos o governo angolano prendeu mais de 100 activistas nas Lundas por estarem ligados ao movimento liderado por Jota Malakito que exige autonomia das Lundas e pede ao executivo na melhoria das condições sociais da população local. Todos eles deverão ser julgados por crimes contra a segurança de Estado.
sábado, 12 de fevereiro de 2011
Angola: "Estrutura social de altíssimo risco" pode gerar instabilidade
Abel Chivukuvuku Destacado dirigente da UNITA
Abel Chivukuvuku, da UNITA, avderte que lideres devem assumirnecessidade de transformação do país.
Os países africanos, incluindo Angola, correm o risco de instabilidade igual à que atingiu o Egipto e a Tunísia, se os seus líderes não souberem ler os sinais de alarme.
Numa entrevista à VOA, Abel Chivukuvuko, da UNITA, disse que o seu país e o Egipto partilham problemas comuns, como a pobreza, o desemprego, o autoritarismo, a falsa democracia, o nepotismo e sequestro das fontes de riqueza pelos amigos e familiares dos governantes.
Chivukuvuko adverte que Angola tem uma estrutura social de "altíssimo risco" e não deveria ser necessário um movimento contestário como os do Egipto e da Tunísia, para as lideranças assumirem a necessidade de transformação do país.
Alerta que as aspirações dos povos são as mesmas, seja qual for a região do Mundo, há sempre o risco de agitação social, se essas aspirações não se puderem concretizar.
FONTE:Unitaangola.org
Abel Chivukuvuku, da UNITA, avderte que lideres devem assumirnecessidade de transformação do país.
Os países africanos, incluindo Angola, correm o risco de instabilidade igual à que atingiu o Egipto e a Tunísia, se os seus líderes não souberem ler os sinais de alarme.
Numa entrevista à VOA, Abel Chivukuvuko, da UNITA, disse que o seu país e o Egipto partilham problemas comuns, como a pobreza, o desemprego, o autoritarismo, a falsa democracia, o nepotismo e sequestro das fontes de riqueza pelos amigos e familiares dos governantes.
Chivukuvuko adverte que Angola tem uma estrutura social de "altíssimo risco" e não deveria ser necessário um movimento contestário como os do Egipto e da Tunísia, para as lideranças assumirem a necessidade de transformação do país.
Alerta que as aspirações dos povos são as mesmas, seja qual for a região do Mundo, há sempre o risco de agitação social, se essas aspirações não se puderem concretizar.
FONTE:Unitaangola.org
GREVE DE FOME - Seria mau pensar-se que o povo está de facto amordaçado
Esta greve de fome surge na sequência da prisão injustificada e intolerável do cidadão e Professor António Kaputo que marcou o excesso de abuso de poder e intolerância política do Partido no poder e do governo. 3 de Fevereiro detido anarquicamente no Lunge Município do Bailundo
O governo usa duas linguagens todas enganadoras. De um lado faz exarar leis que simulam a Boa vontade do governo e que estão somente para ludibriar a comunidade internacional. Ficou mais uma vez claro que a direcção do Partido e do Executivo têm passado mensagens secretas para que os governadores e agora com a conivência e participação das autoridades civis cometam actos de morte, de rapto contra os cidadãos, quando nas câmaras de televisão ou pela rádio, dão a entender que são pessoas indulgentes, pacificas e que querem o bem de todos.
O governo faz isso porque está ciente de que o povo teme as forças da ordem que até aqui têm se demarcado do seu papel protector das populações.
Se realmente é verdade que o Governador do Huambo o senhor Faustino Muteka tem incentivado os militantes, os sobas a violência contra os simpatizantes de outros partidos políticos ou contra todos aqueles que manifestem desagrado contra a política do governo, como foi no dia 2 de Fevereiro no Ukuma às práticas de violência contra as liberdades políticas e os direitos mais elementares que aliás estão consagrados na Constituição
Sem dúvida voltamos as práticas do Partido Único. Ninguém mais tem valor aqui nesta terra, todos são forçados a ser do MPLA.
O MPLA está a usar os meios do Estado para corromper os angolanos, estamos em estado de sitio. Funcionários privados de seus direitos sobretudo quando conotados.
Antigos combatentes, desmobilizados e reformados das FAA e da polícia que estão privados de seus direitos, tudo por manobras partidárias.
As políticas que são gizadas visam essencialmente transformar a sociedade prisioneira e submissa. Ninguém contesta que se vive um clima de terror. As forças políticas na oposição não têm espaço de acção, seus militantes não se podem exprimir, não se podem denunciar.
Não é exagero acautelar-se para a possibilidade de medidas extremas por parte da população que cada vez mais se manifesta descontente. Outra realidade é que este comportamento dos dirigentes do MPLA e do Governo, encorajam para as lutas de secessões, tribais ou regionais. Seria mau pensar-se que o povo está de facto amordaçado.
Nada do que é consagrado na Constituição se aplica a favor das massas, não se pode manifestar, não se pode reunir em público, não se pode contestar as decisões injustas do governo, não se pode militar noutros partidos. Não se tem segurança nas ruas, a delinquência aumenta vertiginosamente e tudo indica que as autoridades de direito muito pouco fazem para ultrapassar esta situação; as populações nos bairros, nos municípios, nas aldeias estão em pânico porque não confiam nas forças da ordem que pelo contrário atiram-se contra os cidadãos indefesos e levam a crer que ou protegem os bandidos, ou preferem que isto continue assim. Propositado ou falta de meios, são duas questões que não têm resposta porque não se explica o estado de coisas.
O que faz medo, por outro lado, é o facto dos meios da comunicação social estatais não terem dado eco deste facto inédito. É preocupante. A informação continua a ser manipulada e dão a entender que tudo vai bem em Angola. Tanto assim é que, a comunidade internacional ou faz vista grossa a realidade interna angolana, ou então o grau de repressão atingiu o rubro.
Se o General ao decidir entrar em greve de fome, suscitou o cerco de toda a província do Huambo com todo o tipo de forças, um aparato militar e policial só visto em tempo de guerra, o que se espera da Democracia e que formas os angolanos irão utilizar para reivindicarem a paz e o usufruto dos seus direitos.
Importa também encorajar e apelar os deputados. Se realmente se sentem servidores do povo, não o abandonem, não façam com que os angolanos duvidem da importância da Assembleia Nacional.
Esta acção do General Numa, não é um apelo a desobediência Civil, é um apelo à ordem do governo, uma chamada de atenção que mude comportamento.
Queremos dar lições de liberdade e democracia ao mundo. Quando há muito lixo e falsidade na nossa própria casa. Não está correcto. Tudo quanto fazemos ou forçamos os outros países africanos a fazer só porque temos dinheiro e forças até mercenários, é ridículo.
Tudo o que demos a entender é que são esforços de ditadores a protegerem ditadores sob capa de pacifistas e de verdadeiros servidores dos seus povos.
TUDO O QUE O GOVERNO FAZ, NÃO E UM FAVOR, É UMA OBRIGAÇÃO.
O QUE TEM FEITO, É UMA GOTA NO OCEANO DAQUILO QUE DEVERIA FAZER.
ENQUANTO NÃO HAVER VONTADE DO GOVERNO SERVIR CONDIGNAMENTE O POVO. A CONSTITUICAO É INUTIL.
Luisete Benge Macedo Araújo
CANDIDATA DO POVO - 2012
A Endiama prevê produzir nove milhões de quilates e dessa forma superar receitas de 2010
A Endiama, concessionária da exploração de diamantes em Angola, prevê atingir este ano uma produção de nove milhões de quilates e superar as receitas de 2010, de cerca de 700 milhões de euros, revelou hoje um responsável da empresa.
"Em 2011, devemos aumentar a produção e as receitas também, não só por essa via, mas porque o preço médio dos diamantes está a subir", disse o director de comunicação da empresa, no âmbito da Feira Internacional de Recursos Minerais, que decorre na Cidade do Cabo, África do Sul.
A produção da Empresa Nacional de Diamantes de Angola (Endiama) poderá chegar aos nove milhões de quilates, admitiu António José Freitas.
Quanto às receitas, o mesmo responsável sugeriu que poderão superar os 955 milhões de dólares (cerca de 700 milhões de euros) obtidos em 2010.
António José Freitas referiu que "o preço médio dos diamantes em 2010 terminou o ano a valer 111 dólares por quilates (cerca de 81,33 euros), enquanto que em Janeiro deste ano atingi os 134 dólares (98,17 euros) por quilate".
A Endiama, quinto maior produtor de diamantes do mundo, retomou a produção em três minas no ano passado, depois de o mercado mundial ter começado a recuperar da queda que sofreu, consequência da crise financeira mundial.
Em 2009, o preço por quilate teve um forte decréscimo, transaccionando-se a 91 dólares.
FONTE:Voz da Lusofonia
EGIPTO E O FIM DA DITADURA DE 30 ANOS DE MUBARAK
Cairo -O presidente do Egito, Hosni Mubarak, renunciou ao cargo nesta sexta-feira, após 18 dias de protestos contra o seu governo, transferindo o poder ao Exército. O líder de 82 anos estava no poder desde 1981 e enfrentrava protestos diários por sua renúncia desde o dia 25 de janeiro.
Fonte: Band.com.br
Notícia foi celebrada nas ruas do Egipto
O anúncio da renúncia foi feito pelo vice-presidente egípcio, Omar Suleiman, horas depois de ser divulgada a notícia de que Mubarak e sua família tinham deixado a capital do país, Cairo, em direção à cidade egípcia de Sharm el-Sheik.
"Nessas circunstâncias difíceis pelas quais o país está passando, o presidente Hosni Mubarak decidiu deixar a posição da presidência", disse Suleiman. "Ele encarregou o conselho das Forças Armadas a dirigir as questões de Estado."
Reunidos na Praça Tahrir, que virou símbolo dos protestos, centenas de milhares de manifestantes explodiram em gritos de emoção com a notícia. Enquanto a multidão gritava "O Egito está livre!", também era possível ouvir carros buzinando em celebração.
O oposicionista Mohamed El Baradei, Prêmio Nobel da Paz de 2005 e ex-chefe da Agência Internacional de Energia Atômica, reagiu à informação dizendo: "Este é o melhor dia da minha vida. O país foi libertado."
Na noite de quinta-feira, Mubarak provocou revolta ao anunciar que delegaria mais poderes a Suleiman, sem renunciar ao cargo de presidente. Em pronunciamento, Mubarak reiterou que permaneceria no poder até setembro, quando estão previstas as próximas eleições. "Satisfeito com o que ofereci à nação em mais de 60 anos", afirmou Mubarak, em referência a todo o seu período na vida pública, "anuncio que vou continuar nesse cargo e assumir minhas responsabilidades."
Porém, na manhã desta sexta-feira, o Exército divulgou um comunicado prometendo implementar uma variedade de reformas constitucionais em uma declaração em que o tom de comando era claro. O comunicado foi divulgado após uma reunião do Conselho Superior das Forças Armadas do Egito, presidida pelo ministro da Defesa, Mohamed Hussein Tantaui.
No texto, os militares prometeram suspender o estado de emergência que vigora no país há 30 anos "assim que a crise acabar" e garantir uma eleição presidencial "livre e justa" em setembro. As Forças Armadas também fizeram um apelo para que os manifestantes "voltem ao trabalho e à vida normal".
18 dias de crise
No dia 1º de fevereiro, quando a onda de protestos completou uma semana, Mubarak anunciou que não concorreria à reeleição nas eleições presidenciais marcadas para setembro.
O anúncio não foi suficiente para encerrar os protestos e milhares de manifestantes continuaram lotando a praça Tahrir, no centro do Cairo, exigindo a renúncia imediata do líder.
Nos 18 dias de crise, Mubarak anunciou outras medidas: nomeou um vice-presidente pela primeira vez desde que chegou ao poder; pediu que seu gabinete renunciasse e nomeou novos ministros; criou comissões para propor reformas constitucionais, garantir sua implementação e investigar as mortes nos protestos; e definiu um aumento de 15% nos salários dos servidores públicos.
Nenhuma delas foi considerada suficiente pelos manifestantes. Na terça-feira, os protestos ganharam novo ânimo com um discurso do chefe de mercado do Google para Oriente Médio e África, Wael Ghoneim, um dos líderes do movimento. Nesta sexta-feira, os manifestantes convocaram uma mobilização em massa para em pelo menos seis locais do Cairo. Milhares também participaram de marchas em cidades como Alexandria e Suez.
Trajetória
Hosni Mubarak assumiu a presidência do país após a morte do presidente Anwar Sadat, em 1981. Sadat foi assassinado por militantes islâmicos durante uma parada militar no Cairo. Mubarak, sentado ao seu lado, teve sorte em escapar ileso.
Desde então, já sobreviveu a pelo menos seis tentativas de assassinato - na mais séria, o ataque ao carro presidencial logo após a chegada de Mubarak à capital da Etiópia, Addis Abeba, em 1995, para participar de uma cúpula de países africanos.
Além do talento para se desviar dos tiros, o ex-comandante da Força Aérea também segurou com força as rédeas do poder, assumindo um papel de aliado confiável dos Estados Unidos e combatendo um poderoso movimento de oposição em casa.
Nascido em 1928 em uma pequena cidade na província de Menofiya, perto do Cairo, Mubarak manteve sua vida particular longe do domínio público. Ele é casado com Suzanne Mubarak - de ascendência britânica, formada na American University, no Cairo - e tem dois filhos, Gamal e Alaa.
Mubarak não fuma, não bebe e é conhecido por levar uma vida regrada e saudável, com uma rígida rotina diária que tem início às 6h. No passado, amigos e colaboradores próximos reclamavam da rotina do presidente, que começava com uma sessão na academia ou um jogo de squash.
Apesar da falta de apelo popular, o militar criou uma reputação de estadista internacional com base na questão que resultou na morte de Sadat: a busca da paz com Israel.
Estado de emergência
Na prática, desde que assumiu o poder, Hosni Mubarak comandou o Egito como um líder militar e com base em uma lei de emergência que dava ao Estado o direito de prisão e de coibir direitos básicos. O argumento do governo era que o controle total era necessário para combater militantes islâmicos, cujos ataques têm como alvo, com frequência, o lucrativo setor de turismo egípcio.
Sob a liderança de Mubarak, o Egito viveu um período de relativa estabilidade doméstica e desenvolvimento econômico, o que levou a maioria da população a aceitar sua monopolização do poder. Mas, nos últimos anos, o presidente vinha sofrendo pressões para que a democracia fosse incentivada no Egito. As pressões vêm do próprio país e também dos Estados Unidos.
Muitos dos que reivindicavam reformas políticas duvidavam da sinceridade do líder veterano quando ele dizia ser favorável a uma abertura do processo político. Desde 1981, Mubarak venceu três eleições como candidato único, mas o quarto pleito convocado por ele - em 2005, após um empurrão firme dos Estados Unidos - teve as regras alteradas para permitir candidaturas rivais.
Críticos dizem que a eleição foi manipulada para favorecer Mubarak e seu partido, o Partido Nacional Democrático (NDP, na sigla em inglês). Eles acusam o líder egípcio de ter comandado uma campanha de supressão a grupos de oposição, entre eles, especialmente, o movimento Irmandade Muçulmana.
*Com BBC, AP e informações do The New York Times
Fonte: Band.com.br
Notícia foi celebrada nas ruas do Egipto
O anúncio da renúncia foi feito pelo vice-presidente egípcio, Omar Suleiman, horas depois de ser divulgada a notícia de que Mubarak e sua família tinham deixado a capital do país, Cairo, em direção à cidade egípcia de Sharm el-Sheik.
"Nessas circunstâncias difíceis pelas quais o país está passando, o presidente Hosni Mubarak decidiu deixar a posição da presidência", disse Suleiman. "Ele encarregou o conselho das Forças Armadas a dirigir as questões de Estado."
Reunidos na Praça Tahrir, que virou símbolo dos protestos, centenas de milhares de manifestantes explodiram em gritos de emoção com a notícia. Enquanto a multidão gritava "O Egito está livre!", também era possível ouvir carros buzinando em celebração.
O oposicionista Mohamed El Baradei, Prêmio Nobel da Paz de 2005 e ex-chefe da Agência Internacional de Energia Atômica, reagiu à informação dizendo: "Este é o melhor dia da minha vida. O país foi libertado."
Na noite de quinta-feira, Mubarak provocou revolta ao anunciar que delegaria mais poderes a Suleiman, sem renunciar ao cargo de presidente. Em pronunciamento, Mubarak reiterou que permaneceria no poder até setembro, quando estão previstas as próximas eleições. "Satisfeito com o que ofereci à nação em mais de 60 anos", afirmou Mubarak, em referência a todo o seu período na vida pública, "anuncio que vou continuar nesse cargo e assumir minhas responsabilidades."
Porém, na manhã desta sexta-feira, o Exército divulgou um comunicado prometendo implementar uma variedade de reformas constitucionais em uma declaração em que o tom de comando era claro. O comunicado foi divulgado após uma reunião do Conselho Superior das Forças Armadas do Egito, presidida pelo ministro da Defesa, Mohamed Hussein Tantaui.
No texto, os militares prometeram suspender o estado de emergência que vigora no país há 30 anos "assim que a crise acabar" e garantir uma eleição presidencial "livre e justa" em setembro. As Forças Armadas também fizeram um apelo para que os manifestantes "voltem ao trabalho e à vida normal".
18 dias de crise
No dia 1º de fevereiro, quando a onda de protestos completou uma semana, Mubarak anunciou que não concorreria à reeleição nas eleições presidenciais marcadas para setembro.
O anúncio não foi suficiente para encerrar os protestos e milhares de manifestantes continuaram lotando a praça Tahrir, no centro do Cairo, exigindo a renúncia imediata do líder.
Nos 18 dias de crise, Mubarak anunciou outras medidas: nomeou um vice-presidente pela primeira vez desde que chegou ao poder; pediu que seu gabinete renunciasse e nomeou novos ministros; criou comissões para propor reformas constitucionais, garantir sua implementação e investigar as mortes nos protestos; e definiu um aumento de 15% nos salários dos servidores públicos.
Nenhuma delas foi considerada suficiente pelos manifestantes. Na terça-feira, os protestos ganharam novo ânimo com um discurso do chefe de mercado do Google para Oriente Médio e África, Wael Ghoneim, um dos líderes do movimento. Nesta sexta-feira, os manifestantes convocaram uma mobilização em massa para em pelo menos seis locais do Cairo. Milhares também participaram de marchas em cidades como Alexandria e Suez.
Trajetória
Hosni Mubarak assumiu a presidência do país após a morte do presidente Anwar Sadat, em 1981. Sadat foi assassinado por militantes islâmicos durante uma parada militar no Cairo. Mubarak, sentado ao seu lado, teve sorte em escapar ileso.
Desde então, já sobreviveu a pelo menos seis tentativas de assassinato - na mais séria, o ataque ao carro presidencial logo após a chegada de Mubarak à capital da Etiópia, Addis Abeba, em 1995, para participar de uma cúpula de países africanos.
Além do talento para se desviar dos tiros, o ex-comandante da Força Aérea também segurou com força as rédeas do poder, assumindo um papel de aliado confiável dos Estados Unidos e combatendo um poderoso movimento de oposição em casa.
Nascido em 1928 em uma pequena cidade na província de Menofiya, perto do Cairo, Mubarak manteve sua vida particular longe do domínio público. Ele é casado com Suzanne Mubarak - de ascendência britânica, formada na American University, no Cairo - e tem dois filhos, Gamal e Alaa.
Mubarak não fuma, não bebe e é conhecido por levar uma vida regrada e saudável, com uma rígida rotina diária que tem início às 6h. No passado, amigos e colaboradores próximos reclamavam da rotina do presidente, que começava com uma sessão na academia ou um jogo de squash.
Apesar da falta de apelo popular, o militar criou uma reputação de estadista internacional com base na questão que resultou na morte de Sadat: a busca da paz com Israel.
Estado de emergência
Na prática, desde que assumiu o poder, Hosni Mubarak comandou o Egito como um líder militar e com base em uma lei de emergência que dava ao Estado o direito de prisão e de coibir direitos básicos. O argumento do governo era que o controle total era necessário para combater militantes islâmicos, cujos ataques têm como alvo, com frequência, o lucrativo setor de turismo egípcio.
Sob a liderança de Mubarak, o Egito viveu um período de relativa estabilidade doméstica e desenvolvimento econômico, o que levou a maioria da população a aceitar sua monopolização do poder. Mas, nos últimos anos, o presidente vinha sofrendo pressões para que a democracia fosse incentivada no Egito. As pressões vêm do próprio país e também dos Estados Unidos.
Muitos dos que reivindicavam reformas políticas duvidavam da sinceridade do líder veterano quando ele dizia ser favorável a uma abertura do processo político. Desde 1981, Mubarak venceu três eleições como candidato único, mas o quarto pleito convocado por ele - em 2005, após um empurrão firme dos Estados Unidos - teve as regras alteradas para permitir candidaturas rivais.
Críticos dizem que a eleição foi manipulada para favorecer Mubarak e seu partido, o Partido Nacional Democrático (NDP, na sigla em inglês). Eles acusam o líder egípcio de ter comandado uma campanha de supressão a grupos de oposição, entre eles, especialmente, o movimento Irmandade Muçulmana.
*Com BBC, AP e informações do The New York Times
POVOS DESCALSOS MARCHAM SOBRE DIAMANTES NAS LUNDAS E MOXICO
Onde são aplicadas as receitas provenientes dos diamantes destinadas às províncias produtoras? “Nas gravatas” – é a resposta das populações das Lundas e Moxico, colhida pelo repórter da Ecclesia.
Indignações, a poucos quilómetros do quarto maior quimberlito do mundo, ou seja, na cidade de Saurimo, a capital da província da Lunda-Sul.
As três províncias são as menos desenvolvidas, contra toda generosidade da natureza.
O desenvolvimento da própria indústria diamantífera deixou sequelas: pessoas amputadas, hipertensos e outros pacientes crónicos que não conhecem um serviço de saúde digno.
Falta água potável, luz, estradas e habitações prometidas e nunca construídas.
A região apresenta um retrato do verdadeiro subdesenvolvimento, com os sistemas de ensino e saúde a degradarem-se cada vez mais.
Os problemas trazidos do tempo de guerra não apresentam alguma melhoria e em alguns casos agravaram-se.
“Eles mostram as gravatas e dizem que a sociedade está a desenvolver” – comenta o convidado do repórter.
Reconhece, no entanto, que se tenta melhorar alguma coisa mas, “nem sequer podemos dizer que há uma luz do fundo do túnel”.
A lei dos diamantes aprovada em 1996 atribui dez por cento das receitas provenientes da exploração às províncias do leste de Angola.
Segundo a mesma lei, as províncias das Lundas Sul e Norte beneficiariam de 3 por cento cada, e o Moxico com 4 por cento.
A verdade é que nem as autoridades locais e centrais se pronunciam sobre o impacto desta lei.
E para o povo que nada sabe e marcha descalso sobre diamantes, pior ainda... Talvez diamantes por um canudo, a partir do miradouro.
sábado, 5 de fevereiro de 2011
ÁFRICA AUSTRAL, mapas da Lunda produzidos nos anos de 1800-1894 que falam por si...
ANGOLA e a LUNDA em África entre 1800 -1894
Este Mapa de 1877, foi apresentado a III Conferencia Internacional sobre a história de Angola, realizado em Setembro de 2007 no Centro de Conferencias de Talatona pelo Governo Angola, compara este mapa ao original em baixo deste e faça leitura ao mapa de 1884-1885 cor de rosa apresentado em Berlim por Portugal 7 anos mais tarde...
Este mapa havia sido confeccionado 7 anos mais tarde, depois da Sociedade de Geografia de Lisboa ter apresentado ao mundo a Carta Africana, ou seja Carta da África Meridional de 1877, imagem acima...
MAPA COR DE ROSA APRESENTADO NA CONFERENCIA DE 1884 - 1885
Começamos hoje a publicar mapas produzidos pelo Governo de Portugal, pela Sociedade de Geografia de Lisboa. Cartas de África depois de 395 anos da presença Portuguesa em Angola sua criação, ou seja entre 1877 à 1890. As mentiras de Portugal na conferencia de Berlim 1884 -1885 ao apresentar o mapa cor de rosa. Verifique o mapa de 1877 e o mapa cor de rosa, 7 anos depois.
Você leitor atento faça sua comparação e analise da situação.Se Portugal para dominar o Reino de Ndongo e do Congo, foi preciso passar 395 anos, não poderia dominar o Reino da Lunda em 7 anos. O conflito entre Portugal e a Bélgica de 1890, teve fim em 1894, 4 anos depois, então era muito difícil para Portugal ter o domínio da Lunda em 7 anos...Os mapas aqui falam por si...
sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011
Antigos combatentes nas Lundas boicotam 4 de Fevereiro
Ex-soldados não recebem pensões há mais de dois anos.
Os antigos combatentes na província da Lunda Sul decidiram não participar nas celebrações do 4 de Fevereiro.Ouvidos pelo correspondente da Voz da América, disseram que a sua decisão resulta de não recebem as suas pensões há mais de dois anos.
Assinala-se hoje, e neste ano, o 50º aniversário do levantamento contra o poder colonial português, através de um assalto à cadeia de São Paulo e Casa de Reclusão de Luanda, para a libertação dos presos políticos que ali se encontravam.
Informado sobre a decisão dos ex-soldados das, um responsável do departamento encarregado dos assuntos relativos aos antigos combatentes atribuiu os atrasos no pagamento a falta de verbas e acrescentou que o assunto ira ser solucionado a breve prazo.
VOA/Angola24horas
FNLA Exalta Importância Do 4 De Fevereiro
Caxito - O secretário provincial do Bengo da Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), Junqueira Júnior, destacou hoje, quarta-feira, em Caxito a importância do 4 de Fevereiro de 1961, cujo acto central a província do Bengo acolhe pela primeira vez.
Em declarações à Angop, o político elogiou a escolha da província para albergar o acto central do 50º aniversário da efeméride referente ao início da Luta Armada de Libertação Nacional, frisando que dará maior visibilidade ao Bengo.
Enalteceu o contributo dos nacionalistas angolanos que a 4 de Fevereiro de 1961 pegaram em catanas para combater o colono, sublinhando que a data deve servir de reflexão e um estímulo para desenvolver o país.
Segundo o político, este acto de bravura protagonizado por nacionalistas, na sua maioria de origem humilde, incentivou os cidadãos angolanos e amigos da nação a mobilizarem-se para a árdua luta pela determinação, dignidade e liberdade para governarem os seus próprios destinos.
Junqueira Júnior lembra os esforços empreendidos pelos patriotas que, organizados em grupos e munidos de catanas e outros instrumentos rudimentares, atacaram, com apoio do capitão Mendonça, o colono nas chacinas na ex-açucareira heróis de Caxito.
O entrevistado apela às autoridades a melhorar as condições sociais para os sobreviventes desta gesta heróica, de forma a dignificar o seu esforço na luta armada de libertação nacional.
Apelou à juventude a reflectir sobre os feitos heróicos dos combatentes, sublinhando ser a vez dos jovens darem o seu contributo para o desenvolvimento do país, devendo para o efeito apostar na sua formação académica e superação profissional.
Em declarações à Angop, o político elogiou a escolha da província para albergar o acto central do 50º aniversário da efeméride referente ao início da Luta Armada de Libertação Nacional, frisando que dará maior visibilidade ao Bengo.
Enalteceu o contributo dos nacionalistas angolanos que a 4 de Fevereiro de 1961 pegaram em catanas para combater o colono, sublinhando que a data deve servir de reflexão e um estímulo para desenvolver o país.
Segundo o político, este acto de bravura protagonizado por nacionalistas, na sua maioria de origem humilde, incentivou os cidadãos angolanos e amigos da nação a mobilizarem-se para a árdua luta pela determinação, dignidade e liberdade para governarem os seus próprios destinos.
Junqueira Júnior lembra os esforços empreendidos pelos patriotas que, organizados em grupos e munidos de catanas e outros instrumentos rudimentares, atacaram, com apoio do capitão Mendonça, o colono nas chacinas na ex-açucareira heróis de Caxito.
O entrevistado apela às autoridades a melhorar as condições sociais para os sobreviventes desta gesta heróica, de forma a dignificar o seu esforço na luta armada de libertação nacional.
Apelou à juventude a reflectir sobre os feitos heróicos dos combatentes, sublinhando ser a vez dos jovens darem o seu contributo para o desenvolvimento do país, devendo para o efeito apostar na sua formação académica e superação profissional.
Manifestações Contra Ditadores Alastram Se Por Todo O Médio Oriente E Norte De África
Lisboa - Depois do “dia de raiva” ter levado mais de 20 mil paras as ruas de Sanaa, no Iémen, apelos lançados nas redes sociais estão a incitar os cidadãos sírios a manifestar hoje e amanhã o seu descontentamento para com o regime de al-Assad. O presidente não acredita numa revolta como a egípcia, mas já deixou uma mão cheia de promessas ao povo. Na Argélia, Bouteflika está disposto a levantar um estado de emergência de 19 anos.Manifestações marcadas por todo o Médio Oriente e Norte de África
Alavancadas pelos exemplos da Tunísia e do Egito, são várias as nações do mundo árabe que experimentam nestes dias um clima de mudança. As manifestações de rua, com protestos anti-governamentais, quebram uma barreira que muitos ditadores da região julgavam sólida.
Os protestos no Iémen, que ontem teve o seu “dia de raiva”, levaram dezenas de milhares para as ruas da capital. Reunidas no centro de Sanaa, as vozes prometem que apenas se calarão no dia em que o regime de Abdullah Saleh cair.
"Os tiranos têm medo, a Intifada avança"
A revolta egípcia contou esta sexta-feira com o apoio de um milhar de turcos que se concentraram junto a uma mesquita em Istambul, a capital económica da Turquia.
Com cartazes onde a fotografia de Mubarak era sobreposta pelos dizeres "os tiranos têm medo, a Intifada avança", os manifestantes gritaram palavras de ordem contra o regime do presidente do Egito.
"O faraó está em vias de ser postoa andar. Que isso sirva de lição a todos os líderes do mundo muçulmano que apoiam Israel", afirmou aos jornalistas da France Press Bulent Yildirim, presidente da associação humanitária islamista IHH.
A IHH foi um dos grupos que convocou a manifestação e o mesmo que em Maio passado viu atacado um seu navio de ajuda a Gaza. As forças israelitas mataram na altura nove passageiros do navio turco Mavi Marmara.
As revoltas que atravessam a região – nomeadamente na Tunísia e Egito - foram entretanto interpretadas pelo guia supremo do Irão como o “sinal do despertar islâmico” no mundo.
Durante a oração desta sexta-feira, na Universidade de Teerão, o ayatollah Ali Khamenei declarou que as revoltas representam ainda uma “derrota irreparável” para os Estados Unidos.
"Dia de raiva" na Síria
Hoje é esperado o início de uma manifestação de dois dias na Síria. Os críticos do regime de Bashar al-Assad - que há uma década sucedeu ao seu pai, Hafez al-Assad, no cargo de presidente – apontam problemas de corrupção e limitações no que respeita à liberdade política e Direitos Humanos.
Al-Assad afirma que a situação da Síria não é comparável àquela que se vive no Egito, pelo que acredita que não irá enfrentar uma contestação semelhante àquele a que tem de fazer face Hosni Mubarak.
Numa entrevista ao Wall Street Journal, o presidente sírio explicou que o seu país vive “circunstâncias mais difíceis do que a maior parte dos países árabes mas apesar disso a Síria é estável. E porquê? Porque devemos estar ligados àquilo que são as convicções do povo. Esta é a questão central. Quando há divergência entre a política de um país e as convicções e interesses do povo, então tem-se este vácuo que origina distúrbios”.
Os sinais conhecidos até ao momento suportam de alguma forma a teoria do presidente, já que os principais agentes da revolta estão sediados no estrangeiro: são sírios que deixaram o país e que, a partir do Canadá, Estados Unidos, Reino Unido, Suécia e Holanda, procuram encorajar aqueles que ficaram a manifestar o seu desagrado nas ruas.
Grupos organizados através do Facebook e de outras redes sociais estão a tentar mobilizar os sírios nas cidades de Damasco, Homs, Aleppo e Qamishli.
Apesar da aparente desvalorização de al-Assad, o presidente não está desatento à instabilidade que afecta já vários regimes árabes e deixou ao povo a promessa de reformas políticas ainda este ano (para preparar eleições municipais), garantindo mais poder às organizações não-governamentais e uma nova lei dos media.
Por mexer, fica o estado de emergência, em vigor na Síria desde 1963.
Bouteflika põe fim a um estado de emergência de 19 anos
Decisão diferente foi a do presidente argelino, Abdelaziz Bouteflika, que promete o levantamento do estado de emergência imposto em 1992 na sequência de uma luta contra movimentos radicais islamitas.
Com os ventos de liberdade a convergirem para as praças de Argel, o presidente viu-se obrigado a ceder perante as queixas do povo: os argelinos começaram por contestar a subida do preço dos alimentos e a falta de emprego.
Uma primeira vaga de protestos ocorreu ainda em janeiro, estando já marcada nova manifestação para 12 de fevereiro, o que vai contra o estado de emergência imposto desde há duas décadas. Encostado à parede, Bouteflika admite o direito à manifestação em todo o país, mantendo a restrição apenas para a capital.
O chefe de Estado argelino acrescenta que o fim definitivo do estado de emergência está para muito breve.
Alavancadas pelos exemplos da Tunísia e do Egito, são várias as nações do mundo árabe que experimentam nestes dias um clima de mudança. As manifestações de rua, com protestos anti-governamentais, quebram uma barreira que muitos ditadores da região julgavam sólida.
Os protestos no Iémen, que ontem teve o seu “dia de raiva”, levaram dezenas de milhares para as ruas da capital. Reunidas no centro de Sanaa, as vozes prometem que apenas se calarão no dia em que o regime de Abdullah Saleh cair.
"Os tiranos têm medo, a Intifada avança"
A revolta egípcia contou esta sexta-feira com o apoio de um milhar de turcos que se concentraram junto a uma mesquita em Istambul, a capital económica da Turquia.
Com cartazes onde a fotografia de Mubarak era sobreposta pelos dizeres "os tiranos têm medo, a Intifada avança", os manifestantes gritaram palavras de ordem contra o regime do presidente do Egito.
"O faraó está em vias de ser postoa andar. Que isso sirva de lição a todos os líderes do mundo muçulmano que apoiam Israel", afirmou aos jornalistas da France Press Bulent Yildirim, presidente da associação humanitária islamista IHH.
A IHH foi um dos grupos que convocou a manifestação e o mesmo que em Maio passado viu atacado um seu navio de ajuda a Gaza. As forças israelitas mataram na altura nove passageiros do navio turco Mavi Marmara.
As revoltas que atravessam a região – nomeadamente na Tunísia e Egito - foram entretanto interpretadas pelo guia supremo do Irão como o “sinal do despertar islâmico” no mundo.
Durante a oração desta sexta-feira, na Universidade de Teerão, o ayatollah Ali Khamenei declarou que as revoltas representam ainda uma “derrota irreparável” para os Estados Unidos.
"Dia de raiva" na Síria
Hoje é esperado o início de uma manifestação de dois dias na Síria. Os críticos do regime de Bashar al-Assad - que há uma década sucedeu ao seu pai, Hafez al-Assad, no cargo de presidente – apontam problemas de corrupção e limitações no que respeita à liberdade política e Direitos Humanos.
Al-Assad afirma que a situação da Síria não é comparável àquela que se vive no Egito, pelo que acredita que não irá enfrentar uma contestação semelhante àquele a que tem de fazer face Hosni Mubarak.
Numa entrevista ao Wall Street Journal, o presidente sírio explicou que o seu país vive “circunstâncias mais difíceis do que a maior parte dos países árabes mas apesar disso a Síria é estável. E porquê? Porque devemos estar ligados àquilo que são as convicções do povo. Esta é a questão central. Quando há divergência entre a política de um país e as convicções e interesses do povo, então tem-se este vácuo que origina distúrbios”.
Os sinais conhecidos até ao momento suportam de alguma forma a teoria do presidente, já que os principais agentes da revolta estão sediados no estrangeiro: são sírios que deixaram o país e que, a partir do Canadá, Estados Unidos, Reino Unido, Suécia e Holanda, procuram encorajar aqueles que ficaram a manifestar o seu desagrado nas ruas.
Grupos organizados através do Facebook e de outras redes sociais estão a tentar mobilizar os sírios nas cidades de Damasco, Homs, Aleppo e Qamishli.
Apesar da aparente desvalorização de al-Assad, o presidente não está desatento à instabilidade que afecta já vários regimes árabes e deixou ao povo a promessa de reformas políticas ainda este ano (para preparar eleições municipais), garantindo mais poder às organizações não-governamentais e uma nova lei dos media.
Por mexer, fica o estado de emergência, em vigor na Síria desde 1963.
Bouteflika põe fim a um estado de emergência de 19 anos
Decisão diferente foi a do presidente argelino, Abdelaziz Bouteflika, que promete o levantamento do estado de emergência imposto em 1992 na sequência de uma luta contra movimentos radicais islamitas.
Com os ventos de liberdade a convergirem para as praças de Argel, o presidente viu-se obrigado a ceder perante as queixas do povo: os argelinos começaram por contestar a subida do preço dos alimentos e a falta de emprego.
Uma primeira vaga de protestos ocorreu ainda em janeiro, estando já marcada nova manifestação para 12 de fevereiro, o que vai contra o estado de emergência imposto desde há duas décadas. Encostado à parede, Bouteflika admite o direito à manifestação em todo o país, mantendo a restrição apenas para a capital.
O chefe de Estado argelino acrescenta que o fim definitivo do estado de emergência está para muito breve.
BLOCO DEMOCRÁTICO Partilha Opinião Dos Historiadores Quanto A Versão Do “4 De Fevereiro”
Luanda - O BLOCO DEMOCRÁTICO, BD, por ocasião do 50.º Aniversário do 4 de Fevereiro, inclina-se perante a memória de todos aqueles que tombaram, rendendo a merecida homenagem aos angolanos que protagonizaram essa acção espectacular que quebrou definitivamente a imagem da “harmonia das populações” e da inexistência de contestação séria à colonização portuguesa. Nesse dia começou a “acção directa” anunciada por Mário Pinto de Andrade, em Londres, no ano anterior. Estavam esgotados todos os meios pacíficos de autodeterminação e, perante a teimosia do ditador do Palácio de São Bento, não havia outra saída.
Para o BD, o “o 4 de Fevereiro” foi a primeira acção armada de impacto internacional dos nacionalistas angolanos, precursor do verdadeiro começo da guerra de libertação, que se traduziu no ataque às esquadras da polícia e às cadeias com o intuito de libertar largas dezenas de preços políticos angolanos em consequência de vários processos judiciais movidos pala PIDE.
O BD reconhece, que, não obstante a exaltação nacionalista dos heróis do “4 de Fevereiro”, a exiguidade dos meios, já que as principais armas eram catanas, fez fracassar a operação e permitiu o desabar de uma onda repressiva sobre os bairros suburbanos de Luanda que levou milhares de pessoas para as cadeias e desmantelou quase por completo as redes nacionalistas clandestinas.
O BD partilha a opinião de alguns historiadores que defendem que o “4 de Fevereiro” foi uma acção, de iniciativa local envolvendo elementos filiados em diversas organizações, entre os quais se destacou inequivocamente o Cónego Manuel das Neves, que apanhou de surpresa tanto os líderes do Mpla em Conakri quanto os da UPA em Libreville, facto que não impediu que o Mpla subscrevesse tal acção, declarando ter elementos seus a inspirá-la.
Para o BD, o “4 de Fevereiro”, bem como, de resto, “o 15 de Março”, independentemente das suas particularidades, constituem, para sempre, marcos da histórica nacional de todos e para todos os angolanos, datas que devem ser de UNIDADE DE TODA A NAÇÃO.
O BD deplora que volvidos 50 anos, dos objectivos do “4 de Fevereiro”, apenas esteja esgotado o ciclo da libertação nacional.
O BD acredita que os angolanos estão ainda em tempo de honrar a gesta patriótica dos heróis do “4 de Fevereiro” se com a mesma exaltação patriótica e determinação assumirmos a nossa cidadania, travarmos a autocracia, a ditadura e a predação e construirmos o Estado Social de Direito através da luta por um sistema sólido de protecção social, de promoção do enriquecimento dos angolanos e da igualdade real, numa sociedade de trabalho, realizando assim, a libertação social prometida pelos que se bateram consequentemente pela Nação.
BEM HAJAM OS HERÓIS DO 4 DE FEVEREIRO
Luanda, 02 de Fevereiro de 2011
Filomeno Vieira Lopes
( Secretário geral)
Sondagem Desfavorável Para O PAICV Precipita Fraude Eleitoral - Terão aprendido a lição do MPLA?
Lisboa - As últimas sondagens realizadas e mantidas em segredo apontam para uma vitória eleitoral do MpD, com 55.5% dos votos, PAICV 39.7, UCID 4.5% e os restantes repartidos entre abstenções e pequenos partidos.
De recordar que as eleições legislativas em Cabo-Verde, a decorrer este domingo, contam com o apoio de Angola que terá ajudado ao PAICV com o valor financeiro de cinco milhões de dólares
Por outro lado há evidencia aludindo a eminência de risco de fraude eleitoral em favor do PAICV consubstanciada nos seguintes levantamentos a saber:
- As Nações Unidas financiaram 2 milhões de dólares para a implementação dum sofisticado sistema de identificação biométrica dos eleitores. Os gestores do Núcleo Operacional da Sociedade de Informação - NOSI, os engenheiros Jorge Lopes e Hélio Varela foram a Portugal, sem concurso público negociar com uma empresa, a ZETES.
- Foram adquiridos umas malas e passados algum tempo, jaziam no fundo dos corredores DGAPE (direção ao apoio eleitoral). Conclusão o recenseamento foi feito sem biometria e daí não existirem certezas relativamente à unicidade dos eleitores nos caderno eleitorais.
- Estão a implementar um sistema electónico sofisticado que se supõe que poderão depois eliminar quaisquer provas de fraude.
As evidencias quanto aos riscos de fraude são do conhecimento dos jornais digitais em cabo verde porém a sua atitude silenciosa em fazer denuncias é interpretada como “medo de represálias”.
FONTE: Club-K.Net
De recordar que as eleições legislativas em Cabo-Verde, a decorrer este domingo, contam com o apoio de Angola que terá ajudado ao PAICV com o valor financeiro de cinco milhões de dólares
Por outro lado há evidencia aludindo a eminência de risco de fraude eleitoral em favor do PAICV consubstanciada nos seguintes levantamentos a saber:
- As Nações Unidas financiaram 2 milhões de dólares para a implementação dum sofisticado sistema de identificação biométrica dos eleitores. Os gestores do Núcleo Operacional da Sociedade de Informação - NOSI, os engenheiros Jorge Lopes e Hélio Varela foram a Portugal, sem concurso público negociar com uma empresa, a ZETES.
- Foram adquiridos umas malas e passados algum tempo, jaziam no fundo dos corredores DGAPE (direção ao apoio eleitoral). Conclusão o recenseamento foi feito sem biometria e daí não existirem certezas relativamente à unicidade dos eleitores nos caderno eleitorais.
- Estão a implementar um sistema electónico sofisticado que se supõe que poderão depois eliminar quaisquer provas de fraude.
As evidencias quanto aos riscos de fraude são do conhecimento dos jornais digitais em cabo verde porém a sua atitude silenciosa em fazer denuncias é interpretada como “medo de represálias”.
FONTE: Club-K.Net
quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011
Muatxihina Chamumbala Bonifácio Morreu há 120 dias, Assassinato na Prisão do Conduege, enterrado sem consentimento da sua família
Muatxihina Chamumbala Bonifácio, morreu assassinato no dia 3 de Outubro de 2010, há 120 dias na prisão de Conduege onde aguardava pelo Julgamento, por ter reivindicado a Autonomia Administrativa e Financeira efectiva da LUNDA ( Kuando Kubango, Moxico, antiga Lunda ou vulgo Lundas Sul e Norte).
O Regime enterrou o malogrado sem o conhecimento, nem o consentimento dos seus ente queridos. Até hoje a família esta a espera do certificado de óbito do MCB.
Ele não era criminoso, era um homem de bem, ele era justo e defendia aquilo que ele achava certo, foi durante anos a fio um excelente militante do MPLA no Cafunfo, olha agora a sua sorte..., "desabafos da filha mais velha do malogrado".
Justiça para reivindicação da AUTONOMIA das LUNDAS
Daqui partimos pois, fechando o ciclo imperial do Reino da Lunda, simbolicamente o reinado do Muatiânvua, para uma nova arrancada, que reinsira a LUNDA no contexto da Unidade da Nação, participando de pleno direito do seu desenvolvimeno e do progresso geral de África.
Ao realizarmos aqui a reivindicação do Estado da Lunda ao leste de Angola, quisémos sublinhar que a fidelidade às nossas raízes e tradições constitui condições essencial para a construção do futuro do nosso povo, conjugado no esforço comum de todos os povos do mosaico etnolinguistico e multicultural de Angola e dos povos amantes da Paz e da concórdia.
A palavra será agora conferida às Jovens gerações, a quem se abrem exaltantes perspectivas de realização pessoal e de progresso colectivo. Os principais beneficiários desta luta, os Jovens terão agora de saber mobilizar-se para a grande tarefa no futuro, a luta ao desenvolvimento equilibrado da Lunda (Kuando Kubango, Moxico e Lundas), e da modernização, por forma a que a Lunda venha a ser não só terra de liberdade, de convivência cívica e de tolerância mas também um espaço de prosperidade, de desenvolvimento cientifico e tecnológico e sobretudo de Justiça Social, porque na nossa terra Lunda não existe maiorias nem minorias etnicos, primeiros nem segundos – JUSTIÇA SOCIAL IGUAL PARA TODOS!..
A tarefa primordial que continuará a nos ocupar, é sem dúvida a luta para a implantação da Autonomia Administrativa e Financeira efectiva da Lunda , para com ela reduzirmos no futuro proximo, cada vez mais a distância que ainda nos separa das outras regiões de Angola em termos do seu desenvolvimento, criando desta forma para o território da Lunda (Kuando Kubango, Moxico e Lundas) patrões de vida e de bem – estar verdadeiramente aceites.
Para a Lunda, a implantação da Autonomia Administrativa e Financeira efectiva, representa uma opção fundamental por um futuro de progresso e de modernidade, não é uma opção de facilidades. Exigirá muito dos Lundas, embora lhes abra largas perspectivas de desenvolvimento. Por outro lado, constitui a consequência natural do tabú, da ignorância que nos é feito pelo regime e do processo da democrátização da Sociedade Angolana no geral.
Os proximos anos vão ser de ingente esforço colectivo, não nos iludamos – Não poderemos dar-nos ao luxo de nos dividirmos por questões de caprichos de quem quer perpetuar no poder, tentanto criar no seio dos Lundas conflitos etnicos; mesmo sabendo que o Nganguela é Catchokwe, o Bangala é Catchokwe, o Mbunda é Catchokwe, o Muluba ou Caloji é Catchokwe e todos juntos são filhos Lundas ou povo Mbungo. Teremos de nos concentrar no essencial, de não dispersarmos esforços em acções contraditórias nem ignorar os valores e os homens de prestígio que efectivamente temos. Todos somos necessários na futura Lunda. Cada um de nós tem a sua parte de responsabilidade. O contributo de todos fará do Kuando Kubango ou Kumanongue até o Itanda, a Lunda que sonhamos e queremos erquer.
O PROTECTORADO, um direito fundamental de propriedade real ou coisa material ou, um imóvel ou Estado criado por Deus e, organizado politicamente pelos donos, atráves de normas do direito consuetutinário ou costumeiro, reconhecido formalmente, por outros estados atráves de tratados de protecção externa, aplicáveis á regras ou normas do direito internacional dos tratados. O governo de Angola não pode e nem deve ignorar a nossa legitima reivindicação, ao mero Estatuto, ao contrario deveria escutar a voz da razão antes que seja tarde.
Em Angola, o Protectorado da Lunda, está previsto, nos artigos 21.º da LC de 1992 e artigos 26º, 27º, 37º, 223º e 224º da LC de 2010. As acções da Comissão do Manifesto Jurídico Sociológico do Protectorado Internacional da Lunda, são actos administrativos, autorizados pelo artigo 178.º da LC.
Se a história ensina-nos alguma coisa, ensina que a ilusão face a factos adversos é uma loucura. Todo o principio tem fim, a verdade chega tarde, por ser caro e raro, mas a verdade quanto chega vence sempre.
Os reinos que por usurpação de Portugal formaram Angola, criação Portuguesa, é o Reino do Congo, o Reino de Ndongo, o Reino da Matamba, o Reino do Planalto ou do Bailundo, o Reino de Cassange e o Reino da Huila e Humbe. Os Estados sob dominio do Imperador Muatiânvua ou Reino da Lunda, não feziram parte de Angola até 1975, porque nem Portugal, nem a Bélgica, França, Reino Unido e o Vaticano, que são autores morais, jamais negarão a existência do nosso Estado da Lunda. As provas continuam bem patente nos seus arquivos históricos.
Algumas forças politicas ao regime, dizem-nos que somos separatistas, regionalistas ou que, queremos dividir Angola. Quem pensa assim, não é Angolano, não conhece a história de Angola e muito menos conhecerá a história da Lunda. O nosso verdadeiro direito legitimo é independência diante do Governo de Angola, mas estamos a pedir um mero Estatuto de Autonomia Administrativa e Financeira efectiva, igual as Ilhas da madeira e Açores em Portugal. A Ilha da Madeira e de Açõres estão a 900 Km de Portugal continental, entretanto são Autonomas de Portugal e têm os mesmos Partidos politicos.
Para nós a CMJSPL augúramos para um futuro melhor, desejamos solidariedade e unidade, capaz de propiciar aos povos de Angola e em particular os da Lunda, progresso e justiça social, porque são factores de paz e estabilidade no contesto conturbado de África dos nossos dias. Que se reconheça a identidade de cada povo e que se dê a devida dignidade.
Aos filhos Lundas a morte é o fim dos males, a vitória é a causa de alegria, esta é a nossa posição, outra não podemos ter, mas a morte é também o principio da imortalidade. Se pretendemos a autodeterminação, temos que conquistá-la com sagrificio e entrega, porque a história ensina que nenhuma classe oprimida chegou ou pode chegar ao poder sem passar por uma ditadura, ou seja, a conquista do poder e a repressão violenta da mais desesperada e insana resistência, não hesita em recorrer a qualquer crime, ou punição segundo estes mesmos regimes opressores.
Um povo digno do seu passado não pode tomar uma decisão diferente, até provas em contrário, a chama da verdade não pode extinguir-se, porque o julgamento dos vencidos pelos vencedores nunca é imparcial. É direito evidente do povo Lunda ter uma Autonomia Administrativa e Financeira efectiva no seu próprio Estado. Não conheço nenhuma invasão ou ocupação de territórios por parte do povo Lundês a outros povos Áfricanos ao longo dos séculos.
Não esperem pela Comissão do Manifesto Jurídico Sociológico do Protectorado da Lunda, o que pode fazer por vós, o que vós podeis fazer pela vossa Lunda, não ousamos esquecer que somos todos herdeiros desta Lunda, façamos saber a cada nação e povos que carregamos este fardo e assumimos este compromisso. Nas vossas mãos está o sucesso ou o fracasso da nossa reivindicação do mero Estatuto de Autonomia Administrativo e Financeiro efectiva da LUNDA.
Em 2007 dirigimos o nosso Manifesto ao Presidente da República de Angola Eng.º José Eduardo dos Santos, foi um acto pacifico, uma manifestação pacifica, uma acção aberta e transparente a luz do dia, porque havia chegado o momento de transpormos os abismos da história, para que houvesse justiça, paz, trabalho, pão, água e sal para todos, para que cada um de nós filhos da Lunda, soubesse que o seu corpo, a sua mente e a sua alma foram libertados da subalternização, da humilhação politica, cultural e a reposição da dignidade do homem Lunda para se realizarem.
Por conseguinte, temos que agir em conjunto com outros povos de Angola, como um povo unido pela construção da nação, pelo desenvolvimento harmonioso do bem-estar colectivo sem distinção de povos de primeira, de povos de segunda ou de terceira e o SOL NASÇA IGUAL PARA TODOS OS HOMENS.
Secretariado da CMJSPLT em Luanda, aos 30 de Janeiro de 2011.-
Ao realizarmos aqui a reivindicação do Estado da Lunda ao leste de Angola, quisémos sublinhar que a fidelidade às nossas raízes e tradições constitui condições essencial para a construção do futuro do nosso povo, conjugado no esforço comum de todos os povos do mosaico etnolinguistico e multicultural de Angola e dos povos amantes da Paz e da concórdia.
A palavra será agora conferida às Jovens gerações, a quem se abrem exaltantes perspectivas de realização pessoal e de progresso colectivo. Os principais beneficiários desta luta, os Jovens terão agora de saber mobilizar-se para a grande tarefa no futuro, a luta ao desenvolvimento equilibrado da Lunda (Kuando Kubango, Moxico e Lundas), e da modernização, por forma a que a Lunda venha a ser não só terra de liberdade, de convivência cívica e de tolerância mas também um espaço de prosperidade, de desenvolvimento cientifico e tecnológico e sobretudo de Justiça Social, porque na nossa terra Lunda não existe maiorias nem minorias etnicos, primeiros nem segundos – JUSTIÇA SOCIAL IGUAL PARA TODOS!..
A tarefa primordial que continuará a nos ocupar, é sem dúvida a luta para a implantação da Autonomia Administrativa e Financeira efectiva da Lunda , para com ela reduzirmos no futuro proximo, cada vez mais a distância que ainda nos separa das outras regiões de Angola em termos do seu desenvolvimento, criando desta forma para o território da Lunda (Kuando Kubango, Moxico e Lundas) patrões de vida e de bem – estar verdadeiramente aceites.
Para a Lunda, a implantação da Autonomia Administrativa e Financeira efectiva, representa uma opção fundamental por um futuro de progresso e de modernidade, não é uma opção de facilidades. Exigirá muito dos Lundas, embora lhes abra largas perspectivas de desenvolvimento. Por outro lado, constitui a consequência natural do tabú, da ignorância que nos é feito pelo regime e do processo da democrátização da Sociedade Angolana no geral.
Os proximos anos vão ser de ingente esforço colectivo, não nos iludamos – Não poderemos dar-nos ao luxo de nos dividirmos por questões de caprichos de quem quer perpetuar no poder, tentanto criar no seio dos Lundas conflitos etnicos; mesmo sabendo que o Nganguela é Catchokwe, o Bangala é Catchokwe, o Mbunda é Catchokwe, o Muluba ou Caloji é Catchokwe e todos juntos são filhos Lundas ou povo Mbungo. Teremos de nos concentrar no essencial, de não dispersarmos esforços em acções contraditórias nem ignorar os valores e os homens de prestígio que efectivamente temos. Todos somos necessários na futura Lunda. Cada um de nós tem a sua parte de responsabilidade. O contributo de todos fará do Kuando Kubango ou Kumanongue até o Itanda, a Lunda que sonhamos e queremos erquer.
O PROTECTORADO, um direito fundamental de propriedade real ou coisa material ou, um imóvel ou Estado criado por Deus e, organizado politicamente pelos donos, atráves de normas do direito consuetutinário ou costumeiro, reconhecido formalmente, por outros estados atráves de tratados de protecção externa, aplicáveis á regras ou normas do direito internacional dos tratados. O governo de Angola não pode e nem deve ignorar a nossa legitima reivindicação, ao mero Estatuto, ao contrario deveria escutar a voz da razão antes que seja tarde.
Em Angola, o Protectorado da Lunda, está previsto, nos artigos 21.º da LC de 1992 e artigos 26º, 27º, 37º, 223º e 224º da LC de 2010. As acções da Comissão do Manifesto Jurídico Sociológico do Protectorado Internacional da Lunda, são actos administrativos, autorizados pelo artigo 178.º da LC.
Se a história ensina-nos alguma coisa, ensina que a ilusão face a factos adversos é uma loucura. Todo o principio tem fim, a verdade chega tarde, por ser caro e raro, mas a verdade quanto chega vence sempre.
Os reinos que por usurpação de Portugal formaram Angola, criação Portuguesa, é o Reino do Congo, o Reino de Ndongo, o Reino da Matamba, o Reino do Planalto ou do Bailundo, o Reino de Cassange e o Reino da Huila e Humbe. Os Estados sob dominio do Imperador Muatiânvua ou Reino da Lunda, não feziram parte de Angola até 1975, porque nem Portugal, nem a Bélgica, França, Reino Unido e o Vaticano, que são autores morais, jamais negarão a existência do nosso Estado da Lunda. As provas continuam bem patente nos seus arquivos históricos.
Algumas forças politicas ao regime, dizem-nos que somos separatistas, regionalistas ou que, queremos dividir Angola. Quem pensa assim, não é Angolano, não conhece a história de Angola e muito menos conhecerá a história da Lunda. O nosso verdadeiro direito legitimo é independência diante do Governo de Angola, mas estamos a pedir um mero Estatuto de Autonomia Administrativa e Financeira efectiva, igual as Ilhas da madeira e Açores em Portugal. A Ilha da Madeira e de Açõres estão a 900 Km de Portugal continental, entretanto são Autonomas de Portugal e têm os mesmos Partidos politicos.
Para nós a CMJSPL augúramos para um futuro melhor, desejamos solidariedade e unidade, capaz de propiciar aos povos de Angola e em particular os da Lunda, progresso e justiça social, porque são factores de paz e estabilidade no contesto conturbado de África dos nossos dias. Que se reconheça a identidade de cada povo e que se dê a devida dignidade.
Aos filhos Lundas a morte é o fim dos males, a vitória é a causa de alegria, esta é a nossa posição, outra não podemos ter, mas a morte é também o principio da imortalidade. Se pretendemos a autodeterminação, temos que conquistá-la com sagrificio e entrega, porque a história ensina que nenhuma classe oprimida chegou ou pode chegar ao poder sem passar por uma ditadura, ou seja, a conquista do poder e a repressão violenta da mais desesperada e insana resistência, não hesita em recorrer a qualquer crime, ou punição segundo estes mesmos regimes opressores.
Um povo digno do seu passado não pode tomar uma decisão diferente, até provas em contrário, a chama da verdade não pode extinguir-se, porque o julgamento dos vencidos pelos vencedores nunca é imparcial. É direito evidente do povo Lunda ter uma Autonomia Administrativa e Financeira efectiva no seu próprio Estado. Não conheço nenhuma invasão ou ocupação de territórios por parte do povo Lundês a outros povos Áfricanos ao longo dos séculos.
Não esperem pela Comissão do Manifesto Jurídico Sociológico do Protectorado da Lunda, o que pode fazer por vós, o que vós podeis fazer pela vossa Lunda, não ousamos esquecer que somos todos herdeiros desta Lunda, façamos saber a cada nação e povos que carregamos este fardo e assumimos este compromisso. Nas vossas mãos está o sucesso ou o fracasso da nossa reivindicação do mero Estatuto de Autonomia Administrativo e Financeiro efectiva da LUNDA.
Em 2007 dirigimos o nosso Manifesto ao Presidente da República de Angola Eng.º José Eduardo dos Santos, foi um acto pacifico, uma manifestação pacifica, uma acção aberta e transparente a luz do dia, porque havia chegado o momento de transpormos os abismos da história, para que houvesse justiça, paz, trabalho, pão, água e sal para todos, para que cada um de nós filhos da Lunda, soubesse que o seu corpo, a sua mente e a sua alma foram libertados da subalternização, da humilhação politica, cultural e a reposição da dignidade do homem Lunda para se realizarem.
Por conseguinte, temos que agir em conjunto com outros povos de Angola, como um povo unido pela construção da nação, pelo desenvolvimento harmonioso do bem-estar colectivo sem distinção de povos de primeira, de povos de segunda ou de terceira e o SOL NASÇA IGUAL PARA TODOS OS HOMENS.
Secretariado da CMJSPLT em Luanda, aos 30 de Janeiro de 2011.-