terça-feira, 29 de setembro de 2015

OS LUNDAS SEMPRE SOUBERAM MANTER-SE CALMOS E CONCILIANTES, MAS MEDROU SEMPRE O ESPIRITO DE LIBERDADE

OS LUNDAS SEMPRE SOUBERAM MANTER-SE CALMOS E CONCILIANTES, MAS MEDROU SEMPRE O ESPIRITO DE LIBERDADE



Quando no que toca a região da Lunda (Kuando Kubango, Moxico, Lunda Sul e Norte), por altura da “Dipanda de Angola” ( e dá dependência ou anexação), o legado do colono resumiu-se passar aos Angolanos um território delineado na  Conferência de Berlim 1884 – 1885 (em cuja Nação Lunda Tchokwe, era constituída em Protectorado Português, conforme atesta os tratados assinados, entre as partes) e o que ali mais se via era um vazio de senso comum, ou seja, mas troca de impressões em que o fundamento era o equivoco por uma imensa quantidade de silêncios, que, em vês de serem indícios de consentimentos, eram sinais de desacordo camuflado.


Havia de um lado o colono dominador e do outro o submisso colonizado, mas só aparentemente submisso, pois o que valeu aos portugueses foi terem-se ido embora e deixar a “Batata a ferver”, as LUNDAS, nas mãos dos “AUTORITÁRIOS E TIRANIA” dos dirigentes angolanos que tomaram o poder de assalto em 1975, quer dizer, o MPLA.



Os LUNDAS sempre souberam manter-se calmo e aparentemente conciliantes, mas que neles medrou sempre foi um espírito de LIBERDADE. O mesmo que agita os Binda ou seja Cabindas. E quando Agostinho Neto lançou para o ar a sua célebre tirada “Angola, um só povo e uma só Nação” (escamoteiamento da verdade e astucia de usurpação de territórios alheios, transformando-os em sua colonia, concretamente a Nação Lunda Tchokwe), o ele disse não passou de um magnifico exemplo de como se pode atirar tanta areia para os olhos do povo de modo a cegá-lo.


É que essa sua predição vingou, o sentimento de unidade do povo angolano sempre prevaleceu em comparação com todas as  outras tendências federativas ou de Autonomias, mas ou menos esbuçados sobretudo em Cabinda, e nas Lundas,  mas também no sul, entre os Kuanhamas isto sem esquecer o terrivel sentimento de nostalgia que os Kongos alimentam pela antiga aurea do reino do Kongo.


Porem temos que ir mais longe na análise para perceber o que realmente se passou durante estes quase quarenta anos de independência. O que vimos foi um certo número de populações mais coesas do que as outras ascenderem mais rapidamente a níveis de reivindicações superiores ás das outras etnias.



Essencialmente esse é o caso dos Bindas e dos LUNDA e a sua luta não tem fim, porque não pode ter fim enquanto eles forem VIVOS. Seria preciso matar o último dos filhos para ter a vaga impressão de que as pretensões de acesso a autonomia por parte desses povos desaparecerem completamente do mapa. Isso jamais acontecerá, o que quer dizer que o futuro de Angola é sombrio caso se mantenham no poder (totalitário e tiranico de Angola) homens que não tem cultura democrática nem tão pouco aptidões para o DIÁLOGO – a demagogia do Sr Presidente José Eduardo dos Santos que apregoa nos seus discursos públicos o diálogo como forma de obtenção de consensos, na realidade é pura mentira e pura distracção.



Hoje passados mais de trinta e seis ou seja quarenta actualmente desde o dia da “DIPANDA”, estão-se a notar as primeiras lufadas de ar de Liberdade, agindo primeiro os Binda, depois os Lunda, seguirão talvez os Kwanhama.


A politica do governo de José Eduardo dos Santos é muito simples, que se esmaguem todas essas rídiculas pretensões, não há diálogo, não há abertura de espirito e tudo se resume a um “DICTAT”, sem a mais pequena possibilidade de “DISCUSSÃO”.


A continuar a agir desse modo caminhamos a passos seguros para uma situação de crise profunda, provavelmente pontual por alguns actos de violência, se não for mesmo um conjunto de acções concertadas que poderão causar um levantamento de massass com adesão possível de uma parte das forças armadas.


Estamos em crer que não é isso que os angolanos querem e se o governo de José Eduardo dos Santos tiver um minimo de capacidade de discernimento, ainda talvez estejamos a tempo de corrigir o tiro a abrir um largo debate sobre não só o problema Cabinda, mas também sobre o da LUNDA.


In folha8/2013
...”O sublinhado itálico  ou parêntese é nosso”...


segunda-feira, 28 de setembro de 2015

AGENTES DA POLICIA EM CAFUNFO ESPANCAM CIDADÃO LUNDA TCHOKWE ATÉ A MORTE

AGENTES DA POLICIA EM CAFUNFO ESPANCAM CIDADÃO LUNDA TCHOKWE ATÉ A MORTE



bárbaro acto teve lugar dia 7 de Setembro do corrente ano, quando os agentes da Policia Nacional em Cafunfo;  Rodrigues Araújo, Jorge Chimungo, Paciência, António Kilala, João Monteiro, José Eduardo, Lourenço e Augusto João Catanji, interceptaram o cidadão Cardoso Raimundo Nerengue,  acusando-o de garrimpeiro, em troca de palavras, os 6 agentes sem meias medidas começaram agredir o cidadão.


Depois o levar na Unidade Policial de Cafunfo, onde continuaram com a tortura de espancamento, acompanhada de desmaios, os agentes, diziam que ele esta a fingir. A brutalidade e a violência utilizada, com toda a crueldade, sem dar espaço quando o malogrado pedia de joelho para o deixarem de bater. Estes continuaram até terem certificado que Cardoso Raimundo Nerengue estava mesmo morto.


O malogrado Cardoso Raimundo Nerengue, é filho de Raimundo Nerengue e de Adevinda Mulieno, natural de Camaxilo, município do Caungula, nasceu em 1990.


Os agentes e assassinos, estão presos naquela mesma Unidade, mas correm rumores, de que vão sendo libertados sem julgamento, porque o senhor Administrador adjunto do Cuango João Bernardo, esta a defender os mesmo Agentes por alguns deles serem seus parentes ou familiares próximos.


Na História contemporânea do Direito, é bastante controverso, vergonhoso, escandaloso que um Administrador ao invés de praticar a justiça, mancomuna-se com assassinos, independentemente de serem seus parentes, numa altura em que o Governo do tirano esta em diplomacia baixa sobre a aprovação   do Parlamento Europeu, com maioria esmagadora, da Resolução (2015/2839-RSP) sobre Angola.



Esta Resolução, do Parlamento Europeu, composto por 28 países membros, faz um diagnóstico realístico e objectivo da realidade angolana quanto se trata de falta de liberdade, da democraticidade, dos direitos humanos, de boa governação e de falta de independência do sistema judicial, de corrupção, da concentração excessiva de riqueza nas mãos do tirano e da elite no poder politico em Angola.


O Governo de Angola, nega, e diz que não há violações aos direitos humanos, que a justiça é justa.


Nesta mesma localidade, desapareceram 174 cidadãos nacionais Lunda Tchokwe rusgados em pleno dia, confundidos com estrangeiros ilegais, É caso que há-de um dia Comunidade Internacional, os Angolanos e o próprio povo Tchokwe, virá julgar, passem os anos, mas a verdade vencerá.



sábado, 26 de setembro de 2015

FONTE DISSE QUE TIRANO E COLONIZADOR SACUDIU CAPOTE TRANSFERINDO PROCESSO LUNDA TCHOKWE PARA O MPLA

FONTE DISSE QUE TIRANO E COLONIZADOR  SACUDIU CAPOTE TRANSFERINDO PROCESSO LUNDA TCHOKWE PARA O MPLA


Uma fonte da Presidência da Tirania e colonizador da Nação Lunda Tchokwe que pediu anonimato, disse que José Eduardo dos Santos sacudiu seu capote, transferindo o processo reivindicativo da Autonomia daquele território para o MPLA, seu Partido/Estado governante em Angola desde 1975, quando o Protectorado Português da Lunda 1885 – 1975, foi anexado.


Numa joga, no tableiro de xadrez, José Eduardo dos Santos, deu tiro no seu próprio pé, ao dar cheque mate ao MPLA, segundo a fonte, pois, em tempos, o comité de especialidade dos Advogados do “M”, havia debruçado sobre essa materia e submeteu seu ponto de vista á aprovação do Presidente dos camaradas, que nunca respondeu aos avisos do comite de submissão da jurisprudência do Palácio do largo das Heroinas.


Lembramos que, em Novembro de 2014, uma Delegação do Movimento do Protectorado Lunda Tchokwe, reuniu oficialmente com a 10.º Comissão da Assembleia Nacional de Angola. Durante as discussões, fomos informados que, em Angola não existia nenhum outro organismo com competências para resolver o processo da Autonomia da Lunda Tchokwe seu direito legítimo, que a matéria era da exclusiva responsabilidade constituicional do Presidente José Eduardo dos Santos.



Sob pressão do Movimento do Protectorado e da Comunidade Internacional, José Eduardo dos Santos, agilmente envia o processo para a outra banda, Comissão das Relações Internacionais da Assembleia Nacional de Angola, orienta a comissão para dar um parecer desfavorável ao processo Reino da Lunda Tchokwe, agarrando-se a difunda OUA de 1963, de que as fronteiras herdadas do colonialismo eram intangíveis, esquecendo de igual modo os artigos 19.º, 20.º e 21.º da Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos, como colonizador que é, ignorou que a OUA de 1963 já encontrou a Nação Lunda Tchokwe constituída em um Protectorado.



Em Maio de 2015, a comunidade internacional, volta a pressionar o Presidente José Eduardo dos Santos, mais de 45 Partidos e Associações da EUROPEAN FREE  ALLIANCE, endereça uma carta, exigem do Presidente Angolano, “Diálogo” com o Movimento do Protectorado, fim as violações aos direitos Humanos e perseguições e o estabelecimento da Autonomia da Lunda Tchokwe.


Ditadores e Tiranos partilham muita coisa em comum. Por vezes dão impressão que se fizeram injectar o mesmo ADN do mal. Brancos, Mestiços ou Pretos, árabes ou asiático, na Africa ou nos confis do Oriente,  são a mesma coisa. Todos eles se sentem a encarnação de Deus na Terra. Não admitem que lhes contrariem, sua palavra é uma sentença. ...”Nenhum deles respeita as leis que fazem adoptar. As leis pétrias, portanto as inelutáveis, acima de todo o guisado das constituições, são as palavras que eles expelem sempre que lhes der na gana ou pretenderem alcançar um fim macabro”.



José Eduardo dos Santos, para retardar ainda mais o processo Lunda Tchokwe, em jogada de mestre, envia novamente o processo para o seu comité central do MPLA, mesmo sabendo que, o organismo não tem competência para se debruçar sobre o assunto. O tirano pretende mostrar ao mundo que é decisão do MPLA a que ele deve se submeter, o que não é verdade.



Para o povo Lunda Tchokwe, não resta outra alternativa, senão sair em Manifestações Populares e Pacificas, nos termos do n.º 2 do artigo 47.º da constituição de Angola de 2010 no âmbito da Secção I - Direitos e Liberdades Individuais e Colectivas, Capítulo II - Direitos, Liberdades e Garantias Fundamentais do Título II da Constituição.




terça-feira, 22 de setembro de 2015

OS DIAMANTES DA LUNDA TCHOKWE CONTINUAM A VENDER 78,2% A FAVOR DO TIRANO E COLONIZADOR

OS DIAMANTES DA LUNDA TCHOKWE CONTINUAM A VENDER 78,2% A FAVOR DO TIRANO E COLONIZADOR




As vendas de diamantes por Angola aumentaram 18% até Agosto, face a igual período de 2014, ultrapassando os 767 milhões de dólares e 5,7 milhões de quilates.


Os números constam do mais recente relatório da Administração Geral Tributária sobre as receitas arrecadadas pelo sector diamantífero, e comparam com as vendas de 647 milhões de dólares e mais de 5,6 milhões de quilates entre Janeiro e Agosto de 2014.


Já as receitas fiscais (em moeda angolana) com estas vendas – entre imposto industrial e “royalties” – inverteram a tendência de queda do primeiro semestre e subiram 5% no total de oito meses, face a 2014, para 6.296 milhões de kwanzas. Exclui-se deste montante o imposto industrial definitivo, apenas calculado no final do ano, e os lucros da empresa concessionária estatal do sector.


Já em todo o ano de 2014, Angola arrecadou cerca de 10 mil milhões de kwanzas só com impostos sobre a venda, no total, de 8,6 milhões de quilates, por 1.274 milhões de dólares.


Depois do petróleo, os diamantes são o principal produto de exportação de Angola, país que está entre os cinco principais produtores mundiais.


Os Emirados Árabes Unidos foram o principal destino da exportação diamantífera angolana em Julho, com uma quota de 95% dos 850.519 quilates de diamantes brutos vendidos por Angola.


De acordo com a informação do Ministério da Geologia e Minas, a exportação de diamantes por Angola rendeu em Julho mais de 113,5 milhões de dólares, uma quebra de quase 30% face ao mês de Junho, mas um aumento de 18% face ao mesmo mês de 2014.


Os Emirados Árabes Unidos foram o principal destino dos diamantes brutos vendidos por Angola, com 95% do total exportado em Julho, seguindo-se Hong Kong (3%), Israel (1%) e Bélgica (1%).


A produção angolana de diamantes cifrou-se, ainda no mesmo mês, em 865 mil quilates, avaliada em 115,4 milhões de dólares, traduzindo-se num aumento em termos de volume e de valor, respectivamente, de 15,6 e 24,2%.


“Este registo deveu-se, por um lado, ao aumento da produção da mina de Catoca, em 3,83%, por outro, à acumulação da comercialização dos diamantes da classe dos finos que normalmente ocorre de dois em dois meses”, explica a mesma informação do ministério da Geologia e Minas.


Depois do petróleo, os diamantes são o principal produto de exportação de Angola, país que está entre os cinco principais produtores mundiais.


Em todo o ano de 2014, Angola arrecadou cerca de 10 mil milhões de kwanzas só com impostos sobre a venda, no total, de 8,6 milhões de quilates, por 1.274 milhões de dólares.



JUVENTUDE PATRIOTICA LUNDA TCHOKWE EM SEMINÁRIO METODOLOGICO NA LUNDA SUL

JUVENTUDE PATRIOTICA LUNDA TCHOKWE EM SEMINÁRIO METODOLOGICO NA LUNDA SUL




Sob orientação do Segundo Secretario Regional Adjunto do Movimento do Protectorado Lunda Tchokwe, Sr Manuel, teve lugar nos dia 19 e 20 de Setembro do corrente mês um encontro da Juventude Patriotica de caracter metodologico para o afinamento do sistema organizativo e mobilização.


O reforço da capacidade com as lideranças juvenis, a organização administrativa, a disciplina e o estudo dos documentos principais do Movimento, como estatutos e regulamentos internos fizeram parte da reunião metodologica.


A reunião contou com a presença de 80 membros juvenis, idos de Cacolo, Dala, Xácassau, Monaqumbundo, Luó e municipio sede Saurimo.



O Secretario da JUPLE regional da Lunda-Sul, Sr Nelson Mutunda, congratulou-se com a presença massiva e corajosa de outros jovens, aos quais recomendou o activismo juvenil para os desafios futuros  que  aproximam, exortando-os a lerem muito sobre a história da Lunda Tchokwe e as razões da reivindicação da nossa autodeterminação, por via de Autonomia que é defendida pelo Movimento.


Os presentes foram orientados a mobilizarem cada vez mais jovens e a população para aderirem as Manifestações Pacificas e populares que terão lugar conforme declaração do Secretariado do Comité Executivo Nacional do Movimento do Protectorado para exigir do regime de Angola a autonomia da Nação Lunda Tchokwe.


Outro desafio que foi apontado, a abstenção ao voto de 2017, tarefa que a Juventude Patriotica deve levar acabo com esclarecimentos necessários as populações, acompanhada naturalmente com uma forte vigilância da propaganda do contrário.


O seminário terminou com uma moção de apoio a Líderança do Movimento do Protectorado Lunda Tchokwe.



Por Osvaldo em Saurimo 

sábado, 19 de setembro de 2015

PARTE IV - A EVOLUÇÃO POLÍTICA DE AFRICA E A LUNDA 1884 – 1891

PARTE IV - A EVOLUÇÃO POLÍTICA DE AFRICA E A LUNDA 1884 – 1891


4.- A ASSOCIAÇÃO INTERNACIONAL AFRICANA
4.1.- A CONFERENCIA DE BERLIM E OS INTERESSES DA ASSOCIAÇÃO INTERNACIONA AFRICANA

Os problemas de África são, e serão, ainda, por muito tempo, o pesadelo da Europa e do Mundo. A Conferência de Berlim (14 de Novembro de 1884 – 26 de Fevereiro de 1885), com o Acto Geral assinado por todos os participantes no próprio dia da clausura, traçou as linhas gerais da maquinação e da manipulação de cerca de 30.000.000 de povos inteiros, desagregação de etnias, tribos e traçado rectilineo de fronteiras em África.


É, neste ambiente de competições desenfreada dos grandes à custa dos pequenos, que se situa a chamada “Questão da Lunda – 1885-1894”  que teve o seu inicio com a convenção de 14 de Fevereiro de 1885 em BERLIM.


A Conferencia de Berlim nasceu do Tratado do Zaire (Congo), como já se disse nos textos anteriores, e foi feita para arranjos do Estado Independente do Congo. A Associação Internacional não tomou oficialmente parte nos trabalhos, mas lá estavam os seus agentes, e era constantemente subentendida e mesmo invocada. O barão de Courcel chamava-lhe «LA DAME DE NOS PENSÉES» - como também já se escreveu.


Daí que, da Conferência, tivesse nascido pleno de vigor o Estado Independente do Congo; daí que ela não tivesse sido encerrada sem as Potências o terem reconhecido; daí que a maior parte das resoluções tivessem servido mais as ambições e as exigências de LEOPOLDO II do que Estados, como Portugal, que já tinha manifestado a sua adesão aos princípios depois aceites.


A Alemanha fez, por isso, o Estado do Congo como muito bem quis; o rei dos Belgas não teve outra tarefa senão a de congregar, à sombra de BISMARK, os esforços das várias nações EUROPEIAS para os opor aos interesses das duas únicas Potências prejudicadas: França e Portugal.


A Conferência de Berlim foi, é certo, fértil de resoluções, mas a grande realização, a mais valida que dela saiu, foi o ESTADO INDEPENDENTE DO CONGO. E a prova é que, quando os milhões de Leopoldo começaram a escassear e o Estado Independente teve de estabelecer alfândegas para não se arruinar, os signatários de Berlim, esquecendo os princípios por que tanto se tinham batido, aceitaram um regime aduaneiro diferente.


O rei dos Belgas via esvair-se a sua fortuna pessoal, que, com o aplauso unânime de todos, havia de servir para governar sem imposto o jovem Estado – com então se acreditava.


- Ferreira Amaral, que governou Angola durante quatro anos, conta que, passando por LUANDA a caminho da Europa um oficial Austríaco ao serviço do Estado Independente e perguntando-lhe ele o que se fazia no Congo, este lhe respondeu: «NOUS DÉPENSONS PAISIBLEMENT LE QUINZIÉME MILLION DU ROI LÉOPOLD, ET, AVANT QU’IL LACHE TOUTE SA LAINE, JE VAIS, EN EUROPE, DÉPENSER MES ÉCONOMIES ET LE FELICITER DE SON IDÉE» - Discurso proferido na Câmara dos Deputados na sessão de 30 de Julho de 1891 (Diário das Sessões da Câmara dos Senhores Deputados, sessão n.º29, de 1891, p.9).
Este facto denuncia bem a desordem financeira do novel Estado e as intenções que animavam muitos dos administradores, confiantes no milhão que Leopoldo antes garantira anualmente à Associação Internacional Africana.
O verdadeiro Congo da Associação era incontestavelmente o rei Leopoldo. Quando nos princípios de 1885 ele se desfez de mais um milhão, os administradores da Associação Internacional, que a estavam sentindo em sérios apertos financeiros, pensaram logo em oferecer uma coroa imperial ao irmão da desditosa imperatriz do México, para pagar desse seu último favor. E por pouco não veio a chamar-se imperador da Bacia do .. Congo (Jornal de commercio, n.º 9338, de 11 de Fevereiro de 1885).


4.2.-  A CONFERÊNCIA DE BRUXELAS 1889 - 1890

Por isso, Leopoldo II em breve teve de recorrer ao empréstimo e, quando estava reunida a Conferência ANTI-ESCLAVAGISTA de Bruxelas 1889-1890, cuidou ele de aludir às muitas despesas que a sua obra em Africa estava fazendo e de pedir e conseguir a alteração do regime aduaneiro de 1885. Acordarão então os dezasseis Estados que se fizeram representar em Bruxelas, no anexo ao Protocolo XXXIII, em introduzir na Bacia Convencional do Congo (Zaire) os direitos de 10% sobre as importações, exceptuadas que fossem as das bebidas espirituosas, que ficariam sujeitas a um regime especial.


E aqui estava mais uma conferência Internacional que, embora tivesse sido convocada por sugestão feita à Bélgica pela Inglaterra para reprimir a escravatura, se colocara ao serviço dos interesses do Estado Independente do Congo. Evidentemente que o novo regime fiscal destinava-se a servir, em abstrato, todas as Potências que tinham possessões ou exerciam PROTECTORADOS NA BACIA DO CONGO, mas, em concreto, visavam as dificuldades financeiras com que o Estado de Leopoldo se debatia.


Vigoraria durante quinze anos e, findos eles, e no caso de não haver antes acordo, as Potências do velho continente e os EUA ficavam, no entanto, relativamente ao assunto, na posição que aceitaram pelo artigo 4.º do Acto Geral de Berlim, com a faculdade adquirida de cobrar direitos de entrada, cuja percentagem, “AD VALOREM”, não fosse superior a 10%.


- Diz o artigo 4.º: «Les marchandises importées das ces territoires resteront affranchies de droits d’entrée et de transit. Les puissances se réservent de décider, au terme d’une période de vingt années, si la franchise d’entrée sera ou no maintenue». A segunda parte deste artigo seria, portanto, ao cabo dos quinze anos previstos pela Conferência de Bruxelas, considerada caduca.


Relativamente às bebidas espirituosas, os representantes de Portugal obtiveram que os direitos mínimos a cobrar sobre elas, «Quando importadas no continente Africano, não excedesse metade dos direitos gerais então cobrados sobre as mesmas na grande maioria dos portos africanos».


- Discurso proferido pelo então ministro dos negócios Estrangeiros, Conde de VALBOM, na sessão de 25 de Junho de 1891, na Câmara dos Deputados (Diário das Sessões da Câmara dos Senhores Deputados, sessão n.º 23 de 1891, p.11)


A importação das armas de fogo, de pólvora e, de um modo geral, dos álcoois, sofreu restrições por se ter considerado a sua nocividade em Africa. É, pois, à Inglaterra que o Estado Independente do Congo deve a Conferência de Bruxelas, e Leopoldo II, em quem a audácia industrial fora precedida pela ambição política, deve a salvação da sua fortuna pessoal à anulação da platónica bacia livre do Congo (Zaire).


4.3.- O ACORDO DE PARIS, DE 9 DE FEVEREIRO DE 1891

De harmonia com a declaração de 2 de Julho de 1890, que aprovava tal regime aduaneiro, firmaram, em conjunto, o Estado Livre do Congo, a França e Portugal o acordo que veio a ser assinado em Paris no dia 9 de Fevereiro de 1891. Por ele, todas as mercadorias importadas da bacia ocidental do Congo (Zaire) passavam a pagar 6% ad valorem, com excepção das armas, das munições, da pólvora e sal, que pagariam 70%. Artigos havia, como as máquinas a vapor ou utensílios para fins industriais ou agrícolas, que pagavam apenas 3%, pois gozavam de regime de favor, mesmo de isenção, como era o caso de instrumentos científicos ou precisão.
O acordo de 9 de Fevereiro, que trouxe para a colonia de Angola ou província ultramarina, uma receita valiosa, foi modificado por protocolo celebrado em Lisboa em 8 de Abril de 1892 e por troca de notas, aqui feita também, em 10 de Maio de 1892.


Vigoraram as tarifas ad valorem, apesar de a título provisório e sob reserva da fixação eventual de uma tarifa especifica até ao limite dos falados 10% da Conferência de Bruxelas.
Aos produtos importados seria aplicada a tarifa de 10% ad valorem, elevada dos então 6%, e respeitar-se-iam as isenções e excepções previstas nos protocolos de 1892. Os produtos exportados manteriam as tarifas anteriormente fixadas.


Foi assim que o regime aduaneiro definiu na segunda parte do artigo 4.º do ACTO GERAL DE BERLIM se foi modificando antes do período de vinte anos previstos para a sua revisão.



«Esta evolução política de Africa em análise, neste período, a LUNDA TCHOKWE ou as terras sob domínio do Muatiânvua, eram livres, independentes, entre 1890 á 1891, Henrique Augusto Dias de Carvalho já ter sido celebrado os tratados de Protectorado com os potentados TCHOKWES 1885-1887, mas ainda assim não havia nenhuma presença EUROPEIA no interior de toda a extensão desde Lualaba até o rio Lui na região do Xá-Muteba ou ao Sul, Muamuxico, Ndoji, Tchissuassua e Kumanongue».


quarta-feira, 16 de setembro de 2015

MEMBROS DO SECRETARIADO NACIONAL DO PROTECTORADO EM TRABALHO MOBILIZATIVO NAS REGIÕES

MEMBROS DO SECRETARIADO NACIONAL DO PROTECTORADO EM TRABALHO MOBILIZATIVO NAS REGIÕES


OS Secretarios Nacionais de Informação e Mobilização e de Cultura, Sres Domingos Samujaia e Salomão Augusto, respectivamante, estiveram nas regiões de Cafunfo, Cuango, Capenda Camulemba, Saurimo, em visitas de controlo e de mobilização, as fotografias captadas documentam o trabalho ai realizado.



Recentemente, o Secretariado Executivo Nacional do Protectorado, lançou o repto a toda sociedade Lunda Tchokwe para a participação em Manifestações Pacificas, como forma de reivindicar o direito legítimo da Autonomia, nos termos do artigo 47.º da constituição de Angola de 2010.



O Movimento do Protectorado Lunda Tchokwe, em comunicado a Sociedade no geral e, não só, que o n.º 2 do artigo 47.º, exige uma comunicação previa as autoridades, e que esse passo já foi cumprido,  fez –se  comunicação á autoridade competente do Governo de Angola, ao endereçar uma missiva ao Presidente José Eduardo dos Santos, documento que fez entrada no dia 14 de Agosto de 2015 no Palacio da Cidade Alta em Luanda, em cujo paragrafo 5.º da mesma, manifestamos: como saída da falta de Diálogo, o povo Lunda Tchokwe, ver-se-á,  obrigada a Manifestações Populares Pacificas para exigir do Governo o seu direito á Antonómia”.



Estas visitas as regiões revestem-se desta importância mobilizativa para os proximos desafios.




 O Movimento do Protectorado Manifestou sua preocupação, á de que o povo Lunda Tchokwe não irá ao voto em 2017.


Angola: 174 cidadãos "lunda" continuam desaparecidos

Angola: 174 cidadãos "lunda" continuam desaparecidos



O Movimento do Protectorado da Lunda Tchokwe volta a alertar para o "desaparecimento" de 174 cidadãos das Lundas, rusgados entre 27 e 28 de Junho, durante uma operação de combate à emigração clandestina e publicou uma lista não exaustiva dos mesmos, da qual estão ausentes os nomes de "desaparecidos" cujas famílias são do MPLA e temem represálias.


José Mateus Zecamutchima, presidente do Movimento do Protectorado da Lunda Tchokwe, que luta pela autonomia das Lundas, afirma que "fizemos publicar uma lista com uma parte dos nomes dos desaparecidos...algumas famílias que se manifestaram ser militantes do MPLA...não queriam que os seus nomes fossem publicados, porque temem represálias do próprio partido a que pertencem, mas nós temos esses nomes e qualquer instituição internacional de Direitos Humanos que nos contactar, vamos apresentar esses nomes....pois esses cidadãos estão desaparecidos até hoje, ou estão mortos, alguém tem que dizer porque é que morreram".


O Presidente José Eduardo dos Santos é aguardado na Lunda Norte no próximo mês de Outubro e não está previsto qualquer encontro com o Movimento do Protectorado da Luhnda Tchokwe, este dirigente denuncia a forma como foram feitos os contactos e afirma que essa visita "não passa de uma farsa...ele não vai dizer absolutamente nada, vai inaugurar um condomínio que leva já o seu próprio nome, o que é próprio dos ditadores". 



José Mateus Zecamutchima pede à Europa que esteja atenta ao que se passa em Angola e afirma"essa tirania tem de desaparecer, a Europa não pode mais estar aqui a dar guarida a esses tiranos em pleno século XXI".




segunda-feira, 14 de setembro de 2015

CAFUNFO E OS 174 DESAPARECIDOS MISTERIOSAMENTE CIDADÃOS NACIONAIS LUNDA TCHOKWE OU ASSASSINADOS PELO REGIME TIRANICO INSTALADO EM LUANDA

CAFUNFO E OS 174 DESAPARECIDOS MISTERIOSAMENTE CIDADÃOS NACIONAIS LUNDA TCHOKWE OU ASSASSINADOS PELO REGIME TIRANICO INSTALADO EM LUANDA
Foto ilustrativa, manifestações de REVUS em Luanda



Passados mais de 100 dias em que desapareceram misteriosamente, mais de 174 cidadãos Nacionais Lunda Tchokwe, na localidade de Cafunfo, por alegados de busca de estrangeiros ilegais, não há nenhuma reação publica das autoridades governamentais e da Policia de emigração.


O Núcleo do Estudo da Violência, do Secretariado dos Direitos Fundamentais e Humanos do Movimento do Protectorado de que reivindica o direito legítimo, natural da Autonomia para a Nação Lunda Tchokwe, contactou mais de 100 famílias cujo ente queridos desapareceram, alguns conforme a lista anexada.


Algumas famílias são apoiantes do MPLA de que se beneficiam de emprego embora precário, algumas beneses etc, aceitaram identificar seus ente queridos desaparecidos, mas confidenciaram-nos não divulgar os nomes desses desaparecidos. Outras famílias sem compromisso politico partidário com o regime tiranico partido/governo/estado, estão disponíveis a declarar públicamente os factos acontecidos, esses forneceram os nomes que aqui publicamos.



Gildo Eduardo
Júlia Txihuto
Benina Muatxissesse
António Samununga
Sucari Txivanva Charles
Geruza Pinto Muapimbi
Atolo José
Ernesto Mulombe
Mabanza Daniel Paulo
Txihuta Solotxi
António Mutunda
Mbala Mulombe
Ndoji Massua
Yanva Landa Txinhongue
Tozé Tangua Limue
Rita Ernesto
Jean Silvestre
Paulino Kechingamba
Alegria Muambu
Nando  Ngolo Francisco
Domingos Filipe
Carlito Casse
Yanva Sacatunga
Mabanza Kuyuca
André Mucoqueno
João Manuel
Dany Ernesto
Jean Aleluia
Zango Alegria
Mamale Bambi
Tulo José Muacamana
Massongo Muachefo
Muachissengue
Marcos Suingui
Yossefe Txissanga
Gingongo Mussuele
Tonto Ikuma
Queji MaleJoãomba
Rasta Henrique
Alfredo João tc Carinhoso
Massaco António
Santos Samutunga.
Bruno Simão André
Judite Mendes
Jorge Kazemeca
Fausto João Songo
João Cajicula Viagem
Jacinto carlos Muongueno
Sapalo Adelino
Goveia Paulo Faisca
Jean Badie Mucumbi
Sonhi Bernardo
Cajiji Muambumba Tito
Fonseca Armando
Tony Ilenga
Daniel Cabibi
Ilunga Jorge Marcos
Mario Cantanta tc ti mingo
Teofilo Paulo
Muashinoho Isaac
Adolfo Fidel Mucumbi
Tiago Malange
Munda Pedro
Russo Alfredo Tony
Majimo Timoteu
Muacayengue Jacinto
Cavula filipe
Marcolino Bernardo Bravo
Cariata Xameia
Gonçalves Adriano Lopes
Baptista Matuca Rui
Gilberto Kenda
Lucas Sivela
Mutena Ilunga João
Michel Jean Sangungu
Tomás Lucas Alfredo
Zebedeu Zacarias Tony.


Por uma questão de preservar aqueles que nos solicitaram, não divulgar os nomes dos seus familiares desaparecido com medo de represarias por parte do MPLA, ficamos por aqui, mas denunciando que temos mais de 60% de nomes dos 174 cidadão nacionais Lunda Tchokwe desaparecidos misteriosamente.