domingo, 11 de novembro de 2012

11 DE NOVEMBRO, DIA DA INDEPENDÊNCIA DE ANGOLA – MOMENTO DE REFLEXÃO


O DIA DA INDEPENDÊNCIA DE ANGOLA – MOMENTO DE REFLEXÃO




Os povos Africanos começaram a sua descolonização nos anos de 1945, logo após o fim da 2.ª guerra mundial. Angola, Cabo-Verde, Guiné, Moçambique e S.Tome e Príncipe, colónias portuguesas, viviam na ânsia de libertar-se das amarras do colonialismo, tal como o haviam feito os povos de outras colónias no continente negro, sob domínio Francês, Inglês, Belga, etc, estas liberdades foram na sua maioria arrancadas a força das armas no contexto particular dos anos 1950 á 1980.



A FNLA, MPLA e UNITA, foram os representantes legítimos que defenderam o território lés a lés as agruras e atrocidades, que abalaram os alicerces do império colonialistas português e levou a derrocada do regime de SALAZAR, continuado por Marcelo Caetano, depois de cerca de 493 anos da presença de Portugal em Angola.


LAVAR DE MÃOS, DIA 10 DE NOVEMBRO DE 1975




O alto-comissário, almirante LEONEL CARDOSO, proclamou a independência de Angola na manha do dia 10 de Novembro de 1975, durante uma conferência de imprensa concedida no Palácio do Governo em Luanda e de seguida zarpou para Lisboa, deixado no terreno o troar dos canhões, numa angola dividida com armas entre os beligerantes MPLA, FNLA e UNITA, era o pronuncio da guerra civil e de morte por tudo o que era canto.



Leonel Cardoso declarou: “Em nome do Presidente da Republica Portuguesa proclamo solenemente, com efeito a partir das zero horas do dia 11 de Novembro de 1975, a independência de Angola e a sua plena soberania radicada no povo angolano, a quem pertence decidir as formas do seu exército doravante. A comunidade internacional conta, pois, entre os seus membros, um novo Estado (…)”.



Mas Leonel Cardoso, neste seu discurso reconheceu que as coisas em Angola não estavam bem assim, senão vejamos o que ele disse mais adiante: “ Que a luta fratricida termine em breve e os instrumentos de trabalho substituam para sempre os instrumentos de destruição e morte (…)”, as falhas e erros de Portugal que fizeram mais de 500.000 mil mortos entre 1975 á 2002.



ANTÓNIO AGOSTINHO NETO, IRONIZA QUE SÓ O MPLA NÃO VIOLOU OS ACORDOS



Assim iniciou Agostinho Neto o primeiro discurso que proferiu, não já como simples representante de um movimento de libertação, mas como porta-voz de um povo que acabara, após séculos de colonização, de ascender à independência. E acrescentou: “Correspondendo aos anseios do povo, o MPLA declara o nosso país constituído em Republica Popular de Angola”.



A. Neto disse: “Durante o período compreendido entre o encontro de ALVOR e esta proclamação, só o MPLA não violou os acordos assinados. Aos lacaios internos do imperialismo de há muito os deixamos de reconhecer como movimentos de libertação”, aqui estava dada as ordens para os massacres que se seguir durante mais de 35 anos.



Agostinho Neto, concluiu: “Quanto a Portugal, o desrespeito pelos acordos de Alvor é manifesto. Entre outros, o facto de sempre ter silenciado a invasão de que o nosso pais é vítima por parte de exércitos regulares e forças mercenárias”.



CASO LUNDA TCHOKWE E CABINDA, NÃO DEVEMOS NUNCA REPARTIR ANGOLA





 António Agostinho Neto, sabia muito bem a questão da Lunda Tchokwe, porque foi ele que disse a Portugal que o assunto era entre irmãos e seria resolvido internamente, veja agora o que ele disse no dia 13 de Novembro de 1975, ao recusar a cortar um bolo com a forma do mapa de Angola durante o jantar oficial realizado em Luanda para celebrar a independência.



Quando lhe apresentaram o enorme bolo com as 12 regiões de Angola delineadas a «CHANTILLY», o Drº A. Neto pousou a faca, declarando: “Não devemos nunca repartir Angola”. Estava consumada a usurpação do protectorado da Lunda Tchokwe.



ANGOLA INDEPENDENTE OU DEPENDENTE?..



O passado deu uma visão diferente do que se pode fazer para construir uma NAÇÃO DAS NAÇÕES, o 11 de Novembro de 1975, foi feito de uma forma separada. Uns em Luanda, outros no Uíge e outros, ainda no Huambo. Angola foi um parto a cesariana num ambiente de enorme convulsão asfixiante, perante a internacionalização do conflito angolano: Zaire, Cuba, URSS, EUA, Jugoslávia, Africa do Sul e outros países, estava desenhada o xadrez da dependência.



Os africanos como sempre, apelidavam-se uns dos outros de inimigos, para uma mesma causa a libertação e o poder político. As alianças dos interesses estrangeiros, uns eram proletários a favor do povo, segundo eles, outros eram capitalistas ou imperialistas. Outros defendiam que a revolução deveria ser enraizada nas realidades africanas que nunca podia ser importada do estrangeiro.



Os interesses estrangeiros hoje, 37 anos da independência de Angola, falam mais alto do que todas as teorias que os políticos daquele 11 de Novembro prometeram.

.

O sonho era de um país em que os seus filhos vivessem sem receio, de um país em que cada filho pudesse ter a sua casa, o seu carro, o seu emprego, a sua saúde, o seu ensino, viver uma vida normal e com grande prosperidade. Á medida que os anos foram passando, o sonho de muitos angolanos foi se afastando, os sacrifícios inúteis.



Temos consciência das fases que Angola tem passado, mas o passado já deu-nos uma experiência e não há razões de o povo continuar a viver da DEPENDÊNCIA.



OS PAIS DO NACIONALISMO E LIBERTAÇÃO DE ANGOLA


Holden Roberto – FNLA
António Agostinho Neto – MPLA
Jonas Malheiro Savimbi - UNITA