domingo, 18 de setembro de 2011

CARTA ABERTA A NAÇÃO LUNDA

Mapa de África de 1885, apresentado a conferência de Berlim de 1884-1885

A LUNDA É A NOSSA CASA COMUM
Carta Aberta a Nação Lunda

Estamos em 2011, refletimos como está a nossa terra, o nosso povo marginalizado e abandonado.

Conversamos, escutamos e ouvimos a Lunda num estado de completo abandono, miserável e esquecida.
Vemos os Jovens Lundas sem escolas dignas para estudar, sem Universidades, sem emprego, vemos a população adulta Lunda com falta de tudo, vemos as nossas irmãs a prostituirem, os nossos anciãos sem respaldo de uma segurança social e com graves faltas de acesso a assistência medica e medicamentosa.


O território da Lunda (Kuando Kubango, Moxico e antiga Lunda, hoje Sul e Norte) é do exacto tamanho que a Espanha e possuidora de riquezas maiores, contudo o nosso povo vive num estado de miséria profundo.


Tanta miséria num país tão rico, algo definitivamente não esta bem, porque 2+2 são 4 , mas nós na Lunda só vemos zero (0). O povo esta farto de mais contas e de contos mal contados.
Não queremos esmolas de Luanda, só queremos que não nos roubem mais, não nos marginalizem mais, não nos humilhem mais, queremos a nossa dignidade e o respeito mutuo.

O Povo Lunda merece coisa melhor, o Povo Lunda necessita de Escolas, Estradas, Caminhos de ferro, Empresas, Fabricas, Universidades, diminuir a fome, combater o analfabetismo crônico, diminuir a taxa de mortalidade e a má nutrição infantil a mais alta de Angola, Clinicas, Hospitais, Casas, Bancos, Hotéis, Maquinas e Ferramentas para a lavra, financiamento para criação de empregos e negócios, sobretudo o reconhecimento do homem, livre de qualquer discriminação, humilhação e escravatura.

Nesse sentido a CMJSPLT trabalha todos os dias para que o desenvolvimento, a melhoria do bem estar da Nação Lunda não fique perdida e menosprezada por aqueles que da Lunda só querem tirar, explorar, matar e roubar.


O Propósito da CMJSPLT é nobre e com a ajuda, e assistência de todos os filhos Lundas e não só, todos aqueles que amam esta terra, vamos reivindicar o que é nosso por direito natural e inalterável.

Que todo filho da Lunda não se deixe levar pela doutrina dos falsos profetas, porque o nosso movimento continua firme, coeso e forte.

Temos valorosos filhos Lundas nas masmorras do regime ilegalmente a cumprir prisão por uma causa justa, causa de um direito natural que Deus deu a qualquer povo na terra. É o nosso crime por sermos Lundas, e reivindicarmos o que é nosso por direito, são (7) Activistas Políticos na cadeia da Kakanda no Dundo.

O povo Lunda, o movimento do protectorado internacional, o seu objetivos é o de contribuir para a criação de um ambiente político que garanta a PAZ, a segurança, a estabilidade e o respeito pelos direitos humanos, promova os princípios democráticos e o estado de direito e fomente o desenvolvimento e a luta contra a pobreza absoluta, as assimetrias que vive o nosso povo ao longo dos 35 anos da DEPENDENCIA DE ANGOLA.


No quadro desta luta, privilegiamos o princípio do diálogo e de uma participação alargada e aberta a comunidade internacional, a ONU, UE, UA aos autores morais do Protectorado (Portugal, Bélgica, França, Alemanha, Reino Unido e Vaticano) e a sociedade civil.

“Autonomia Administrativa, Econômica e Jurídica não é crime”
“Contemplar um crime em silêncio é cometê-lo” -JM
“Que Deus Proteja e Vigie o nosso Nobre Povo”

Luanda, aos 12 de Setembro de 2011.-

Comitê Executivo Nacional do
Manifesto do Protectorado da Lunda